8- Pensar demais em você é irritante

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MIA

Acabamos de chegar e o bar já está lotado, acho que são umas 21:30, deixei meu celular no bolso do Victor, um colega que conheci essa semana, por isso não posso conferir, deixei com ele porque meu vestido branco e curtíssimo não tem bolso e fiquei com medo de perde-lo.

Nunca fui a um bar sozinha e você pode estar achando isso muito estranho, afinal já tenho 22 anos, mas a verdade é que sempre que eu dizia que ia a um bar com amigos, meu irmão ou meus primos inventavam que também iriam, e se eu reclamasse, eles simplesmente alegavam que já tinham combinado isso há anos, a bolha, lembra? Superproteção é o segundo sobrenome da minha família.

Olho ao redor e só vejo pessoas que aparentam ter mais ou menos a mesma idade que eu, Victor me olha e percebo que parei de segui-lo, perdida em pensamentos, ele estende a mão e eu pego, voltando a caminhar em direção ao bar

- vou querer uma cerveja - ouço ele fazer o pedido ao bartender - e você?

- pode ser uma cerveja também

- duas cervejas então, obrigado - ele pede e se vira para mim - e ai, o que achou da primeira semana?

- amei, foi intensa - abro um sorriso - como foi sua primeira semana aqui? - ele já estava no segundo ano, nos conhecemos na fila da inscrição para o musical de natal

- intensa também, não é fácil, você sabe, mas a gente vai levando - ele responde depois de pensar um pouco e coloca a mão na minha cintura

- será que a galera vai demorar? Carol me disse que já estava vindo - digo tentando fazer com que a mão dele saia da minha cintura, não me leve a mal, ele é um gato, além de ser inteligente e gentil, mas sei lá, melhor ir com calma

- os caras também já estavam vindo, acho que daqui a pouco eles estão aqui

Assim que ele termina de falar a cerveja chega, tomo um longo gole, adoro cerveja, apesar de gostar mais de bebidas mais doces.
Fico bebericando e olhando o movimento, o bar é bonito, tem uma decoração meio industrial, com bancos de ferro e ótima iluminação, vejo as pessoas dançando e bebendo, depois de alguns minutos termino minha garrafa e coloco em cima do balcão

- vamos dançar? - pergunto me virando para Victor, ele pega na mão que eu estou estendendo e nos dirigimos para a pista de dança

- eu te disse o quanto você tá linda hoje? - Victor pergunta no meu ouvindo, depois de alguns minutos dançando, e meus pêlos se arrepiam, porém meu coração permanece do mesmo jeito, não é a mesma coisa que dançar com Benjamin, mas porque eu tô pensando nisso?

- obrigada - abro um sorriso - você também é muito bonito - ele também sorri e coloca uma mecha do meu cabelo atrás da orelha

Depois disso ele cola seu corpo no meu e dançamos desse jeito até que vejo Carol nos procurando, assim que ela me vê abre um sorriso e começa a caminhar em nossa direção

- gato mesmo em, você não perde tempo - ela sussurra no meu ouvido e tenho certeza que minhas bochechas coraram com a possibilidade dele ouvir

Alguns minutos depois o restante do pessoal também chega, dançamos e bebemos juntos, quando percebo que estou começando a ficar bêbada, peço apenas água e solto o copo de bebida, engraçado como só a presença do Benjamin naquele dia me fez sentir segura e nem pensei nisso, deve ser porque meus pais conhecem seus pais

Quando o relógio marca 3 da manhã decidimos ir para casa, adorei a noite, os meninos são muito engraçados, Victor sempre charmoso e atencioso, passamos boa parte do tempo abraçados, apesar de não rolado beijo, e Caroline... É Caroline, então ela dançou com metade da festa e nos divertiu muito.
Uma das minhas preocupações ao vir para cá era a de não fazer amigos, não me identificar com alguém, é complicado porque apesar de eu ser uma pessoa até que bem sociável, todas as pessoas que eu conheço, conheço pelo menos desde a pré adolescência, mas no momento isso não é mais uma preocupação, na verdade a maioria das minha preocupações caíram por terra, Paris tem me surpreendido positivamente e eu não poderia estar mais feliz.

Mia GalarettoOnde histórias criam vida. Descubra agora