• Capítulo 3

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SERENA

Se algum dia alguém me perguntasse se era possível um ser daquele tamanho ter uma voz suave e delicada, eu diria que não.

Parece que senti sua alma, não conseguia desgrudar meus olhos dele, era como se fosse o canto da sereia e eu fui hipnotizada por ele.

Minha reação foi correr para o carro quando papai me avisou que tinha chegado.

- Filha - meu pai me chama - Está bem?

- Estou - sorrio.

- Mamãe quer comida italiana hoje, o que acha de massa?

- Faço a lasanha papai - Ele sorri - Assim pode tomar um pouco de vinho.

- Muito esperta essa minha filha. Mercado?

- Sim, cadê as meninas?

- Não ouviu nada mesmo - ele me olha assustado - Estão com seu avô, depois do mercado vamos buscá-las, e também a sua mãe que está com Jhescy.

- Tudo bem. Esbarrei naquele cara do restaurante novamente papai.

- Não sei se isso é sorte ou azar, sua mãe vai dizer que é o destino.

- Vai mesmo, ele tem uma voz tão bonita - volto à imagem dele cantando.

- Como assim?

- O amigo dele pediu a namorada em casamento hoje, e ele cantou - dou de ombros.

- Entendi, já fez alguma amizade?

- Fiz uma - papai sorri.

- Que bom, pode convidar ela pra ir lá em casa, pode ir ao shopping se quiser, fazer alguma coisa de jovem. Não pode só ficar estudando e estudando. Precisa viver um pouco.

- Tem uma festa no sábado – Aviso - Posso ir?

- Não sei - papai fica um tanto nervoso - vamos conversar com a mamãe, primeira festa? Ela precisa participar da decisão.

- É verdade.

Um fim de tarde agitado, Webber é cheio de recomendações quando é para buscar as crianças.

Preparar o jantar é parte mais fácil do meu dia, Will é um ótimo ajudante.

Quando deito na minha cama e fecho os olhos, a imagem das tatuagens e os olhos brilhantes e escuros em minha direção vêm a minha cabeça, consigo ouvir sua voz e meu corpo se arrepia.

- Que diabos está acontecendo comigo? - ainda bem que mamãe não está aqui, iria dizer que eu estou apaixonada, no mínimo, ninguém se apaixona assim. Precisa de mais, bem mais.

- Então quer dizer que a senhorita tem uma festa para ir no sábado? – Letty entra no quarto.

- O papai já te contou? – sento na cama.

- Claro que ele contou, está preocupado com a menininha dele. – ela senta ao meu lado, sorrio para ela e passo a mão em sua barriga.

- Eu posso ir? – pergunto.

- Claro que pode, aproveita bastante. – Letty passa a mão pelo meu rosto.

- Obrigada por tudo mãe – ela se emociona. – eu te amo.

- Vai me fazer chorar. – ela brinca. – Também te amo, agora hora de dormir.

Acordo com Ally segurando meu pé, levo alguns segundos para entender o que ela está fazendo, é estranho, mas é Ally, nunca sei o que é normal.

QUANDO O AMOR SALVA (DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora