Madrid, Espanha.
1 mês depois.
Minha barriga estava cada vez maior. Por ser muito magra ela quase não aparecia, mas agora eu já conseguia ve-la, sentir-la e o meu amor por esse ser tão pequenininho era cada vez maior. Estava trabalhando em uma biblioteca, eu conhecia muitos livros e isso favoreceu para que eu conseguisse o emprego, lá era como se fosse um mundo inteiro em apenas um lugar, histórias de romance, terror, ação, ficção cientifica e eu ajudava as pessoas a fazerem uma boa escolha ou a encontrar um livro.
Alguns dias depois de que eu havia ido embora, publicaram na internet que Christopher havia anunciado casamento com Natália, sinceramente não sentia ciúmes e nem nada por ele, não sentia nada, que ele fosse feliz, assim como eu pretendia também ser daqui em diante.
- Bom dia. - Havia chegado uma cliente na biblioteca. Era uma adolescente, deveria ter 13,14 anos, cabelos castanhos, carinha de criança e me recordava a mim quando tinha a sua idade.
- Bom dia, em que posso ajuda-la?
- Eu queria um livro de romance, porém estou perdida, já li quase todos. - Não consegui evitar a risada.
- Acho que tenho um perfeito para você e que talvez ainda não tenha lido. - A acompanhei até a prateleira com os livros de romance e derrepente começamos a conversar, isso já era frequente, parece que eu tinha um dom para fazer amizade com as pessoas, logo eu a menina mais timida desse mundo.
- Já assistiu aquele filme, para todos os garotos que eu já amei? - Nos sentamos em uma das mesas da biblioteca.
- Já sim. É muito bom.
- Algum dia eu quero ter um namorado assim, igual o do filme. - Dei um sorriso pelo seu jeito de falar.
- Eu era assim exatamente como você quando tinha a sua idade.
- E não é mais? - Me senti um pouco triste, porém não iria acabar com os sonhos dessa linda menina, como algum dia acabaram com os meus.
- Eu mudei, amadureci e o meu modo de ver a vida mudou um pouco. Porém um conselho, nunca deixe de ser você mesma, isso é muito importante.
- Você amadureceu, mas no fundo deve ser a mesma pessoa de antes. E também deve ser muito feliz agora com o seu marido, minha mãe disse que quando se fica grávida é a melhor benção desse mundo e que ela e o meu pai ficaram muito felizes quando eu nasci.
- É sim, é a maior benção desse mundo. - Disse acariciando a minha barriga. Passamos ainda um tempo conversando. Passei o dia atendendo na biblioteca, apenas sai para almoçar e quase não consegui comer por causa do enjoô forte que sentia.
James: Precisa de ajuda?
- Sim, obrigada. - Ele colocou o livro na prateleira já que não podia subir em alguma escada. James trabalhava comigo na biblioteca, desde o dia em que comecei a trabalhar aqui viramos amigos, ele era alto, moreno, e era muito engraçado, era uma boa pessoa.
James: Se quiser te acompanho até a sua casa, estava passando mal no almoço.
- Muito obrigada, mas não precisa, estou melhor. - Peguei a minha bolsa. - Até amanhã!
James: Até. - Sai da biblioteca e fui para a minha casa, era perto, então fazia questão de ir caminhando, era bom para relaxar um pouco, eu gostava de caminhar principalmente ouvindo uma música legal. Fiz a ultrasson a poucos dias, e estava esperando um menino, e já tinha um nome Heitor, não sei porque, mas desde que vi esse nome na internet havia me encantado por ele e esse seria o nome do meu bem mais precioso. Cheguei em casa e fui tomar um banho para descansar porque amanhã seria mais um longo dia de trabalho.....
México
CHRISTOPHER
Já havia se passado um mês e ela não havia voltado. Eu mesmo não compreendia o porque que a sua ausência que era o que eu mais queria durante todos esses anos me incomodava tanto e eu já não conseguia dormir sem saber que iria acordar e a casa estaria em silêncio, sem ela, sem as suas músicas românticas nas quais gostava de ouvir e cantar. E sem a única pessoa que me ajudava quando tinha algum problema. Eu sentia como se faltasse algo em mim, todas as vezes que acordava e ela não estava ao meu lado.
Abri o celular e não tinha nenhuma mensagem. Suas redes sociais estavam exatamente como a um mês atrás, nenhum rastro e também pelo que vi o detetive que havia contratado não tinha conseguido nada, nenhuma passagem em seu nome e as câmeras de segurança do aeroporto não adiantaram grande coisa, ela havia sumido do mapa.
Já não me sentia bem com Natália, ao contrário, tentava evita-la ao máximo, agora com essa idéia de casamento sendo que ainda estou casado com Dulce me tira do sério.
- Senhor, a senhorita Maite já chegou. - Disse Helena entrando no escritório.
- Muito Obrigada. Diga que eu já vou. - Guardei os papeis e fechei o notebook saindo do escritório.
- Bom dia Maite. Sente-se.
Maite: Bom dia Christopher. Espero que seja rápido, tenho um compromisso. - Ela se sentou no sofá e eu fiz o mesmo.
- Serei breve. Aceita um suco?
Maite: Aceito. - Chamei Helena e pedi dois sucos de manga.
- Bom, acho que já deve imaginar o porque te chamei aqui.
Maite: Dulce.
- Exatamente. Sabe alguma coisa dela?
Maite: Vou te responder com outra pergunta, o que te importa? Quer obriga-la a voltar para essa casa? Você sempre quis se livrar dela, agora você tem a sua vida livre para ficar com as suas mil amantes. - Helena voltou com os dois sucos.
- Obrigada. - Agradeci Helena que saiu da sala. - Você tem razões suficientes para me odiar e eu assumo os meus erros, não quero saber onde ela está para fazer algum tipo de mal ou algo parecido e nem quero que ela volte para que continuemos com essa farsa.
Maite: Mas você sabe que a mãe dela quer, não é?
- Eu sei, mas eu mesmo não permitirei mais que isso continue. Quero saber apenas se ela está bem, desde o dia que ela se foi.. é estranho até de dizer, porém é como se faltasse algo, eu sinto falta dela.
Maite: Achou que iria ter pelo resto da vida a boba da corte que sempre iria estar aqui para quando você não tivesse outra opção não é? Não sei nem como você tem coragem de dizer que sente falta dela, quantas vezes ela me ligou chorando dizendo que não aguentava mais a forma que você a tratava, o quanto doía nela ter se casado com você apaixonada e você despreza-la. Você foi matando nela pouco a pouco aquela menina doce que eu conheci, mas sabe uma coisa? Você que perdeu. Perdeu uma mulher maravilhosa que daria tudo por você, que estaria contigo sempre e a Natália nunca vai chegar nem aos pés dela. - Aguentei tudo calado e Maite se levantou para ir embora quando eu a impedi.
- Por favor, me diga se sabe algo dela.
Maite: Mesmo que soubesse, não iria te dizer nada. Os dois estarão muito bem longe de você. - Ela saiu correndo da minha casa e eu fiquei pensativo, "os dois", não havia entendido, talvez eu estivesse compreendido errado. Agora o meu único foco era encontra-la e tinha que conseguir de uma forma ou de outra......
3 meses depois
Já haviam se passado tanto tempo e até agora não tinha tido nenhuma noticia da Dulce.
Peguei o quadro que tinha a nossa primeira foto que tiramos juntos e que ela sempre guardava, mesmo depois de tudo o que fiz. Como me arrependo de tudo o que fiz com ela, como eu fui desumano, ela tem razões suficientes para nunca mais querer olhar na minha cara e eu tinha que colocar isso na minha mente, porém não conseguia, eu a amava e só depois de perde-la que eu consegui perceber isso.
- Ai Dulce, aparece por favor. - Disse abraçado ao seu quadro. Me levantei da cama e abri as gavetas na quais lhe pertencia com algumas coisas suas que havia deixado para trás... o fundo da gaveta estava solto e parecia ter algo escondido atrás. Tirei a gaveta e era um pequeno diário, nunca soube de sua existência.
Uma das primeiras vezes na vida eu havia chorado lendo tudo aquilo e a sua carta de despedida, eu senti um aperto no peito, um remorso tão grande. Guardei-o na gaveta e segui até o seu banheiro, pois no quarto haviam dois. Abri uma das gavetas e procurei, para ver se não havia mais alguma coisa, abri uma caixa de jóias, e retirei a parte da divisória e lá dentro havia algo.
- Isso é... a embalagem de um teste de gravidez. - Fiquei assustado, talvez a Dulce estivesse... grávida. - Helena! Helena! - Desci as escadas indo até a cozinha.
- Sim senhor.
- Quero lhe perguntar uma coisa, Dulce passava a maioria do tempo com você, notou algo de estranho nela antes de que ela desaparecesse? Alguma atitude suspeita, como se estivesse grávida? enjoo?
Helena: Uma vez ela reclamou de um suco de laranja que eu provei e não tinha nada de errado. Eu estou me lembrando agora.. um dia ela me perguntou se eu tinha o número da farmácia.
- Quando mais ou menos foi isso?
Helena - A seis ou sete meses. - Ela estava grávida e Maite sabia, agora entendia tudo e estava mais angustiado ainda por não conseguir encontra-la. Peguei o carro e sai correndo até a empresa dos pais de Dulce. Assim que cheguei logo fui anunciado e eles me autorizaram para subir.
Blanca: Christopher, a que lhe devo a honra da sua visita? - A cumprimentei.
- Não é por nada novo, porém algo muito importante. Tente lembrar algo, que possa me dar uma dica de onde a Dulce possa estar.
Blanca: Sinceramente, eu não sei.
- Ela conseguiu documentos falsos de alguma forma. Um nome, alguma coisa.
Fernando: Bom dia Christopher. - Disse fernando me cumprimentando.
- Bom dia.
Blanca: Christopher veio me perguntar se eu não tinha pelo menos uma dica, algo para encontrar a ingrata da sua filha.
- Senhora, não fale assim.
Blanca: Pronto, agora todo mundo se virou contra mim.
Fernando: Eu também não faço idéia.
- Um lugar que ela tivesse o sonho de conhecer.
Fernando: Dulce gostava muito de Paris, porém eu entrei em contato com os conhecidos que eu tenho lá, mas não tive noticia nenhuma.
Blanca: Espera. Fernando lembra que a Dulce foi registrada duas vezes?
- Como assim? E pode isso? - Perguntei.
Fernando: Foi o seguinte, eu queria que se chamasse Fernanda e a Blanca não concordava, porém até o nascimento ela não tinha se oposto, então eu registrei ela como Ferrnanda e depois a Blanca quis mudar o nome da menina e colocou Dulce Maria.
- Obrigada, vou ver se encontro algo com esse nome, qualquer coisa ligo para vocês. - Sai correndo do escritório e liguei para o detetive lhe dando o segundo nome que talvez Dulce teria usado para fugir e fui para a empresa, pensei em ir até o aeroporto, mas depois de todos esses meses era impossivel que me fornecessem essa informação sem a presença da policia.
Meu telefone tocou horas depois e era o detetive que havia contratado.
- Bom dia, alguma informação referente ao nome que lhe passei?
- Sim senhor, tenho um amigo meu que me forneceu essa informação, ela está em Madrid.......
Madrid, Espanha.
Depois de todos esses meses que haviam passado, já tinha me acostumado a viver aqui. Era um bom lugar, mesmo com o trânsito da cidade grande e as pessoas eram bem amáveis. Havia percebido também o interesse de James por mim, porém eu não queria algo com ninguém, não por agora, eu não conseguiria confiar em alguem nesse momento da minha vida e talvez ainda por um bom tempo. Ele foi compreensivo e aceitou que fossemos apenas bons amigos.
Minha barriga estava grande agora, me limitava de fazer algumas coisas que antes fazia com facilidade, mas estava aproveitando cada fase da minha gestação de uma forma única, fiz um book de gravidez para guardar esse momento e as vezes conversava com o meu filho, mesmo que talvez ele não pudesse me ouvir. Era noite, havia terminado de me trocar, estava com um vestido rosa claro longo e o cabelo solto, peguei algo para comer e me deitei na cama para assistir um seriado, mais ou menos essa era a minha rotina de todos os dias.
Despertei-me e já era de manhã, o sol já começava a nascer e eu penteava meu longo cabelo cantando uma música. Fiz o café da manhã e me sentei a mesa para comer, quando a campainha tocou.
- Já vou. - Disse. Talvez fosse James ou a nova funcionária da biblioteca que era minha amiga, abri a porta e levei um susto, eu deveria imaginar que mesmo depois de todo esse tempo, isso poderia acontecer.
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Quédate Lejos de Mí
FanfictionO dia de seu casamento para uma mulher é um dos dias mais felizes de sua vida. Se casar com alguem que faz o seu coração bater mais forte, que sente seu corpo estremecer em apenas ve-lo mesmo que seja de longe, que com apenas um abraço sinta como se...