Quem iria querer me beijar?

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“Quem iria querer me beijar?”

Os castanho claro que Dinah havia adquirido com o passar do tempo, pareciam sempre distantes. Não era como sua mente estivesse sempre vaga, acompanhada de um expressar sem certas emoções ou reações, mas era assim que funcionava seu universo em particular, colorido com os fios dourados que balançavam lhe fazendo cócegas às bochechas coradas pelo sol, enquanto ela só pudera sentir seu calor aquecendo seu peito vazio. 

Deitada de bruços contra a borda áspera de uma piscina, ela balançava seu braços esquerdo contra a água, afundando-o na altura do cotovelo até que pudesse deixá-la turva com seus movimentos leves. Tinha seus cabelos úmidos, em consideração do tempo que havia dados seus últimos mergulhos e uma concentração incompreendida pela latina que também de bruços - sobre uma toalha - lhe observava na borda oposta, já que ambas se uniam. 

:- Qual seu nível de preguiça, Mila? 

No soar confundindo com alguns distantes pássaros, a mais baixa deitou sua cabeça contra o braço esquerdo pensativa. 

:- Seis. E você? - Sorriu. 

:- Oito. - Respondeu com naturalidade. - E meio! 

:- E meio? tudo isso? -  A latina riu. 

Concordando esboçou o pequeno sorrir afundando levemente as covinhas em suas bochechas cheias, suspirou profundamente a ponto de doer seus pulmões em trabalho e piscando mais que o comum ela continuou; 

:- Ah... Esse sol, essas férias, essa piscina. - Emburrou de forma adorável para aqueles que podiam ver, diferente de sua situação atual. - Dá muita preguiça de pensar que tudo isso vai acabar.

:- Eu tô é com preguiça de fazer nada. - Enrugou seu rosto em discórdia, no seu falar as próprias bochechas moviam-se aos dedos de unhas em rosa escuro. 

:- Eu sou feliz não fazendo nada. - Dinah suspirou. 

:- Não! - Redimiu-se. - A gente nunca faz nada nas férias, nada acontece. 

:- Mas você quer que aconteça o que, Mila? - Voltou a balançar-se contra a água, engolindo a saliva que se acumulava no interior de sua boca. 

:- Ah, não sei. - Divagou erguendo-se para apoiar-se contra seus cotovelos ainda de bruços, deixando de espremer seus seios miúdos cobertos por um biquíni branco. Contornou com a ponta dos dedos o recolher de uma mecha molhada de seu cabelo, colocando-a atrás da orelha. - Os grandes romances, os grandes dramas, os grande amores... - Sorriu desfazendo o mesmo em questão de milésimos. - Nas nossas férias nunca acontece. 

 A polinésia ao lado riu em deboche contraindo seus ombros largos e descobertos.

:- Com quem você imagina o seu graaande amor? - Brincou mesmo que soando-lhe natural. 

A cubana fitou-a rapidamente para logo desviar em direção às próprias mãos mordendo seus lábios enquanto tinha os ouvidos atentos nas palavras de sua amiga; 

:- É você quem diz que na nossa sala só tem sapo! 

:- É... - Deu de ombros ainda sobre os cotovelos, apoiando a bochecha em um de seus palmos. - Não precisa ser um príncipe.

Rindo de forma que contagiaria à qualquer um, Dinah contornou seus dentes brancos com a doçura que carregava toda vez que os deixava visíveis quando algo em particular lhe agradava, mesmo que seu expressar continuasse intacto, hora ou outra mexendo suas sobrancelhas ou a ponta do nariz quando o vento gelado lhe colidia o rosto. 

:- E você? Não se preocupa com isso? - Ofegou baixinho, quase que em sussurros. 

:- Com o que? 

Hoje Eu Quero Voltar Sozinha - NorminahOnde histórias criam vida. Descubra agora