A morena enxugou as lágrimas que insistiam em descer por sua face, retirou-se do quarto das meninas e seguiu para a biblioteca, sua mala já tinha sido levada, mas ela ainda não estava pronta para dizer adeus. A biblioteca foi um ótimo lugar nos últimos dias, haviam segredos que apenas ela conhecia, foi até um canto mais afastado, retirando um livro específico da estante, colocou o pequeno envelope dentro do livro e simplesmente se foi, sem despedida, sem avisar, apenas sumiu da escola.
Hermione adentrou a biblioteca momentos depois disso acontecer, mas ela está ali não era novidade, curioso era o fato dela seguir pelo mesmo caminho que, momentos atrás, Pansy fazia. Não apenas isso como também o fato de pegar o mesmo livro e abri-lo na página em que o envelope estava. Pegou o mesmo e dirigiu-se para uma das várias mesas disponibilizadas no local. Ao abrir a letra perfeitamente desenhada e única apareceu, ela conhecia essa letra muito bem, vinha trocando bilhetes com a dona dela haviam meses, dirigiu o olhar para as letras e começou a ler.
“Querida Hermione,
Sei que não é assim que costumo começar nossos bilhetes, mas no momento esse não é um bilhete qualquer. Eu queria fazer você se sentir como me sinto, então escrevo essa carta para que entenda o que passo, ou passei.
Foi em meio ao caos que eu te conheci. Vi você parada, estava acompanhada dos seus amigos, talvez tenha sido naquele momento que passei a imaginar um “amanhã” junta de você, mas saiba de uma coisa: o amanhã não existe. Não para pessoas como eu. Foi em meio ao caos que eu tive certeza que não queria um amanhã ao seu lado. Eu quero um hoje. Quero estar ao seu lado, segurar sua mão, enxugar suas lágrimas e sorrir de suas observações. Saiba que foi em meio ao caos, com essa certeza, que me vi sorrindo. Sentir-me próxima de você era meu sonho, mas quando a coragem veio e as palavras se formaram você decidiu seguir. Decidiu me mostrar que era feliz. E você conseguiu, mostrou-me que era feliz sem mim.
Foi em meio ao caos, o mesmo que me deu certezas e incertezas, o mesmo que me apresentou você, foi em meio a ele que eu senti o amor nascer. Eu admito que te amei, admito que te amo e que sempre irei te amar. É em meio ao mesmo caos de sempre, esse que me trouxe coisas boas e ruins, que decidi deixá-la ir. Eu te amo e por isso deixo você ir.
Com amor,
Pansy,”Hermione sentiu o ar fugir de seus pulmões quando terminou de ler a carta, a papel em suas mãos estava molhado, mas isso não estava ali antes, pousou a mão no rosto e percebeu, ela chorava. Ela sentia-se fraca, mas ainda sim levantou-se. Foram essas as palavras que levaram a menina para um estado que ela nunca havia imaginado. Ela foi levada ao caos.
Os dias seguiram de forma torturante para ela, observava as pessoas agindo normalmente, como se nada tivesse acontecido. Talvez isso não fosse nada para eles, mas para ela parecia uma guerra. A vontade de procurá-la apenas crescia no peito da menina, mas o julgamento dos outros paralisava ela, ainda mais depois de dizer que namorava ele. Não que Rony não fosse o bastante, ele era incrível, mas ela sentia a diferença. Era estúpido comparar algo real com algo que nunca aconteceu, mas foi logo após o jogo de quadribol que tudo aconteceu.
Rony estava animado, abraçava a menina a todo momento, sorria para qualquer pessoa que passasse por ele, o time havia ganhado, os meninos tinham pegue algumas coisas na cozinha do castelo, de início ele sumia por alguns minutos, logo passaram horas sem o menino aparecer, não só ele como algumas meninas também. Hermione decidiu ir atrás dele, péssima escolha. Ele encontrou o menino deitado em sua cama, no dormitório masculino, mas ele claramente não estava sozinho. Duas meninas estavam ao seu lado, uma delas distribuía beijos pelo pescoço do menino enquanto a outra cuidava dos lábios de Rony.
Ela não sentiu as lágrimas, em partes por estar chocada com a cena, mas nada livrava o menino da culpa de tal coisa. Ela saiu do local batendo a porta, correu pela sala comunal, os corredores já não eram mais obstáculos, as escadas não impedia ela de descer o mais rápido possível, corria para fora das terras da escola e quando finalmente alcançou o lado de fora a menina aparatou para a casa de Pansy, não sabia exatamente onde era, mas a menina falava algumas vezes, entre elas o próprio endereço.
As luzes estavam acesas e os carros pareciam prontos para partir, mas a menina não estava ali, Hermione correu pela propriedade sem se importar com as pessoas a seguindo, ela simplesmente correu a plenos pulmões e quando estava prestes a aceitar que a menina não estava ali, ela avistou o corpo mais a frente. Estava sentada em um balanço, o olhar perdido e a cabeça baixa. Hermione se aproximou de forma decidida, Pansy percebeu sua presença quando alguns passos separavam as duas. Ainda se manteve sentada ao questionar a morena.
━ O que faz... – a fala foi cortada quando as mãos de Hermione seguraram a nuca de Pansy e os lábios macios da morena se juntaram aos seu,s iniciando um beijo necessitado e urgente, mas ainda sim carinhoso.
━ Eu também estou no caos... – falou baixo. ━ e também foi em meio a ele que eu percebi que te amo.
O sorriso de Pansy não poderia ser maior, abraçou a cintura da outra e sentiu ela fazer carinho em seus cabelos.
━ Foi em meio ao caos que encontrei minha paz...
Notas
Olá! Resolvi aparecer apenas no final da historia, não sei o motivo, porém minha cabeça pediu para vir apenas aqui. Eu espero que, se leu até aqui, tenha gostado da história, ainda que minha primeira. Espero poder postar mais vezes.
Obrigada quem leu e é apenas isso mesmo.
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Em meio ao caos...
FanfictionFoi em meio ao caos que encontrei minha paz. Nunca existiu uma verdade maior para a jovem Parkinson. Em meio a cartas e confusões ela encontrou seu ponto de paz. Quem diria que a jovem Granger olharia para Pansy com tais olhos?