Sempre

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                        🌊🌊🌊

Cato era o cara novo dá cidade. Sua beleza chamava a atenção por onde passava. Da altura exagerada ao seu porte.

Talvez tenha sido isso que tenha levado Peeta ao outro lado da cidade, numa parte pouco frequentada, segui-lo. Ele não tinha a intenção de bisbilhotar, só que era saber mais sobre o novato, assim como não era observa-lo se despir por inteiro, ou mergulhar e passar um bom tempo embaixo d’água. O que preocupou o Mellark e o forçou a sair do seu esconderijo. Ficando chocado com o que viu emergir.

Foi o início estranho de uma amizade. Com segredos sendo descobertos e promessas de sigilo sendo feitas. Mas grandes amizades começaram por muito menos.

— eu já disse que laranja é a minha cor favorita??

Peeta murmurou. Estava deitado sobre uma toalha na beira do rio, com destreza rabiscava em seu caderno de desenhos. Estava nas últimas folhas pois ir ali com Cato havia se tornado frequente. Sempre levava seu caderno, o que rendia um ou dois desenhos do outro rapaz.

— não um laranja comum, o laranja do entardecer. — o Tritão comentou. Havia gravado na primeira vez que ouvira. — É por isso que você fica me encarando?

Cato indagou apoiando os braços numa preda salpicado de musgo, com as sobrancelhas úmidas arqueadas. Acabou por erguer a cauda, deixando claro do que estava falando. Observava com esmero o humano desenhar, era bom ter companhia em seu momento de lazer. E mesmo com todo o zelo para não deixa-lo tocar, Cato já havia bisbilhotado o caderno do rapaz. E gostara de ser o muso, mesmo que alguns dos desenhos tenham lhe deixado desconcertado. Mudado a cor dos seu rosto por alguns minutos. E sempre quando se lembrava, como ocorria naquele momento.

— você é a coisa mais linda que meus olhos já deslumbraram. — Peeta soltou enquanto deslizava o lápis sobre o papel. Quando percebeu que havia falado em voz alta, arregalou os olhos e o lápis errou um contorno, rapaz sobre a folha e deixando-a marcada com um relevo.

— Obrigado. — Cato murmurou. Enquanto um rubor florescia em sua face, subindo pelas orelhas. Houve um disparar em seu peito, enquanto tentava enxergar a feição do outro ao longe.

O Mellark evitou encara-lo e fitou o montinho de areia ao lado, por alguns segundos cogitando a possibilidade de enfiar a sua cabeça ali.

— Eu só quis dizer… — Ele murmurou e franziu o cenho, se policiando. Sua língua parecia ter adquirido vida própria. — isso! — Resmungou, tentando não pensar muito sobre o assunto.

O tritão o fitou sobre as pedras. Mas o Lourinho persistia em fitar unicamente o caderno. O que lhe deixou ligeiramente chateado.

— Gostei do elogio. — Cato afirmou. Além do calor em suas maçãs, havia um sorriso. Um largo sorriso que deixava seus dentes expostos. Desejando um pouquinho da atenção do rapaz. Oras, ele estava ali na areia com o caderno desde que chegaram.

— Agora que vai ficar se achando mesmo…

O Mellark resmungou forçando um sorriso, ainda incomodado com o que deixara escapar; Cato era basicamente tudo o que muitos esperavam, queriam; Bonito, alto forte e com uma pitada de misticismo. Não se surpreendia com todos na escola rodeando seu amigo, ele chamava atenção querendo ou não. Observava a metade humana do rapaz sobre a pedra; os braços cruzados, a pele levemente bronzeado devido ao sol da tarde, de minutos atrás. Os olhos azulados e as guelras se esticando pelo pescoço. Ele lhe inspirava.

— Nem to…

Cato murmurou, alto o suficiente para seu amigo parar quando iria abaixar a cabeça outra vez. Peeta fitou-o armado, vendo a cauda acertar a água com força e a imagem do mais alto se tornar um vulto sob a água; assim como os respingos que se aproximavam feito setas.

Ao pôr do SolOnde histórias criam vida. Descubra agora