Obliviate - Dramione |CONCLUÍDO|

Capítulo Final

Enquanto o Expresso Hogwarts cruzava as montanhas nevadas da Inglaterra, Athena retocava sua maquiagem com um talento impressionante de não ser atrapalhada pelos solavancos do trem. Além de sua capacidade inacreditável de fazer belíssimas maquiagens, a jovem bruxa também era conhecida pela invejada popularidade que conquistara nesses primeiros meses na nova escola. Depois de Harry Potter, Athena foi a aluna que mais conquistou cochichos na escola e no veículo. Há diversos motivos que expliquem esse fato, mas esse narrador prefere deixar que os fatos se auto-expliquem.

Sua cabine estava mais lotada do que era permitido nos avisos pregados na porta. Todos, principalmente os alunos da sua casa, queriam estar próximos da menina. Mas, Athena não parecia se importar com o que acontecia a sua volta. Depois do traçado do delineador, o que roubava sua atenção agora era a paisagem do lado de fora: os pedaços de gelo, que se equilibram nos galhos de árvores, as decorações de natal sendo montadas em pequenas vilas bruxas, os pássaros de voo baixo e as nuvens, que se movimentavam calmamente pelo céu.

- Athena?- A voz de Zac, o menino que sentava ao seu lado, trouxe sua atenção de volta a cena que se passava dentro do trem. Ele fora a primeira pessoa de sua casa que ela conhecera e se tornaram muito próximos. Era algo bom, ela tentava se convencer, principalmente depois que se afastara gradativamente de seu melhor amigo, escolhido para outra casa.

- Sim? – Ela perguntou olhando para ele pela primeira vez. Nem Zac, nem Athena, nem os outros estudantes da cabine, usavam mais os uniformes pretos da escola. Se olhasse bem rápido, eles podiam parecer crianças normais. Ou pré-adolescentes normais, aos 11 anos não é muito divertido ser chamado de criança.

- O carrinho de doces, não vai comprar nada? – Ele perguntou a fazendo desviar os olhos para a velha senhora que se aproximava para vender as deliciosas e curiosas guloseimas.

- Claro. Eu quero só um sapo de chocolate. O resto eles escolhem. – Ela disse simplesmente ao colocar um bolo de moedas na mão da senhora. A atendente pensou em contestar a atitude da menina, mas os pais que deveriam censurá-la sobre o uso de sua mesada. Não era dever da mulher cumprir aquele papel. Comprar doces para todos, onde já se viu...

- Harry Potter – Athena sussurrou ao pegar sua figurinha embaixo de um sapo que já fugira pela cabine. Aquela figura rara não podia estar ali sem nenhuma razão. Ela acreditava em destino, em sinais, e aquele fazia todo o sentido. A figurinha do famoso bruxo a alertava para algo de muito importante que ela precisava fazer antes que o trem chegasse a estação.

Como se fosse um ritual, uma espécie de preparação para um dever importante, Athena prendeu os longos cabelos loiros em um coque improvisado , guardou a figurinha em seu bolso e começou a trajetória de obstáculos – os pessoas – até o lado de fora da cabine.

Antes que pudesse se afastar, pelo menos um metro, de seu local de origem, uma mão segurou seu braço a fazendo virar em sua direção.

- Onde está indo, Tina? – Zac perguntou em um tom acusatório. Athena tinha certeza que ele sabia para onde ela estava indo e esse era o motivo de sua clara vontade de impedir.

- Eu vou chamar o Fred para ficar conosco aqui na cabine – Ela respondeu com firmeza. Estava decidida a fazer aquilo, ele fora seu primeiro verdadeiro amigo, não podia deixá-lo de lado, precisava ter ele por perto novamente. Queria que voltassem a ser inseparáveis, antes de um chapéu mágico os separar.

- Só pode estar louca! – exclamou Zac chamando a atenção de Becky, uma amiga de Athena, que se sentava quase na saída da cabine e parecia estar distraída com a revista de fofocas da semana. Pelo visto, só parecia.