Não adianta fugir

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Ele andava a passos largos até a casa da mulher, estava preocupado e com medo de que algo muito ruim pudesse ter acontecido, por conta do tom de voz da filha dela ao ligar para ele. Ainda na casa, a empresária chamava a atenção da menina.

— Eu não disse nada demais. - Sofia deu de ombros. — Apenas disse que você tinha se queimado.

— Eu não quero incomodar o Germano. - continuava com a mão imergida dentro da vasilha com água e gelo. — Nós não estamos mais juntos e você sabe disso.

— Mas ele é pai do meu irmão, qualquer coisa que acontecer com você enquanto o bebê tiver na sua barriga é de responsabilidade dele também. - a menina falou deixando a mãe sem resposta e logo em seguida escutou a campainha tocar. — Tio! - o abraçou após abrir a porta.

— Oi, Soso! Cadê sua mãe? Como ela está? - o empresário adentrou o interior da casa enchendo a menina de pergunta.

— Está na cozinha, um pouco nervosa por conta do susto. - a adolescente mal terminou de falar e o homem praticamente correu até o outro cômodo deparando-se com a imagem de Lili sentada em uma banqueta próxima ao balcão, com os olhos marejados porque sua mão ainda doía.

— Como você está? - aproximou-se.

— Estou melhor, foi só o susto. - respondeu sem olhar para ele. — Ai, meu amor! - reclamou após sentir o chute do bebê. — Já passou, calma. - começou a acariciar sua barriga sobre os olhares atentos do empresário.

— O... o bebê chu... chutou? - questionou incrédulo.

— Já faz alguns dias que ele anda me chutando. - continuou sem olhá-lo.

— Lili... - questionou chamando sua atenção. — Posso? - apontou para a barriga dela que assentiu. — Eu sei que faz alguns dias que não falo com você, me desculpa, mas você está em meus pensamentos toda hora. O coração do papai é seu, minha vida. - aquele pequeno momento fez com que os dois esquecessem que estavam brigados.

— Ele sentiu sua falta. - estava emocionada com aquela conversa de pai e filho.

— Pelo visto ele não vai perdoar o papai hoje, né? - continuou acariciando a barriga dela referindo-se ao bebê chutar novamente.

— É... - suspirou.

— A Sofia me ligou agoniada, pensei que tivesse acontecido algo pior. - falou afastando-se um pouco dela. — Vou comprar uma pomada para queimadura e volto já. - virou-se para ir embora.

— Não precisa, Germano. Eu não quero te incomodar. - o olhou. — Pode ficar tranquilo. O bebê está bem e isso que importa. - levantou-se da banqueta indo em direção a sala e sendo seguida por ele.

— Orgulho agora, Liliane? - a puxou pelo braço.

— Você disse que só o bebê te importa e ele está bem. Com licença. - andou em direção às escadas, mas foi parada por Sofia que descia a mesma.

— Achei a pomada, mãe. - entregou-a a mulher.

— Obrigada, filha! - beijou a testa da menina. — Por gentileza, acompanhe o Germano até a porta. - piscou para ela e subiu as escadas sem ao menos olhar para trás.

— Ela está brava. Você está bravo. Pelo visto eu sou a única peace and love daqui. - Sofia brincou fazendo o sinal de paz e amor.

— Você é uma graça, isso sim. - gargalhou recebendo o abraço da menina. — Cuida dela, tá? - referiu-se a Lili. — Me dá notícias. Ok?

— Eu posso tentar. - deu de ombros caminhando até a porta. — Ela quase me matou com o olhar quando soube que eu tinha ligado para você hoje.

— Sua mãe é complicada...

Sorte & AzarOnde histórias criam vida. Descubra agora