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Sina||

Já faz 20 minutos que a aula acabou, e Abby era a única criança que não tinha ido embora. Noah não veio pegar ela e também não mandou nenhuma mensagem falando se estava atrasado ou não.

-Quer que eu ligue para o seu pai de novo? - Pergunto para a menina, que estava sentada no chão.

-Ele me esqueceu. Papai nunca me esquece. - Ela faz beicinho. - Ele me abandonou também?

Os olhinhos dela enchem de lágrimas. Meu coração se despedaça no mesmo instante.

-Não, meu amor. - Sento do seu lado. - Seu papai deve ter tido algum imprevisto, e não pôde avisar. Daqui a pouco ele aparece aqui.

-Não quero ser abandonada de novo. - Ela me abraça.

Meu deus, eu vou chorar junto.

-Você não vai, by. - Aperto ela nos meus braços.

Dez minutos se passam e nada do Noah. Pego meu celular para ligar novamente, mas no mesmo segundo ele aparece na porta.

-By, me desculpa, amor. - Ele fala indo até a menina. - Tive que ficar no estúdio até agora, filha. Pedi pra tia Sabina te buscar, mas ela não atendeu minhas ligações, o tio Krys estava trabalhando. O celular descarregou e eu não tinha como avisar a Sina.

-Pensei que tinha me esquecido. - Ela abraça Noah.

-Nunca, meu anjo. - Ele encara a menina. - Por que seus olhinhos estão vermelhos? Você estava chorando?

-Achei que você tinha me abandonado também. - A menina fala e Noah nega, a abraçando forte. - A tia Sina ficou aqui cuidando de mim.

-A tia Sina é um anjo. - Ele me olha. - Obrigada por ter ficado com ela.

-Eu nunca ia deixar a Abby sozinha. - Sorrio para ele. - Só que dá próxima, avise, por favor. Ver Abby chorando parte meu coração.

-Eu prometo avisar. - Fala em seguida beija a testa de by. - Me desculpa mesmo.

-Vou desculpar, mas só se cozinhar macarrão pra mim no jantar. - Ela fala e nós rimos. - Eu tô com fome, papai.

-E o que você acha de eu fazer o jantar pra você? - Pergunto para a garotinha, que concorda sorrindo. Olho para Noah. - Seu papai pode dar uma carona, já que minhas amigas já foram embora, mas não foram para casa. Aí vocês jantam lá em casa, e a titia tem mais tempo com o papai da by.

-O papai da Abby adorou essa ideia. - Noah fala com um sorriso no rosto. -  Vamos, filha?

-Já era pra gente estar lá. - A menina fala e eu solto uma risada.

-Vamos indo, então. - Pego minha bolsa e saio da sala com os dois.

Chegamos em uns 15 minutos na minha casa. Abby estava toda feliz, o que me deixou contente. Essa menina é um ser extremamente adorável.

-By, você que assistir um filme? - Pergunto guiando a menina até a sala. - Sofya tem uns filmes da Barbie, guardados. Você gosta?

-Eu amo, assisto direto com o tio Lamar! - Fala e eu solto uma risada.

-Então, você assiste enquanto eu e seu papai preparamos o jantar. - Digo por fim e a menina concorda. 

Coloco o filme para ela e vou até a cozinha com Noah.

-Sua casa é bem bonita. - Noah comenta, se apoiando no balcão. - Muito bom gosto.

-Essa casa é da Heyoon, na verdade. Ela convidou eu e Sofya para morarmos com ela, assim que viemos para LA. - Digo me abaixando no armário e pegando um pacote do macarrão que Abby tanto queria. - Mas, sim, ela tem muito bom gosto.

-É aconchegante. - Ele sorri, pegando o celular no bolso. - Você tem um carregador pra emprestar? 

-Aí atrás desse balcão tem um na tomada. - Murmuro, pegando uma panela dessa vez.

-Você de novo não. - Ouço Noah falar e me viro para ele. - Merda.

-Aconteceu alguma coisa? - Pergunto sem entender.

-Daniella. - Ele suspira. - Essa mulher não me deixa em paz. De um tempo pra cá, ela só vive enchendo meu saco.

-Você já tentou bloquear ela? - Pergunto e ele concorda.

-Eu já bloqueei em tudo, mas ela sempre acha um jeito de me infernizar. - Ele passa a mão pelos cabelos. - Pergunta da Abby como se ela se importasse com o bem da minha filha. Daniella nunca se preocupou com ela.

-Eu nunca fui com a cara da Daniella, e depois do que ela fez, eu não sei sentir nada além de nojo por ela, Noah. - Murmuro. - Ela podia parar de ser ridícula uma vez na vida.

-Ela é um saco, não sei o que vou fazer se ela continuar assim. - Fala e olha para a filha dele. - Tenho medo que ela queria se aproximar da Abby. Eu não vou permitir isso, nunca.

-A Abby pelo menos sabe como a mãe dela se chama ou já viu alguma foto da Daniella? - Pergunto curiosa.

-Já faz tempinho quando ela perguntou como era o nome da mãe, e eu respondi, mas não sei se ela lembra. - Responde me encarando. - Não vou deixar a Abby conhecer uma pessoa que desejou a morte dela no parto.

Essa mulher é ridícula, meu deus. Se eu pego naquele cabelo dela, eu jogo ela no asfalto e esfrego a cara dela no chão. Quem deseja a morte da própria filha?

-Você está certo, Noah. Se fosse eu no seu lugar, não iria permitir também. - Dou um meio sorriso. - Você é um ótimo pai.

-Eu tento ser o melhor pai do mundo, até porquê somos só eu e ela. Além dos meninos, é claro.

-Além de mim, agora. - Sorrio para ele, me aproximando. - Você e a Abby têm a mim, agora, Noah.

-Eu sei que nós temos, Sina. - Ele se aproxima de mim e faz carinho na minha bochecha. - Você já faz parte da nossa vida. Da minha há muito tempo..

-Você também faz parte da minha. - Sorrio. - Há muito tempo.

Noah sela nossos lábios de surpresa, e eu aprofundo nosso beijo.

Suas mãos afundavam em meu cabelo, enquanto a minha estava na sua nuca. Eu precisava disso.

Precisava matar saudades dos beijos do meu garoto.

Era assim que nos chamávamos quando éramos mais novos, Noah era o meu garoto, enquanto eu era a sua garota.

-Papai! - Ouvimos a voz de Abby e eu separo nossos lábios.

-Abby, você não estava assistindo o filme? O que está fazendo aqui? - Noah disfarça.

-Vocês estavam se beijando, eca. - Ela faz cara de nojo e eu rio.

-Quando você for mais velha também vai beijar, Abby. - Falo e Noah me olha sério. - O que foi, Urrea?

-Eu sou ciumento, você acha mesmo que eu vou deixar minha filha namorar? Só depois dos 18 e olhe lá. - Ele cruza os braços.

-Não liga para o que seu pai fala, ouviu by? Ele é bobo. - Murmuro encarando a menina.

-Tá bom, titia. Papai é bobo mesmo. - Ela dá de ombros e eu dou risada.

-Abby Urrea, eu sou seu pai, você tem que me obedecer! - Noah finge estar bravo. - Não obedeça a Sina!

-Você é meu papai, e a Sina vai ser minha futura mamãe. - Ela fala e sai andando de volta pra sala.

Encaro Noah. Ela quer que eu seja a mãe dela?

-Ela não mentiu. - Noah pisca pra mim e eu sorrio.


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𝗯𝗮𝗹𝗹𝗲𝘁 𝗰𝘂𝗽𝗶𝗱 | 𝐧𝐨𝐚𝐫𝐭Onde histórias criam vida. Descubra agora