forever and then

Capítulo 2

As ruas da Florida pareciam mais bonitas em fotos. As casas eram praticamente iguais,só diferencia pelas crianças brincando na frente ou pelos tipos de flores em cada quintal.

A minha casa não tinha flores. E muito menos crianças brincando no quintal.

-Chegamos!! Andem,vamos conhecer nosso novo lar.

Descemos do carro e fomos até a porta grande de madeira escura, adentrando na casa de dois andares.

Não fiquei muito tempo dentro, mas fiquei tempo suficiente para perceber o quanto que era sem graça aquela casa: a cozinha era consideravelmente menor que a antiga, os quartos tinham janelas pequenas nada interessantes e os banheiros tinham papéis de parede totalmente ridículos.

Depois de um jantar rápido e improvisado,consegui arrumar uma desculpa para dar uma volta pela vizinhança e saí, levando meus fones e meu caderno de poesia comigo.

A noite estava fria. Deveria ter levado meu casaco. Mas se voltasse agora não sairia de novo...quer saber, não está tão frio assim...

Que céu lindo... Florida parece q roubou todas as estrelas pra si mesma? 

-São lindas ne?? Achei que fosse o único que achasse isso.

Levo um susto e olho ao redor tentando achar de onde vinha a voz que me assustou.

-Aqui em baixo bobinha.

Olho pra baixo e vejo um garoto sentado no meio fio da calçada. Estava usando calça preta e um casaco também preto, o cabelo tava bagunçado com o vento e ele me olhava com um sorrisinho no rosto.

-Ai,desculpa! Não vi você ai....

-Não se preocupe, também estava vendo as estrelas...-o menino olha pro céu e sorri rabiscando alguma coisa num papel grosso no seu colo.

-Não quer se sentar?

Fui convidada pra me sentar.

Por um  garoto.

Senti meu rosto corar quase que completamente e me sento aos poucos, sorrindo pra ele.

Timidez não acabe com tudo ok?

-V-Você desenha?

Ele olhou pra mim,a luz da lua batendo no seu rosto reforçando seus olhos azuis com um oceano

Seus olhos azuis são tão lindos....

Especialmente quando ele abriu um sorriso e meu deus que sorriso

Olhos azuis e sorrindo perfeito...nossa eu devo estar muito corada.

-É eu desenho...quer ver?-apontou para um caderno no seu colo.

"é claro que eu quero ver seu caderno de desenhos!! queria dizer. Mas invés disso,confirmei com a cabeça.

Merda de timidez

Peguei o caderno marrom desgastado e folheei prestando atenção nos seus desenhos em aquarela e em seus esboços (que mais pareciam uma obra super elaborada).

-Nossa...você tem talento.

Ele ri e se inclina se aproximando de mim apontando para a caderneta.

-Não sei...acho que é razoável.

- Razoável? Até parece! Eu nunca faria um desenho tão bonito...

Seu rosto estava perto do meu e ele sorria bobo olhando pro caderno e pro céu como se o desenho estava parecido com a realidade.

-Eu acredito que todos tem um talento. Você com certeza tem um...

-Er... eu escrevo... mas não considero talento.

-Escreve?? Nossa eu quero ver...é nesse caderno ai?

Engulo em seco e assinto, entregando meu caderno de poesia para ele.

É já era. Um dia na Florida, foi isso que eu durei. Eu entreguei meu caderno de poesia para um garoto que eu acabei de conhecer.

Eu não mostro meus poemas nem pro meu irmão!!

Com certeza um erro.... nossa devo estar muito corada.
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Ate daqui a pouco