Prólogo

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        Amy sempre achou o preto uma bela cor, mas nesse momento lhe parecia aterrorizante, pois ela corre pela escuridão da vasta floresta como se a penumbra fosse devorá-la. Seus pés se enroscam no mato e no longo vestido de festa, mas seus passos ficaram cada vez mais largos e intensos. A respiração da garota fica cada vez mais exasperada ao longo do tortuoso caminho, e as pernas sentem a câimbra se espalhar pela panturrilha querendo impossibilitá-la de continuar sua fuga.

O líquido denso e preto espalhado por seu corpo também não a ajudou a gostar mais da cor, então ignorou a repulsa e continuou sua busca pela saída da floresta. Em um momento de descontrole ela havia achado que o lugar lhe traria segurança, mas não mais.

Olhou para trás em um momento e percebeu que nada mais a perseguia, nem mesmo ouviu mais nenhum uivo o que a deixou aliviada. O medo ainda a fazia tremer como se seu corpo estivesse em um terremoto em escala richter de 7,0. Amy estava a ponto de desmaiar e se dar por vencida, mas se deparou com uma casa e ao checar suas janelas notou que a mesma parecia estar vazia há anos.

A garota se perguntou se ela mesma não parecia vazia agora, e com as mãos trêmulas se dirigiu a porta dos fundos onde provavelmente ninguém a veria por ser muito tarde da noite. Aguentando firme para não se estatelar no chão ela forçou a maçaneta, e para sua surpresa ela cedeu.

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