Destino

Incertezas pt 1

POV OSMAR

   O Victor acabou de me deixar em casa e o meu relógio já marcava 2 horas da manhã, tomei um banho e fui para o meu quarto tentar dormir.

Esse dia havia sido o melhor da minha vida, aquilo era o que eu realmente queria fazer para sempre.

   Embora tudo estivesse ocorrido bem, algo me incomodava quando fechava os olhos, o rosto dele aparecia e aquele sorriso me transmitia uma paz, mas isso não era possível, eu nunca senti isso por ninguém.

   Olhei no meu relógio de pulso e já marcava 4 horas da manhã, era impossível dormir, eu tinha inúmeras pergunta e não sabia como achar resposta.

(...)

   Acordei e já se passava de 12 horas, liguei para o Victor, eu precisava esquecer aquilo.

  - Eai Victor, eu estava pensando em sair hoje e comemorar o sucesso de ontem - Era uma desculpa perfeita para ele não perceber que eu precisava sair só para beber.

  - Eai cara, essa é uma ótima proposta, e eu tenho uma ideia para deixa - lá ainda melhor.

   - Claro, que você pode escolher o lugar.

  - Não é isso imbecil, estava pensando como ontem à noite o show não foi só nosso, estava pensando em chamar o Rominho e o Murilo, eles são muito legais.

   - Por que não?! Acredito que será divertido, mas tem um problema como nós iríamos chamar eles? - Essa ideia tinha que dar errado, eu não queria encontra - lo de novo, pelo menos até eu entender o que estou sentindo.

   - Ontem à noite, quando você estava babando no seu novo crush, eu peguei o número do Rominho e do Murilo, se você estivesse prestando atenção tinha visto.

  - Vai te fudê, eu só não lembrava, e outra me deixa em paz, eu não gosto de HOMEM.

   - Pra que se estressar? Eu só estava brincando e não tem problema sentir algo por homem, eu vou desligar, pra chamar os meninos e como você deixou eu escolher o lugar, mais tarde te passo a localização.

  - Até mais tarde.

(...)

   Nós iríamos para um barzinho, bem arrumadinho, e o meu maior medo aconteceu, o Murilo aceitou ir.

Entrei no banheiro tomei um banho demorado, vesti uma camiseta cinza, uma calça jeans e um tênis. Eu estava bem ansioso.

   Deu 20 horas pedi um Uber, como iria para um bar não poderia dirigir.

(...)

  Cheguei e todos já estavam lá, e eu cumprimentei cada um e estranhamente ele me cumprimentou com um abraço e aquele abraço era o melhor, eu queria morar nele, mas o Victor e o Rominho chamaram a gente para entrar e escolher uma mesa.

   Eu costumava beber só cerveja, mas naquela noite eu precisava de algo mais forte, e eu comecei pedindo uma tequila.

   Nós quatro conversamos sobre tantas coisas, não sei se era o álcool começando a falar mais alto, mas o Rominho teve uma ideia que na hora parecia boa.

   - Gente eu não sei vocês, mas ontem eu gostei de apresentar com vocês, nós poderíamos formar um grupo com quatro paraenses.

   O Victor não pensou duas vezes e disse.

  - Esse é uma excelente ideia.

   Eu e o Murilo só concordamos com a cabeça. Nessa hora eu pedi uma vodka, é depois disso eu comecei a ficar meio tonto e lembro que o Rominho chamou a gente para a pista de dança, e estranhamente apenas o Victor aceitou ir.

  Na mesa ficou apenas eu e o Murilo, e pela situação eu pedi mais um copo de vodka e ele pediu o mesmo, e essas são minhas últimas lembranças.

(...)

   Eu abri meus olhos, olhei no relógio e era 12 horas, felizmente era feriado e não iria trabalhar naquele dia, mas algo chamou minha atenção, eu não conhecia aquele quarto e nem aquela cama, olhei para o meu lado e tinha um homem deitado, aquela cachos só poderia ser dele.

   Que merda eu tinha feito, eu não me lembrava absolutamente de nada, olhei embaixo da coberta e eu estava sem camisa e sem calça, meu cabelo estava molhado, aquilo estava ficando cada vez mais estranho.

   Eu não tinha coragem de olhar na cara dele, eu iria sair sem ele me ver, que hetero de Taubaté que eu era. Comecei vestir minhas roupas com cuidado para não acordar ele, mas falhei miseravelmente. Quando ele acordou eu só tinha uma missão descobrir o que tinha acontecido.