Ava Bittencourt
Me aproximo com o coração batendo forte, Deus ele está tão lindo, e fora o sorriso que me deixa encantada, beijo seu rosto e olho em seus olhos, tão pretos como a noite, o que me faz suspirar.
__ Oii.
Digo timidamente.
__ Oi Ava, você está muito bonita.
__ Obrigada, você também.
Sorrio sem graça e entramos no carro, me surpreendo quando ele estica o braço e segura minha mão, nunca tive um encontro com garotos e confesso que estou muito nervosa.
__ Está tudo bem Ava ? Você parece inquieta.
__ Você me deixa nervosa.
Ele sorri de lado me fazendo sorrir junto.
__ Isso é ruim ?
__ Depende.
Dessa vez ele gargalha, seguimos pelas ruas em um clima totalmente tranquilo, quando paramos no farol ele me olha intensamente.
__ Me conte um pouco sobre sua família.
Digo e ele sorri sem graça.
__ Moro com meus pais e meu irmão, temos uma convivência boa até porém nada de tão interessante, e você?
__ Moro com a minha mãe, pais separados, sabe né?
Dou uma risada fraca.
__ Complicado né.
__ Bastante.
__ Mais hoje vamos falar de nós Ava, família fica para outro dia.
Me animo quando ele diz isso, sinal que teremos outro encontro, ao chegarmos no shopping saímos do carro e seguimos para dentro, nos dirigimos diretamente para o andar de filmes, chegando na fila do cinema paramos para comprar os ingressos, continuamos nosso dialogo sobre nossa vida, tudo o que ele diz me faz ficar hipnotizada por ele.
Quando entramos na sala para assistir o filme, algo me incomodou bastante, Otávio não saia do celular mas não podia cobrar, afinal nem sabia o que éramos e se éramos alguma coisa, e era apenas a segunda vez que estávamos juntos.
__ Algum problema Ava ?
Ele me pergunta quando sente meu olhar sobre si.
__ Não, apenas você está perdendo o filme por conta do seu celular.
Ele sorri e me olha.
__ Sem cobrança gatinha, não tem nada pra se preocupar.
Fico sem graça porém não digo mais nada, o filme termina e seguimos em direção a praça de alimentação.
__ Vamos comer algo ? To morrendo de fome.
Aceno com a cabeça e seguimos para a lanchonete sem conversar, confesso que está bem estranho isso tudo, então resolvo me pronunciar.
__ Otávio eu estou sem fome, pode me levar pra casa ?
Ele me olha.
__ Por que ? Está cedo.
__ Bem talvez por que você não sai do celular e eu estou aqui com cara de trouxa.
Solto um suspiro pesado.
__ Desculpe estou falando com uma amiga, tenho uma festa pra ir hoje.
Começo a pensar que amiga seria essa mas decido não falar por que não temos nada, ele volta sua atenção para o celular e eu suspiro me levantando e indo em direção a saída, quando alcanço o ponto de táxi sinto meu braço ser puxado.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Construindo Lembranças
RomanceO passado, mesmo que deplorável, não deve ser enterrado, às vezes, são as tristes lembranças que nos impedem de cair em precipícios repetidos.