Capítulo IV - Alone Again (Naturally)

20 2 2
                                    

3 nights


Capítulo IV – Alone Again (Naturally)


Por: Rockbebel


"Tem como acabar sem nunca existir?"


Baekhyun reuniu a coragem que ainda possuía e caminhou até o carro, com os ombros caídos, após observar Chanyeol entrar no prédio e sumir de sua vista. Aquele diálogo mal terminado deixava um gosto amargo em seu paladar. Era uma despedida totalmente diferente do que havia idealizado durante o "encontro", e infelizmente, não tinha como mudar aquela situação. E nem conseguiria fingir que o peito não se apertava toda vez que se lembrava da expressão triste de Chanyeol e os olhos que lutavam para não expor o que sentia. Que desastre. Pensaria sobre o dia durante a semana inteira, mas não da forma que gostaria. Dirigiria até o hotel com uma melancolia perceptível. Seu ânimo havia sido completamente sugado. Nem o sol daquela manhã seria capaz de animá-lo.


Suspirou, enquanto abria a porta e se acomodava no banco do motorista, olhou para o lado e lembrou-se da figura de Chanyeol sentada ali, tão perto de si, minutos antes daquele clima infeliz. Mais uma vez, o gosto amargo voltou a sua boca. Olhou para trás, e viu a garrafa de Soju jogada. Sorriu, um sorriso seco, e as memórias atingiram sua mente, ininterruptas. Quando em toda sua vida imaginaria que uma garrafa poderia se tornar algo tão sensível? Ora, era só uma garrafa. Mas era a garrafa que dividiu com Chanyeol. A garrafa do encontro deles. Então, como não se tornar algo sensível? Baekhyun nunca mais beberia Soju da mesma forma.


Gostaria de saber o que se passava na cabeça de Chanyeol naquele momento. Será que ele estaria pensando sobre tudo que viveram em apenas um dia? Ou será que já estaria adormecido? Confortaria — um pouco — o coração de Baekhyun se Chanyeol estivesse na mesma situação. Mas era impossível adivinhar. Era certo que não conseguiria descansar, não com tantos pensamentos desordenados. Não com tantas lembranças de Chanyeol. Era a primeira vez que tal fator acontecia, e Baekhyun não estava preparado para a bagunça que sua cabeça havia se tornado.


Pensar tanto o fazia se esquecer do mundo ao redor. Estava parado dentro do carro, na calçada em frente ao prédio de Chanyeol, e aquela era uma imagem deplorável demais para Baekhyun. Deu partida, dando adeus aquela visão e — ainda que não quisesse — a Chanyeol. Sair daquela calçada concretizaria ainda mais a despedida. Não queria, mas havia gravado todo o percurso até aquele prédio, e se lembraria do endereço com frequência; o que iria prejudicar ainda mais os próprios impulsos quando desejasse ver o Park. Mas sabia que não podia, e essa era a pior confirmação que havia feito. Se não poderia vê-lo, de que adiantaria saber seu endereço?


Não era esse o final que desejava para seu dia tão irreal. Não era esse o desfecho que gostaria para uma de suas fugas inconsequentes. Não era aquela despedida que desejava ter com Chanyeol. Mas o pior de tudo, era saber que não havia o que pudesse fazer. Restava que aceitasse, e que seu coração se contentasse com o que havia recebido.


Dirigir de volta para o hotel nunca lhe pareceu tão triste. Quanto mais se afastava daquela rua, mais seu coração apertava. Não queria prestar atenção no trânsito, mas deveria. Não queria fazer nada além de viver aquela fossa, mas não podia. Baekhyun odiava observar o quanto aquelas pessoas nas calçadas pareciam felizes. Assim como ele estava há momentos atrás. Estava odiando até o sol radiante que não combinava com seus sentimentos. Era essa uma das cenas tristes de filme com trilha sonora melancólica? Pois inúmeras músicas combinariam com o momento solitário que envolvia seu peito.

3 NightsOnde histórias criam vida. Descubra agora