Todos estavam estáticos observando Bailey ler o texto escrito no pequeno pedaço de papel, que supostamente pertencia a Sofya. Não era nem um pouco inesperado Noah acusar o namorado da garota morta pelo assassinato da mesma, o jovem acreditava que o outro tinha muitos motivos para matá-la, na verdade, acreditava que isso não faltava a quase nenhum deles, mas o relacionamento de Noah e Bailey estava tão seguro quanto um campo minado, e diante a isso, a acusação era esperada por todos. Assim que o garoto de orbes castanhas concluiu sua leitura, tentou comentar algo a respeito, a sala foi invadida por uma garota desconhecida de pele morena, cabelo era castanho e cacheado, e olhos chocolates em estado de alerta.
Quase que de imediato, todos começaram a se questionar quem era a menina desconhecida e porquê ela estava invadindo a sala onde somente suspeitos de um assassinato se reuniam. Josh abriu a boca para pergunta a menina o que ela fazia ali e para expulsá-la logo em seguida, alegando que ela não era bem-vinda, porque ela realmente não era, contudo, se calou assim que a menina deu início a sua explicação.
— Meu nome é Nour, provavelmente a maioria, senão todos, estão perguntando para si mesmos quem eu sou e o que faço aqui, vou logo respondendo às perguntas para poupar nosso tempo. — Informou com um sorriso levemente forçado, ao puxar uma cadeira para se sentar. — Me julgaram com suspeita de assassinato também, portando, vocês gostando ou não, tenho o direito de estar aqui com vocês no clube de detetives, assassinos, ou... uma quadrilha? Não sei como vocês chamam isso, enfim, estou aqui para tirar meu nome da estúpida lista de pessoas de interesse. — A garota finalizou seu curto e rápido discurso, ajeitando-se em seu assento.
— Se você é uma suspeita, por que não te interrogaram em momento algum? — Perguntou Krystian desconfiado da garota, assim como todos os outros presentes. — E não temos um nome para isso.
— Eles conseguiram uma imagem da câmera de segurança hoje, e vieram falar comigo, mas não ocorreu o interrogatório ainda. — Explicou brevemente para o garoto de cabelos negros, enquanto se perguntava como o jovem chinês poderia saber que ela ainda não havia sido interrogada.
— Pode ler o que tem no papel? — Pediu Joalin trazendo a atenção de todos novamente para o assunto que realmente importava.
Bailey olhou para o lado esquerdo e depois para o direito, ele não queria contar o que tinha ali, pois estava mais do que ciente de que o conteúdo daquele trecho lhe cairia muito mal. Noah, por sua vez, revirou os olhos impaciente e puxou o papel de sua mão, ele estava extremamente furioso com May. Ele sabia o que havia feito, então por que a cara de espanto ao descobrir que Sofya já tinha conhecimento de suas intenções? Se perguntou Noah.
— Deixa que eu explico, porém antes, a teoria, para não perder o hábito. — Noah encarou May furiosamente, e começou. — Sofya começou a namorar você quando tinha 15 anos, mais ou menos na época que começou a mudar. Como sei? Bom, eu sempre fui próximo de Sofya e você sabia May, contudo, quando ela assumiu um relacionamento com você, ambos ficamos mal, ela de um jeito diferente. Você sempre foi um cara que todas queriam, você tem uma boa reputação, o que é tudo para nossa sociedade escrota, e Sofya era a garota mais bela do Our Lady of Mercy, e você por ser o cara mais comentado, tinha que ter essa garota, sendo que todos sabíamos das imperfeições e fraquezas de Sofya, mas por que ela nunca as mostrava quando estava com você? Ela estava sempre tão feliz, tão perfeita, mas não era ela mesma, você a mudou. — O rapaz fez uma longa pausa, recordando-se da evidente mudança que a garota sofrerá nos últimos anos. — Você a fez se tornar apenas uma bonequinha de luxo, você amou o personagem que criou, seu amor nunca foi direcionado a Sofy, e sim ao personagem. — Ele suspirou, mas logo retomou sua linha de raciocínio, ciente de que poucos ainda tinham total interesse em ouvi-lo. — Comecei a me envolver com Sofya ano passado, e todas as vezes que conversamos sobre você de modo indireto ou direto, ela contava que você a fazia se sentir como um troféu bonito, algo para se exibir em público. Me fala May, ela já falou com todas as palavras que te amava? — Bailey apenas meneou a cabeça negativamente, sentindo seu sangue ferver em suas veias, no momento a última coisa que desejava era ouvir Noah. — Não, então é aí que entra, ela nunca disse que te amava e isso incomodava-te, você precisava que seu personagem te amasse de volta, então, todo paranoico, você começou a procurar por coisas, começou a fazer perguntas sobre isso a todo tempo, como se não confiasse nela... Quando você suspeitou de um suposto amante você falou comigo, eu me lembro de suas palavras cruéis, e não me surpreende que sua ira o tenha cegado, você ficou tão obcecado por ela que simplesmente a raiva te subiu à cabeça. Sabe por que faz sentido? Porque, ontem você agiu de uma maneira muito estranha, quando você "descobriu" ...— Noah fez sinal de aspas com os dedos ao pronunciar a última palavra. —... que Sofya te traia, você já sabia de tudo. Sofya falou neste papel o seguinte trecho "Caderno de anotações, hoje não estou escrevendo em poemas o que é estranho para mim, mas, hoje Ele descobriu sobre o garoto dos olhos verdes, eu não sei se ele sabe seu nome, no entanto, Ele descobriu que não é o destinatário de meu afeto, e sinto que isso não acabara bem, não para mim", graças a Diarra, agora todos sabemos ao que ela se referia. Sabendo disso, apenas, fale, somente assuma que você a matou, porque "se ela não fosse sua não seria de ninguém", não foram essas as suas palavras? — Noah indagou em tom desafiador, mas sua aura de superioridade se foi ao ver o garoto calado. Ele não se sentia vitorioso, e sim irado, furioso, evidentemente irritado pelo outro sequer assumir o que havia feito. — Assume seu covarde! — Esbravejou, deixando que a raiva falasse por si. — Eu sei que foi você, todos os pontos se ligam, tudo se completa, faça o favor de assumir para o detetive Yoshihara e nos libertar desse terrível sofrimento, e deixe que enfim os Plotnikova-Beauchamp tenham pelo menos um pouco de paz ao ver você pagar pelo o que fez.
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𝙄𝙢𝙥𝙪𝙧𝙚𝙨 | Sofya Plotnikova
ФанфикSofya Plotnikova-Beauchamp, morta no dia 04 de agosto de 2013 às 9 horas, no Our Lady of Mercy. A morte é algo que chega pra todos. Como nascimento precoce existe, morte precoce também, esse foi o caso de Sofya Plotnikova‐Beauchamp. Uma menina nova...