Scars

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Faltava um dia para as aulas começarem, e Louis tentava entender seus sentimentos, obviamente falhando, pois milhões de coisas passavam pela mente do menino. Desespero, empolgação, ansiedade, eram alguns que ele já conseguira denominar.

Ele tentou esquecer essas sensações ocupando a mente. Ligou para Luke, que disse que estava em uma viagem de negócios com seus pais, então só o quê restava era importunar Charlotte e conversar com Eleanor.

Londres é um lugar bem movimentado, na opinião de Louis, bem diferente de onde ele nasceu, que era entediante e todos os comércios e restaurantes fechavam às nove da noite. Ele adora como Londres parece que nunca dorme, sempre se escuta risadas e festas nas ruas, isso o traz uma sensação tão boa. É até engraçado o quão diferente são as cidades. Uma é alegre, radiante e cheia de sonhos, enquanto a outra é ranzinza e tudo era visto em cores neutras, mas aqui, poderia facilmente, ser o arco-íris inteiro.

Ontem, em uma de suas caminhadas à tarde, ele viu duas mulheres abraçadas em uma toalha, no parque, olhando para o céu, era tão adorável, sabe? Elas estavam presas em uma bolha que elas mesmas construíram, sem preocupações nem medos. Olhou ao redor e não tinha nenhum olhar de malícia nem de nojo. Louis até soltou o ar que nem sabia que estava segurando, e sentiu que talvez, aqui, ele finalmente encontraria uma casa.

Londres tem cheiro de oportunidade, esperança e fumaça. Sério, o governo tem que fazer algo para diminuir a emissão de gases poluentes.Tomlinson está deitado de bruços em sua cama, ouvindo algo que tocava baixinho no celular, até que sua mãe bate e na porta e ele murmura um "entra".

— Filho, sai dessa cama, o dia está lindo! — Ela abre as cortinas e o garoto geme dramaticamente.

— Ai, mãe, me deixa aqui, por favor. Não quero fazer nada hoje, tô me preparando psicologicamente para amanhã.

— Nada disso, pelo menos venha me ajudar com o almoço.

— Você sabe que nem esquentar água eu sei direito. Péssima escolha. — Risadas da parte da mulher puderam ser ouvidas.

— Isso é verdade, mas não quero que fique aqui mofando, então trate de sair daí e me ajudar.

— Sim, sim, claro. Gemeu dramaticamente de novo e saiu da cama, desceu as escadas e se dirigiu à cozinha para ajudar sua mãe, que acabara de colocar o arroz na panela.

***

É hoje.

Dizer que ele está morrendo de ansiedade por dentro seria um eufemismo para o que ele realmente está sentindo. Seu pai insistiu em levá-lo hoje se certificando que Louis iria ficar bem e que nada daria errado. Mark foi na escola alguns dias atrás para falar sobre seu nome e garantir que todos os chamassem de Louis, por mais que não constasse no documento, ainda. Tomlinson repetiu em sua cabeça, o caminho inteiro, que tudo ficaria bem. As probabilidades de algo ruim acontecer, eram mínimas. A escola era conhecida por ter tolerância zero com preconceito, mas sempre tem aquelas pérolas de alunos que insistem em infernar a vida dos outros só por serem diferentes do "padrão". Em um instante, Louis estava roendo as unhas que foram pintadas de preto por Lottie ontem.

— Pare de roer as unhas, Lou! — Ela briga no banco de trás, e dá um tapinha em sua mão.

— Eu tô nervoso, Lots, me deixa!

— Mas eu pintei elas ontem! Não vou pintar de novo. — Ele coloca suas mãos no rosto e resmunga o quão chata ela pode ser.

— Parem de brigar, não estão vendo que eu tô dirigindo? — Mark se pronuncia. — E olha, não quero tomar partido, mas Lottie está certa, filho. Suas unhas ficam bonitas pintadas, não roa elas. — O maior fala e Louis abre um sorriso.

End Of The Day - lwt+hesOnde histórias criam vida. Descubra agora