Capítulo II - Eu vejo gente morta

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Eijirou era um bom aluno, dedicado e esforçado até demais, na verdade, existiam poucas pessoas em sua sala que se comparavam a ele, apesar disso não era de muitos amigos o ruivo não fazia amizade fácil, por sorte conseguiu encontrar uma amiga no meio daquele caos de alunos, Mina Ashido.

A relação dos dois era boa, não podia chegar a dizer melhores amigos se é que um dia Kirishima teve. Um apreciava a companhia do outro, uma amizade que se formou de um acaso estranho do universo, como o encontro e a formação de amizade entre Harry Potter e Ronald Weasley ou até mesmo Tom e sua bola Wilson.
Certamente, seriam grandes amigos quando se formassem, doutores excelentes sem dúvidas. Mina era mais extrovertida, gostava de conversa se expressar e mostrar como ela era, isso era evidente, nas aula, conversas ou quando saíam.


— Isso foi vergonhoso Mina, flertar com o atendente e depois pedir o número dele enquanto anotava nosso pedido.

— Meu querido, se você gosta de deixa as oportunidades passarem okay, mas eu não gosto. Não viu como ele me olhou?

— É verdade, pareceu bem sugestivo. — Kirishima bebeu um pouco de sua bebida olhando os arredores, felizmente Katuski não havia o seguido até lá.

— Está procurando alguém?

— Não, eu só tive a impressão de ver um conhecido, mas não era ele. — Parecia está tudo bem quando Katuski surgiu do chão, aparecendo ao lado da mulher, os olhos do ruivo se arregalaram o que não foi despercebido por Mina.

— O quê? Viu um fantasma é? — Brincou, apesar de pensa que poderia ter acontecido algo a garota olhou para os lados não encontrando nada.

— Bem, tipo isso — Kirishima não sabia o que dizer. — Olha, meu telefone está tocando, vou atender lá fora.

Fora do estabelecimento, o ruivo colocou o seu telefone próximo à orelha e olhou para o loiro, este que estava realmente irritado.

— O que você quer Katuski não posso ter um momento de paz?

— Você se lembra do nosso acordo? Já faz quinze dias e até agora não falou com quem eu pedi.

— Eu estava ocupado com provas, aulas e resumos você mesmo me ajudou — Protestou, apesar de realmente ter esquecido do acordo.

— Então vá agora mesmo! — Katuski se aproximou do rosto do rapaz, se pudesse tocar o mesmo certamente acertaria seu rosto.

— Vou me despedir da Mina e vou ver essa pessoa tá bom? — Desistiu de protestar, teria que cancelar seus compromissos para resolver um acordo idiota, que maravilha.

Entrou no estabelecimento novamente, a moça o aguardava enquanto digitava freneticamente mensagens, Eijirou com a mão no rosto se sentou na frente dela como anteriormente.

— Escuta, eu não vou poder estudar com você hoje, podemos fazer isso outro dia?

— Poxa, você disse que ajudaria é a matéria que tenho mais dificuldade, tem a ver com a ligação?

— Sim, eu preciso me encontrar com alguém

— Namorada? Namorado? — Um fino sorriso se formou nós la da mesma, nunca Kirishima havia contado sobre seus relacionamentos com ela apesar de pensar seriamente que ele não possuía um. — Nunca me disse que namorava.

O rapaz pensou um pouco, cabia a ele mentir para sua amiga ou dizer a verdade e parecer uma pessoa estranha? Por via das dúvidas a resposta mais plausível era a primeira opção.

— Sim, meu namorado quer que eu encontre ele é urgente, sinto muito.

— Tudo bem, contanto que me apresente ele, você nunca me conta essas coisas.

— Certo, tenho que ir.

Ótimo, agora ele iria precisar continuar uma mentira ridícula, que não poderia manter, pois não namorava ninguém e nenhuma pessoa toparia mentir sobre isso para ele, nem para isso Katuski servia.

*

O caminho foi silencioso até a casa da pessoa que Katuski pediu, ele apenas guiava o caminho e Eijirou andava atrás, era um tanto estranho para ele fazer isso, mas havia feito um acordo era um homem de palavra, apesar de temer. Achava ainda mais estranho os motivos que o loiro possuía, este que no que lhe concerne não contava absolutamente nada.

Parou na frente de uma porta marrom, o endereço era aquele mesmo, 221B Baker Street, a rua era silenciosa e não possuía muito movimento. Os olhos do ruivo subiram para a janela do local, a luz estava acessa aparentemente havia alguém lá, então bateu na porta algumas vezes, esperou alguns momentos até uma figura abrir a porta.

A princípio, Katuski abriu a boca, não acreditava que estava vendo aquela pessoa depois de tantos anos, era bem diferente do que estava acostumado a haver quando jovem, mas era ele mesmo. O homem aparentava ter entre 40 a 50 anos, uma barba por fazer que mantinha um charme misterioso e másculo, seus cabelos numa cor diferente verde que não deixava a desejar pois era de fato muito bonita.

— O que você deseja? — Perguntou o rapaz, apesar de tudo parecia ser gentil, quando um grande sorriso estampou seu rosto aparentemente não recebia muitas visitas.

— Um amigo pediu para eu vir aqui, posso entrar? — Ele pareceu ponderar por algum tempo até decidir, se afastou da porta e dar espaço para o mais novo entrar.

— Não repare na bagunça, eu não recebo visitas então não mantenho tudo tão limpo. — Comentou, de fato a casa não era a mais organizada, vários livros e papéis no chão, coisas sobre o sofá e sobre as mesas ele deveria ser bem estudioso. Se sentou na cadeira e olhou para o ruivo. — Mas me diga, quem te mandou? Estou curioso para saber.

Engoliu a seco, ninguém sabia sobre ele ver pessoas que já se foram, ser a primeira vez que confessaria a alguém ainda mais um desconhecido. Olhou para Katuski que estava ao lado da figura, parecia está admirando ou assustado, não entendeu bem suas feições. O loiro então acenou a cabeça para Kirishima confirmando para o mesmo contar o que haviam combinado anteriormente.

— Katuski Bakugou me enviou para lhe dizer algumas coisas, senhor Midoriya. — Os olhos do homem mais velho arregalaram, sua boca abriu e fechou por alguns momentos como se estivesse processando aquela informação, aquela asneira gigantesca.

— Escuta eu não gosto desse tipo de brincadeira, não sei como você sabe meu nome ou o que quer aqui. Vai embora ou vou chamar a polícia. — Ele se levantou repentinamente, estava alterado seu rosto fechado.

— Não é uma brincadeira, eu estou falando sério senhor, eu posso provar. — Tentou acalmar o homem, agora teria que convencer ele de que não era um louco para que não chamasse a polícia.

Bakugou se mantinha calado, não era como se adiantasse falar alguma coisa, as palavras que antes não paravam de sair de sua boca agora só estavam trancadas como um cofre alemão. Estava triste, algumas lágrimas começaram a sair do rosto do mesmo, coisa que Eijirou nunca havia presenciado. Um fantasma chorar.

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⏰ Última atualização: Sep 27, 2020 ⏰

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