A Dor De Amar Você

Oh Maria, como fazes para seu jardim crescer?

A morte se aproximava.

Renjun bomitava buquês inteiros de flores. A dor em seu interior só aumentava. Renjun havia chegado no terceiro estágio.

"As flores agora fazem parte de você, principalmente com o fato de você vomitar buquês inteiros de flores."

Fazia dias que não ia para a escola. Dias que não falava com Jeno, ao menos o olhava diretamente em seus olhos.

Passava horas e dias deitado em sua cama. Tinha medo de sair dela e pegar sua mãe a chorar junto a seu pai pelos cantos da casa. Não queria ter que partir e deixá-los sozinhos nesse tormento. Mas não tinha outra escolha.

Não importava para onde iria, se fosse o céu ou o inferno, Renjun iria cuidar de seus pais como prometido, e cuidaria principalmente, de Jeno.

Fechou seus olhos segundos antes de ouvir a porta ser aberta. Estava respirando, estava escutando cada passo que davam dentro de seu quarto, mas seus olhos não se abriam como antes, estavam entre abertos.

Ao ver Jeno seu coração sorriu. Tinha quase certeza que aquele seria a última vez que veria o rapaz.

E estava certo.

Uma carta em sua cômoda escrita a mão foi encontrada horas antes por sua mãe. Confessou seus sentimentos por Jeno. Talvez, esse seria o motivo do rapaz ter chegado segundos antes da morte de Renjun. Lá fora, a chuva caia semelhante as lágrimas do coreano.

Suas memórias corriam como um filme em sua mente. Naquele momento, descidiu virar moradia para as flores de cresciam em seu interior.

Abriu sua boca deixando um último buquê sair de dentro de si. Segurou fortemente os espinhos e deixou sair seu último suspiro.

Renjun optou por se entregar a morte da forma mais bela: sufocado pelas flores prediletas de Jeno. Optou por morrer amando o rapaz. No entanto, estava mais vivo do que nunca, pois florescia internamente.

Não havia mais volta, o chinês havia partido para sempre.

Mesmo estando preenchido, Huang Renjun morreu vazio. Sendo apagado de seu mundo de dor… sendo apagado de seu mundo sem cor.