𝐶ℎ𝑎𝑝𝑡𝑒𝑟 𝐹𝑖𝑣𝑒

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Mesmo após os investigadores do local descobrirem Bailey May como o responsável pelo assassinato de Plotnikova-Beauchamp, as pessoas não deixaram de teorizar e acreditar que ainda havia um possível assassino entre as mesmas. E um jovem chines em especial, com uma intrigante fisionomia serena, prestava atenção em a cada uma das teorias, até mesmo nas mais mirabolante e sem sentindo, como a garota no refeitório que alegara ter certeza de que havia sido um suicídio, ou o jovem do time de futebol que acusará todos de serem cúmplices traíras de May, e os lunáticos, como Sasha Parker que acreditava que Sofya ainda estava viva, e cada minuto surgia uma possibilidade nova inventada por alunos desocupados que sequer se esforçavam para conter o olhar de desprezo a qualquer um dos quinze que passassem por si.

Krystian Wang enfiou suas mãos no bolso, e seguiu silenciosamente seu caminho, ele mais uma vez prestava atenção nos boatos ao seu redor e quase podia ouvir a risada de Sofya em resposta as histórias absurdas que surgiam ao seu respeito, e lembrar-se de sua risada foi como mais uma facada atingindo seu coração que ainda tentava superar a morte de uma amiga querida.

— Bom dia, Krystian. —Sina Deinert o cumprimentou, ao passar por ele com as mãos no bolso, o mesmo apenas meneou a cabeça como resposta, pouco disposto a conversar no momento.

Ele enfiou suas mãos no bolso de seu moletom e suspirou pesadamente, Sina havia feito sua mente viajar ao antigo ponto de encontros deles de quando eram pessoas de interesse, e naquele momento ele parou para se perguntar todos também sentiam falta de ter alguém para conversar a respeito da jovem morta. Ele se lembrava vagamente de ter visto Any mais irritada que o normal nos último mês; de Diarra aparentemente estar tranquila, como se nada houvesse ocorrido; ouvira dizer que Lamar se esforçava para voltar ao time de futebol americano; de Shivani ter voltado toda sua dedicação e tempo aos estudos; e assim como todos, presenciara as melhores amigas, Sina e Heyoon, brigarem com uma frequência absurda nas últimas semanas; também havia visto Joalin e Savannah começando a aparecerem juntas recentemente; e havia também visto o novo grupinho, onde Hina a cada dia parecia mais magra, pálida e claramente abatida, Noah não estava muito diferente da garota, apesar de sempre dizer que estava bem, suas fundas olheiras e rosto inchado evidenciavam o que todos já sabiam, e também contava com Josh, que vivia em constante estado de negação, como se ainda esperasse que sua irmã voltasse em algum momento; e Krystian, esse se sentia completamente perdido desde a morte de Sofya, sem entender como de fato se sentia com tudo que havia acontecido desde o início do ano letivo.

Ao fundo de conversas altas, Wang ouviu seu nome ser chamado e rapidamente se virou, e seus olhos castanhos logo encontraram Diarra que avançava ao meio da aglomeração de alunos, a garota havia desmanchado seus dreads azuis e agora exibia sua bela cabeleira natural, que ao ver do outro, a deixava ainda mais bonita de que os dreads.

— Hey, Krys. — Cumprimentou, claramente animada ao se inclinar para abraçar o garoto, porém logo se interrompeu e apenas apertou a mão do rapaz. — Como vai?

— Estou bem, obrigado. — Respondeu de forma educada, voltando a caminhar em direção a sua sala e sendo acompanhado pela garota. — E você, Diarra?

— Estou ótima, maravilhosa, acho que nunca me senti tão bem. — Comentou, tentando expressar quão tamanha era sua animação naquela manhã de segunda feira. — Após longas conversas com a Madre, ela finalmente autorizou que fizéssemos os musicais mensais, ela até ficou animada com a ideia de as coisas voltarem ao normal. — Explicou ao ver o olhar confuso do garoto, e conforme esclarecia, seu sorriso se alargava ainda mais. — Não é incrível? — Indagou, imaginando que a resposta seria um empolgado "sim".

— Não, nem um pouco incrível. — Krystian respondeu ríspido, completamente indignado com a ideia e com a falta de respeito de todos para com os Plotnikova-Beauchamp e os May. — Eu acho insensível fazermos isso em um momento como esse, faz apenas alguns meses que uma aluna daqui foi assassinada e que outro foi preso, é completamente absurdo as freiras permitiram isso.

𝙄𝙢𝙥𝙪𝙧𝙚𝙨 | Sofya PlotnikovaOnde histórias criam vida. Descubra agora