Foi tendo essa sensação de algo saindo do meu corpo que às coisas se estranharam, além da luz que ofuscava minha visão. Uma luz que saia dos poros finos da minha pele e se apagava depois de me cegar. E, simultaneamente, um peso se instalou nos meus pés, estão colados no chão agora. E ouvi barulhos estranhos de ossos estalando junto da minha carne: se revoltaram da má administração e agora cavam uma fuga. Da ponta dos meus fios até a menor molécula... se remexendo e ganhando vida própria.
<É um motim.>
E a sensação? É aterradora, se quer saber.
É uma sensação de desejo ganhando vida.
É a forma respirando inspiração.
É a sensação da pele de seu corpo, olhos meus, se desligando de seus músculos.
E aí, depois de todo esse rebuliço, lá se vai o maior órgão do corpo humano, andando em seu ritmo único e estranho, seguida dos músculos e órgão que pegam a ideia e repetem no mesmo sentido.
E os ossos que moldavam a sua forma, meu amor, aqueles que faziam você desejada? Eles se desmontam e assume a forma amedrontadora de um animal, com cada parte fugindo de sua função.
Após o horror, apenas um sistema nervoso continua em pé, porém o que se apresenta ainda não é eu, e ele sabe disso. Veias e órgãos fogem do que ficou, da cor que fica... essa cor indistinguível que todos desejaram se ausentar... Tudo o que formava meu corpo se foi e se transformou nessa besta que veste minha pele, que veste meus órgãos e que usa meus ossos.
Só não gostou do mais importante... O Escritor.
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A BESTA.
Non-Fictionsenti algo estranho quando criança, e ignorei. senti um estalar no osso, e silenciei senti algo hoje, e me despedacei ... O aviso tinha sido dado, eu é que não dei devida importância ... tem um outro ser que divide esse corpo comigo, e eu gritei...
