rua

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congelado, olhava em sua direção.

com seu moletom cinza, caminhava lentamente até a região onde eu me sentava.
notei que segurava algo, flores.

era um pequeno buquê, com flores pequenas e coloridas. ele jogava uma a uma em direção a água que eu tanto gostava de ver por baixo de meus pés.

- q-quem é? –me fiz de desentendido. olhei rapidamente para o teto, na tentativa de conter as lágrimas.
- não sei. ele veio poucas vezes comer aqui. – disse chan.
- desde o início do ano, ele vai até aquele mesmo pedaço, com seu buquê... sempre as joga no rio... ele vem pelo menos duas vezes por mês. – suspirou. – o vi uma vez na floricultura, onde ele trabalha. ele parece abatido na maioria das vezes.

você está ferido, sei que está.
minha garganta já formava um nó.

é minha culpa é minha culpa é minha culpa

com tais informações rondando em minha cabeça, descido levantar e sair dali. indo para os fundos da cafeteria, onde havia diversas plantas que felix cultivava.

lix se espantou com o movimento repentino.
- ele tá bem? – o mesmo pretendia ir de encontro a minho, mas chan o impediu.
- acho que a gente já conhece ele o suficiente pra saber que agora não é o momento de conversar. vamos deixar ele só por enquanto, quando ele tiver pronto ele vai falar.

do outro lado da rua, o garoto com o buquê em mãos havia os olhos preenchidos por lágrimas.

todos os meses fazia questão de visitar a ponte. não sabia o que tinha acontecido com o "garoto sem nome", não sabia se forçava um luto ou se alimentava a esperança de vê-lo novamente.

- desculpa trazer mais flores... sei que, de certa forma, foram elas que fizeram você ir. – suspirou profundamente. – desculpa...

ele pacificamente ia largando as flores pouco a pouco na água.

- como você esta? por onde anda? não quero pensar que você mor- -ele não conseguia pronunciar tais palavras, não queria imaginar minho tento um final trágico. ficou alguns minutos em silêncio, antes de seguir com sua palavras que eram jogadas ao vento.

- já pensei até em te nomear... –riu. – mas não acho que seria justo. não é como se isso fosse diminuir o vazio que sinto. – as últimas flores já se despediam.- acho que isso só você poderá me dizer...

jisung olhou mais uma vez para baixo antes de voltar para casa.

han agora passa parte do seu tempo compondo, sempre foi apaixonado pela composição. depois de minho, o mesmo virou um poço de inspiração.

"você fez parte da minha primeira música garoto".

não sabe ao certo o que quer para seu futuro...e sente que o garoto que vivia na ponte se sente da mesma forma.

 há sempre de haver nós - minsungOnde histórias criam vida. Descubra agora