Dias de Sábado

108 18 3
                                    

A maioria das pessoas gostam dos sábados, principalmente, para terem a desculpa para acordarem mais tarde. Algumas podem até dar sorte por não trabalhar ou, até mesmo, não ir à escola. Mas, para Day, os sábados tinham os seus diferenciais simplesmente por uma coisa: era seu dia de cantar na cafeteria.

Pode parecer clichê, mas isso a fazia feliz. Cantar e tocar o seu violão a fazia feliz. Saber que tinham pessoas ali apenas para ouvi-la trazia um sentimento bom e reconfortante para a garota.

Como todos os dias, a mesma havia acordado cedo e já foi logo abrindo a janela de seu apartamento na grande e tão falada: São Paulo. Ela havia se mudado a dois anos por conta de sua faculdade, quando finalmente percebeu que não queria trabalhar com algo que não seja música. No começo foi difícil e, felizmente, ela teve ajuda do seu tio Zeca, dono da cafeteria onde trabalhava para ter dinheiro para sua faculdade de música e suas despesas na nova cidade. Com esses pensamentos nostálgicos ela abre a janela e observa as movimentações nas ruas, sorrindo ao ver o dia tão lindo e ensolarado.

Depois de observar as ruas, ela vai até o seu guarda roupa e pega uma camiseta preta, juntamente de uma calça da mesma cor e escolhe também um tênis quadriculado que amava. Após tomar um banho morno, a morena coloca sua roupa e começa a arrumar as suas coisas para ir logo para a cafeteria. Felizmente, seu tio lhe dava liberdade na escolha da roupa contando que a camisa fosse preta e ela faria qualquer coisa pra não usar avental e nem uniforme.

Tendo tudo que ela precisava em sua mochila, ela pega seu violão - dentro da capa, óbvio - e espera sua amiga, Dani, que morava no final do corredor. Dani havia sido sua primeira amiga pois também trabalhava na cafeteria e também foi ela quem ajudou Day em sua adaptação à nova cidade. Chegaram ate a dividir apartamento no início, pois Day não queria incomodar o seu tio em sua casa, mesmo sabendo que o mesmo não se importaria. Elas se aproximaram rapidamente, Dani lhe levava para sair todo final de semana e sempre lhe mostrava a cidade quando elas estavam entediadas ou em dias de folga.

Logo a moça um pouco atrapalhada com as suas chaves e bolsa, aparece no campo de visão da Dayane e ela logo esboça um sorriso, abrindo um pouco os braços para receber Dani em um abraço.

— Você ta atrasada do nosso horário combinado, mas vou te perdoar porque já vi que você trouxe aquele pedaço de bolo que eu te pedi ontem à noite.

Dani havia feito um bolo de chocolate e mesmo com a insistência da amiga, Dani não foi levar o bolo para Day a noite mas prometeu que lhe traria um pedaço pela manhã. E assim foi.

— Eu disse que traria, não disse? - ela deixa um beijo em um das bochechas de dayane e logo as duas desfazem o abraço. — E então, ansiosa pra tocar hoje? Você disse que cantaria uma autoral. Isso é incrível! Eu to muito ansiosa e orgulhosa de você.

— Eu não sei se é uma boa ideia. Eles nunca me ouviram tocar algo que não fosse conhecido. Podem me vaiar e o show ser um fracasso. Pode ser que eu mantenha o repertório original.

Embora ela não quisesse pensar negativamente, sua insegurança a fazia acreditar nisso fortemente e ela se sentia mil vezes mal por não acreditar em si, mas, no momento, era algo que ela não conseguia lutar contra.

— Ei, olha pra mim. Vai dar certo! Você não veio pra São Paulo à toa. Você tem talento e vai conseguir. Eu confio no seu potencial e no seu talento pra isso. E, caso dê errado, o que eu facho difícil de acontecer, eu vou estar com você, ok?

Dani sempre a apoiou desde que soube o motivo pelo qual Dayane havia se mudado. Esse foi um dos principais motivos pelo qual as duas se aproximaram tão rapidamente e criaram uma amizade e um convívio tão bom. Sem duvidas, Day era extremamente grata por ter a Dani em sua vida.

A Cup Of Coffee - DayrolOnde histórias criam vida. Descubra agora