É época de inverno, os garotos saem do banho, trocam-se e se deitam em frente a lareira, Heldy o abraça forte na tentativa de esquenta-lo.
-Dy quanto tempo temos? - Math pergunta.
-Temos o sempre. - Heldy afirma, havia certeza em suas palavras.
-O que você está planejando?! - Math segura a mão de Heldy.
-Vamos fugir!
Math desfaz o abraço e levanta bruscamente.
-Dy você está ficando louco?! É um chamado do rei, não tem para onde irmos, você pode morrer.- Math falou indignado.
-O velho pode nos ajudar, ele deve saber de algo. Por agora vamos descansar, venha. - Heldy forçou um sorriso. Math se deitou de costas para Heldy e se acomodou em seus braços.
De manhã no dia seguinte, acordam com pessoas falando sobre um boato a todo canto.
-Você ficou sabendo? A família real foi quase toda assassinada.
-Amiga eu acho que isso é mentira, a família real ser assassinada? Eles são os mais protegidos.
-O que?! -Heldy fala sonolento.
-Você também acordou.
-Será que tem algum envolvimento comigo?! - Engoliu seco. - Vamos falar com o velhote.
Os garotos foram até o alojamento do velho o questionar, era um pequeno bar de bebidas rústico com cheiro de cerveja e bêbados caídos por todo lado, de mãos dadas pularam um senhor desacordado na porta, e seguiram em direção ao balcão onde o velho se encontrava.
-Imagino o que vieram fazer aqui. Aceitam uma bebida?
-Temos só 17 anos velhote, vim aqui para lhe pedir uma ajuda. -Afirmou Heldy.
-Pode dizer garoto. -O velho falou enquanto acendia um cachimbo.
-Quero fugir! Não quero ir para o palácio, não quero me separar do Math. Eu queria a sua ajuda... - Falou desesperado, o velho se mostrou compreensível.
-Garoto... Peço desculpas desde já, vou lhe contar a verdade. O assassino que matou a família real, na verdade, se chama Erick Heldy, Heldy é o nome de uma família de assassinos, querem te levar para arrancar informações, ou até para te condenar.
Heldy franziu as sobrancelhas e indignado bateu no balcão.
-Como souberam da minha existência, eu não conheço ninguém com esse sobrenome, aliás Heldy é o meu nome, o meu sobrenome, na verdade, é Counly. - Heldy recuperou o folego. - Que merda!
-Eles souberam por mim, eu comentei de você, me desculpa garoto, foi minha pior escolha. - Seu rosto se entristeceu. - Eu posso te ajudar a fugir, na minha taberna há uma passagem por onde eu contrabando bebidas, você conseguiria sair do reino sem ser visto, será difícil sobreviver, darei alimento o suficiente para alguns dias.
-Obrigado velhote... É uma grande ajuda. - Falou Heldy cabisbaixo. - Podemos ver a passagem?
-Me acompanhem.
O velho os levou, era pelo chão o velho abriu o alçapão de ferro, em baixo havia uma escada, era escuro, úmido e quente.
-Vocês devem seguir por essa direção. - o velho apontou. - Quando irão?
-Hoje.
-Hoje?! - O velho e o Math se surpreendem.
-Eles podem vir a qualquer momento. -Forçou o maxilar.
-Guardas reais?! O que fariam aqui?! - Era audível do lado de fora da taberna.
-Merda!
-Entrem garotos. - O velho falou desesperado, eles entraram e então fechou a entrada, estava abafado e muito quente.
-Vai na frente Dy, vou ouvir a conversa.- Math sussurrou.
-Cuidado Math... - Heldy então seguiu correndo.
-Eu não consigo levantar esse alçapão - Murmurou Math.
Batidas na porta de madeira da taverna eram audíveis, nesse momento Math largou o alçapão imediatamente e observou pelas aberturas do mesmo. Entraram três guardas reais, sua armadura havia um símbolo real desenhado.
-Olá posso ajudar? -Disse o velho.
-Onde está o bastardo?! - Suplicou o guarda.
-Não sei de quem está falando. -O velho negou.
O guarda pegou na gola de sua blusa e levantou bruscamente.
-Onde está Heldy Counly?! Responda!
-Estou... Sem... Ar... - O guarda então o arremessa no chão.
-O que fez com ele?!
-Eu não sei do que estão falando, eu não sei de nada! - O velho afirmou se tremendo.
-Vasculhem e leve-o para a prisão. - Os outros dois guardas o pegaram pelo braço.
—ME SOLTEM! ME SOLTEM!!! — O guarda então o desacordou com um golpe, Math correu nesse instante.
Cansado e ofegante Math alcançou Heldy.
—O que aconteceu?! —Sem visão Heldy estende sua mão na tentativa de encontrar Math.
—Levaram o velho, eles estão vindo. — Disse recuperando o fôlego.
O som das botas de ferro dos guardas em contato com a poça de água, ecoou por todo o túnel.
—Sr. Heldy Counly apareça!
Math desesperado pegou na mão de Heldy e correu, correram até não encontrar uma saída, não havia mais caminho, acabava ali.
—Não tem para onde ir merda — Heldy disse recuperando o fôlego.
—Não é possível que seguimos o caminho errado! O velho falou que era por aqui. —Fechou o punho. —Estamos encurralado.
Os garotos se abraçaram forte, não ligavam para o calor que ali fazia, não ligavam para mais nada, pois o tudo estava ali com ele e poderia partir para sempre. Passaram minutos e minutos os guardas não chegaram lá.
—Eles não foram a fundo? — Math se viu com esperança.
—Acredito... que sim... —Falou ofegante.
—Tudo bem?! Se apoie em mim, vamos voltar. —Math o ajudou, caminharam pela escuridão, cansados, desesperados, mas nada disso importava, eles tinham o principal, determinação para ficarem juntos.
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Obsessão
RandomNa época medieval, 2 amantes Math Furky e Heldy Counly queriam viver uma vida tranquila, mas o rei perseguindo Heldy não deixa que isso aconteça, fugindo Heldy busca descobrir o motivo dessa obsessão.