Capítulo 3 - Será mesmo que você não lembra?

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Não preguei os olhos noite passada, eu não conseguia  achar motivos suficientemente convencíeis para que HyungWon tenha me beijado —tá que não foi um beijo, foi só um selinho— mas de qualquer forma eu não entendo, mesmo que ele estivesse bêbado, mas... Foi tão bom sentir o cheiro dele tão pertinho, e juro que não esperava sentir seus lábios nos meus, tão cedo em minha vida, pensei e rolei tanto na minha cama que até caí e bati a cabeça no chão.

Rondei pela casa mais parecendo uma alma do que uma pessoa viva, minha mãe até assustou-se quando apareci na cozinha plenas 6h da manhã, com uma camisa branca gigante, os cabelos bagunçados, um pequeno galo na testa e a boca cheia de baba seca.

—Noite ruim? Escutei quando você caiu da cama lá no meu quarto. — Ela riu de mim, apoiando-se no balcão.

—Péssima. Dormir não deveria ser algo tão difícil. — Esfreguei a testa fazendo um bico, peguei alguns cubos de gelo e voltei ao meu quarto.

Sentei na cama chiando ao sentir o gelo em contato com minha pele, e comecei a pensar novamente. Já não basatava a noite, tinha que tomar meu dia com isso também.

Cheguei a conclusão de que iria ignorar todos os conselhos do Wonho, e fingir que nada aconteceu, HyungWon sempre foi fraco para bebidas não iria lembrar de qualquer forma.

Porém, ainda tinha uma parte de mim que queria tanto que ele lembrasse...

Mas é que ouveram chances de falar algo à respeito do que sinto, porém não tomei alguma atitude. Se HyungWon gostasse de mim, ele também não fez nada à respeito, talvez seja melhor continuar assim.

Sempre fomos assim, intensos... Sim, intensos deve ser a palavra, talvez, talvez realmente não devêssemos ter a chance de ficar juntos algum dia, esse tipo de ocultação de sentimentos dói. Mas é ainda pior quando sei que sou o culpado.

Ninguém deveria chegar ao ponto de esconder que gosta de alguém por tantos anos, mas também não faz tanto tempo que percebi isso.

Por isso, acho melhor continuar do jeito que está. Só preciso ignorar o que aconteceu, e então torcer para que ele esqueça, se HyungWon fez aquilo deve ser porque estava bêbado, não porque queria algo comigo. Mas sobre tratá-lo mal, vou tentar melhorar isso, só espero que não cause mais desavenças entre nós.

Foi quando estava caminhando para a universidade que o vi pela primeira vez no dia, HyungWon que morava perto estava parado do outro lado da rua aguardando o sinal abrir, me perdi por alguns instantes o observando, HyungWon vestia uma calça jeans colada, uma camisa de mangas brancas estilo social, uma máscara e um chapéu preto como acessório.

Quando olhei para seu rosto vi que ele me encarava com um sorriso debochado, e então tratei de caminhar o mais rápido possível para refugiar-me em algum canto da sala.

Logo que o sinal do intervalo soou pelos interfones do campus de artes visuais, peguei o dinheiro do meu almoço e segui Wonho e nosso grupo de amigos até o pátio, alguns deles sentaram-se na nossa mesa de todos os dias, já eu fui para a fila junto de Wonho, ChangKyun e HyungWon.

—Olha que droga, dá pra parar de furar a fila? — Reclamei, quando HyungWon passou na minha frente.

—Desculpa, é que você é tão pequeno que não vi. — Então o HyungWon de todos os dias voltou para infernizar minha vida? Não sei o que prefiro, mas ainda assim fiz questão de olhar para Wonho e ChangKyun com uma cara de; 'O que foi que eu disse pra vocês?'

🐹.🐢

—Kihyun? Dá pra ir fazer as compras agora? — Fazia algumas horas desde que havia chegado da faculdade, e então lembrei que tinha dito à minha mãe que iria fazer as compras do mês.

—Dá sim, deixa o dinheiro em cima da mesa, eu já vou! — Guardei o livro que estava lendo para me distrair, e calcei uma chinela, desci as escadas, peguei o dinheiro, e então fui à pé e na roupa que estava, já que o mercadinho era bem perto da nossa casa.

Aproveitei que o lugar não estava cheio, peguei um carrinho e comecei a passar pelas prateleiras, pegando o que lembrava de tudo que minha mãe falou-me. Até que cheguei no corredor dos doces e o vi pela segunda vez no dia, pensei em sair correndo com meu carrinho, mas HyungWon já tinha me visto, e ali não era um lugar privado somente para ele, não é mesmo?

—E aí, Kihyun! — E lá vem ele, com aquele sorriso perfeitamente lindo, que com toda certeza me deixa completamente desarmado.

—Oi, HyungWon... - Tentei focar nos chocolates que eu mesmo queria comprar para mim, e ignorar sua existência por algum tempo.

Deveria ser crime tomar conta da vida de alguém assim, porquê além de ter que suportar meus pensamentos que claramente o incluem, o destino ainda me faz o encontrar casualmente, ainda mas quando saí de qualquer jeito, já HyungWon, perfeitamente arrumado e cheiroso.

—Ontem foi legal, né? — Estranhei como ele puxou assunto do nada, ainda lembrando da fatídica noite passada.

—Foi?... — Estudei seu rosto, e o sorriso de canto, me encostando contra o carrinho de compras, esperando pelo que sabe-se lá o Chae iria dizer.

—É, foi sim. Só acho que bebi demais, acordei com a cabeça doendo bastante. — Ok, beber demais serviu para alguma coisa.

—Bebeu mesmo.

—Você lembra se fiz algo... Não muito normal, ontem? — Impressão minha, ou ele estava mais perto?

—N-não, você não fez nada.

—Hm' não sei, algo me diz que fiz alguma coisa. — Ele dá de ombros, ficando bem em minha frente para pegar algo na prateleira atrás de mim.

—Não... — Duvido que ele não esteja achando estranho, acho que não sei mentir.

—Tudo bem. — Em alguns poucos segundos, seu corpo estava quase que colado contra o meu, tentei afastar para trás mas senti minhas costas baterem contra a prateleira. — Você tem algo contra fazer as coisas de modo fácil?

—O quê?!

—Porque realmente, você torna tudo muito mais difícil. — Pude sentir sua respiração contra meu rosto, tentei colocar as mãos nos seus braços para o empurrar, mas não tive forças o suficiente, depois de fitar seu rosto tão bonito pertinho do meu.

—Do que você está falando?

—Por quê fingir que não lembra? Não é mesmo? — Ele estava perto, tão perto. Não sabia se surtava com o fato de estarmos tão perto, ou com o fato de que as pessoas passavam e ficavam olhando para nós.

—Lembrar de qu-

Mal tive chance de terminar minha outra tentativa de mentira, HyungWon colocou suas mãos em minha cintura me puxou ainda para mais perto, e tão rapidamente quanto no momento em que se aproximou, selou seus lábios aos meus novamente em mais um selinho roubado.

—Acho que lembrei, e você? — E então me soltou, piscando o olho, e ainda por cima soltando uma risadinha convencida quando me viu quase caindo por cima do carrinho. —Será que você não lembra?

Stolen Kiss「HYUNGKI」Onde histórias criam vida. Descubra agora