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Narrador


Dizem que a morte é triste, mas sinceramente eu não acredito nisso, a pessoa que está indo não sofre, ela apenas se vai, como uma onda, as pessoas em geral são como ondas, elas vem e vão, nenhuma nunca fica para sempre porque nada é para sempre, nem mesmo a natureza.
Quem realmente sofre com a ida de pessoas são as que ficam, as que faziam parte da sua vida, constantemente estamos perdendo pessoas e tendo que lidar com isso, porque a vida em si é uma perda inevitável, uma daquelas que não podemos controlar e muito menos impedir, apenas esperar.

Sabina olhava em volta, o fogo se alastrava mais e mais, sua respiração já começava a falhar, se colocava as lado da amiga que ainda estava na mesma posição de minutos. Sina não parecia se importar com o fogo, muito menos com o fato de que se ficassem mais tempo ali morreriam, estava alheia.

- Sina - Sabina dizia entre tossidas - Sina, precisamos ir

- Não

- Sina, precisamos ir, já não dá quase para respirar, vamos morrer se continuarmos aqui!

- Sabina - falava mais alto o nome - Eu não vou sair daqui

A mexicana olhava tentava de todo jeito achar uma saída para a explosão, que era impossível, as portas e pedaços do teto caiam cada vez mais, destruindo o local que uma vez já havia sido a casa de alguém.

- Inferno - praguejava e puxava Sina pelos braços, fazendo com que a alemã gritasse

- Não, não, me solte Sabina! Me solte agora, Sabina! - Sina berrava com o pouco ar que tinha em seu pulmão, enquanto Sabina arrastava a mesma casa a fora

As duas chegavam perto de Heyoon, que se assustava pelo movimento, a coreana tinha as mãos dadas com Any e parecia rezar, lágrimas eram derrubadas.

- Você não tinha esse direito! - Sina gritava para a amiga - Eu tinha escolhido ficar, se queria ter saído era melhor que fosse sozinha

- Você está em choque e eu não vou brigar agora, temos mais o que nos preocupar

- Mais o que nos preocupar?? - Sina quase gritava - Luna morreu Sabina, ela morreu, a mulher que meu criou a vida toda morreu por causa daquele imbecil. Uma vez na vida você pode parar de ser egoísta e respeitar os desejos das outras pessoas?

- Eu? Egoísta? Sina você queria morrer, estava lá dentro porque sabia que aquele lugar ia explodir logo, ia abandonar tudo - apontava

- Abandonar o que? Eu não tenho mais nada? Você me tirou a escolha, eu escolhi no momento em que ela respirou pela última vez

- Você não tem o direito de escolher! - a mexicana gritava dessa vez - A Luna morreu e nós entendemos, está sofrendo e queria ficar ao lado dela, eu te entendo, mas ainda estamos vivas - apontava ao redor - Ainda estamos aqui.... Eu não sei se a Joalin vai acordar ou a Hina ou Sofya.... A Shivani pode perder a perna, a Heyoon tem tanto vidro nas pernas dela que dá pra construir uma janela inteira e a Any..... a Any tem tudo misturado em um e mesmo assim tentou ajudar o máximo. Então não Sina, você não tem o direito de escolher

- Parem - Heyoon pedia - Parem por favor

Momentos de silêncio se instalavam, apenas o barulho do fogo queimando as partes finais da madeira. Talvez todas elas de fato teriam que morrer para que a vingança de Richard fosse cumprida.

- Estão ouvindo isso - Heyoon levantava a cabeça chamando atenção das outras - Tem alguém chegando, sirenes








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Sina abria o olhos, piscando com lentidão, observava a luz ao redor e tentava se acostumar com a força da luz branca que forçava sua visão a se acostumar, sentia a cabeça pesar mais que o próprio corpo que estava mais que anestesiado, apesar disso sua cabeça funcionava a um milhão, fazendo com que não apenas flashes de memórias ocupassem sua mente, mas elas por inteiro, a perna de Shivani, os gritos de Sabina, Heyoon com panos sujos em sua boca, Any desmaiando em
todos os momentos e o resto delas desacordadas.

𝐭𝐡𝐞 𝐨𝐭𝐡𝐞𝐫 𝐧𝐞𝐰𝐬 » 𝐧𝐨𝐚𝐫𝐭Onde histórias criam vida. Descubra agora