Dias Felizes

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Eu envolvi o pescoço dele com meus braços e senti suas mãos pousando na minha cintura, nos beijamos ali mesmo na cozinha, no meio da confusão e de trabalho, nós fomos para outro mundo. As borboletas no estômago não paravam e eu acho que ele se sentia assim também.

- Gente? - Uma das cozinheiras nos chamou - Vocês não precisam ficar se beijando aqui, o horário do Vinicius já acabou.

Ele sorriu pra mim, tirou o avental e me puxou pra fora da cozinha.

- Vem, vamos procurar seu irmão.

Meu irmão. Meu Deus, há quanto tempo ele está esperando por mim?

- A gente não pode, meus pais estão lá, eles não gostar de me ver com um garoto do nada. Eles nem te conhecem, nem eu conheço direito, e a propósito, quantos anos vc tem?

- Eu tenho 17, eu sei que você tem 15. São só dois anos, isso é realmente problemático?

- Não sei, mas é melhor não arriscar, espera aqui.

Deixei ele parado e disparei pra mesa onde meus pais estavam. Eles devem estar doidos atrás de mim.

-Oi gente! - Eles pareceram nem ter notado que eu saí da mesa, me deram um oi normal e voltaram a conversar.

- Ei irmão - sussurei.- Eu fiquei com ele na cozinha, mas acabou o turno dele e eu não sei como conversar com ele sem ninguém ver.

- Fica tranquila, eu cuido daqui, eles tão intretidos na conversa, nem notaram que você não tava aqui. Qualquer coisa eu digo que você está conversando com uma menina que conheceu da primeira vez que saiu.

-Obrigada, vou ficar perto da cozinha, pelo amor de Deus, não deixa ninguém ir lá.

Saí da mesa e fui em direção ao lugar em que o moreno me esperava.

- Oi! Consegui dar um jeito, agora podemos conversar em paz. - Sorri pra ele e ele retribuiu.

Durante o resto da festa nós conversamos muito, trocamos número e é claro, nos beijamos. Eu não sei explicar, em poucas horas, estávamos mais do que conectados. Descobri que ele estudava na mesma escola que eu, eu no 1° ano e ele no 2°. A gente já sabia tudo um sobre o outro, parecia um sonho.