Um certo dia voltávamos de um café meu colega e eu, com o seu cachorro. Quando dobrávamos a esquina mais próxima da minha casa, o cachorro soltou-se num impulso começando perseguir alguma coisa.
Corremos tentando alcança-lo e nos deparamos na casa de um antigo vizinho que há pouco falecera. Quando conseguimos encontrar o pequeno animal já estamos os três dentro da casa. Ela já está velha cheirando ao tempo, o piso estala, e antes mesmo que pensemos em voltar o piso cede e caímos bruscamente em um lugar escuro.
-você está bem? Pergunto ao meu companheiro.
-estou! Responde batendo a poeira da roupa.
Quando levanto os olhos vejo um Porão,observo a mobília quadros, tem mais coisas que a própria casa! Depois de olhar começamos explorar aquelas coisas. Quando em meio a um armário encontro um baú, quando conseguimos abrir fico surpreso.
-São cartas? -Sim, são respondo observando algo mais embrulhado, presentes concluo.
Ele me mostra uma medalhinha, abro e vejo duas fotos de um lado uma mulher jovem, e muito bonita, na outra foto meu vizinho a julgar pelos olhos. Abrimos as cartas escritas por Afonso Lincon, para sua esposa, eram todas escritas na mesma data a cada ano. Eram postas com um presente, ele a felicitava e declarava seu amor, como outros baús aquele guardava um tesouro. Encontro uma que parece ser a última pela data, estava escrito.
-Minha querida Amélia hoje é teu dia, apesar dos anos sem ti, 40 longos anos, sinto que te amo ainda mais, lembro-me de ti a cada instante teus lábios e teu olhar. Sei que logo estarei junto a ti minha amada, tu fostes e sempre serás a única, minha Amélia sempre serás a única.
Ele pesenteava a esposa todos os anos mesmo depois da sua morte! Fico ainda mais surpreendido quando me dou conta, todas aquelas coisas no porão são dela, exatamente tudo! O tempo não poude levá-la dali, nem dele. Deixamos tudo no exato lugar em respeito as memórias do porão, e voltamos, mas, de certo jamais esqueceremos esse dia e principalmente aquele lugar.