the one with the blanket

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Pov's Joalin

- Todos de acordo? - Heyoon pergunta.

- Uhum - respondemos em uníssono.

Escolhemos "qual é o sabor". Já na terceira rodada, Savannah coloca um pedaço de queijo na boca de Sabina e assim que ela identifica o gosto, retira desesperadamente o queijo de sua boca.

- Ew, é queijo - ela diz e limpa a língua com o tecido de sua camiseta.

- Próximo - Savannah diz e aponta pro Noah.

- Vamos lá Jo - ela diz e eu levanto, pegando um morango de cima da mesa.

- E se dermos um upgrade? - Heyoon sorri maliciosa.

- Como assim? - arqueio uma sobrancelha com medo de sua proposta.

- E se tiver algo a ver com beijos? - Diarra sugere e eu peço mentalme para que a proposta seja rejeitada.

- Adorei - Merda.

- Bom.. você vai ter de morder um pedaço disso e o Noah vai tentar descobrir o sabor através de um beijo - Heyoon diz e eu arqueio uma das sobrancelhas.

Faço como ela pede e beijo Noah sem protestos, porque se eu abrir a minha boca é capaz de eu matar ela.

- Hm, morango? - a pergunta soa enquanto ele passa a língua por seus próprios lábios.

As meninas tiram a sua venda e assentem.

- Acho que já deu desse jogo - Minha prima cruza os braços em drama e eu concordo antes que algo dê errado.

- Vocês vão dormir? - Diarra questiona e eu nego por minha parte, a maioria acena positivamente com a cabeça, decretando o sono presente.

- Bom, acho que vou dar uma volta pelo quintal ou sei lá. Quem sabe o sono não aparece? - digo antes de sair e me sentar sobre a neve na grama, observando o céu e sentindo a brisa bater contra meu cabelo e fazendo-o esvoaçar.

Segundos após recuperar-me um pouco da tensão, fechei os olhos por um segundo, para aproveitar a brisa gelada cujo batia em meu rosto e senti a neve ao meu lado fazer um barulho suspeito. Abri meus olhos e sorri fraco ao ver Diarra sentada ao meu lado.

- Por que estamos sentadas na neve? - ela pergunta e eu volto a olhar pro céu.

- hm, porque não sabemos lidar com o amor, não somos acostumadas com isso - suspiro.

- Está apaixonada? - ela arqueia a sobrancelhas e dá um meio sorriso. A pergunta me deixa um tanto quanto pensativa.

- Talvez seja só uma atração. É cedo demais pra dizer - a encaro e percebo ela olhar no fundo de meus olhos.

- E se você estiver? - E se eu estivesse?

- Isso é improvável, nos beijamos apenas três ou quatro vezes.

- Não se descobre se você está apaixonada pela quantidade de beijos Joalin. É bem mais complexo que isso - a senegalese me abraça de lado e eu apoio minha cabeça em seu ombro.

- E como eu faço isso? Como eu descubro?

- Você sente - após dito, fico pensativa.

Depois de um tempo sentadas em silêncio, apenas curtindo o som da paz, Diarra resolveu entrar porque estava com sede. Resolvi ficar mais um pouco, o clima realmente estava agradável e eu precisava de um tempo pra pensar em tudo o que vinha acontecendo.

- Ainda está aí - a voz rouca soou atrás de mim, fazendo-me virar de supetão e encontrar o par de olhos verdes que tanto me cativavam.

- Eu precisava refrescar a minha mente - sorrio fraco e dobro meus joelhos, os trazendo até perto de meu peito e envolvendo meus braços ao redor deles.

- Pode acabar pegando um resfriado - ele diz e se aproxima, sentando ao meu lado em seguida.

- Não está com frio? - Pergunta e eu faço uma careta.

Ele tira a sua jaqueta e a coloca sobre meus ombros, me fazendo sorrir com o ato.

- Valeu... mas e você? Vai ficar congelando aí?

- Tudo bem, vim só ver se você estava bem. Já vou entrar - ele disse e eu percebi o cansaço em seus olhos. Ele estava exausto.

- Vá descansar, pode dormir no meu quarto. Creio que a Sofya vá dormir na sala junto com o pessoal, então eu posso dormir no dela - sorrio fraco e ele assente.

- Tudo bem, promete que não vai ficar muito tempo no frio? - Ele arqueia a sobrancelha como se cobrasse isso de mim.

- Você se importa comigo? Isso é fofo - rio e ele pigarreia.

- Boa noite, Joalin

- Boa noite, Noah - ele sorriu antes de se levantar e rumar-se até o meu quarto.

[...]

O relógio ao meu lado indicava que já se passavam das cinco e meia da manhã. Mal conseguia pregar os meus olhos, por conta do cobertor que me acostumei a usar.

Um edredom branco com pequenos morangos estampados, a única coisa que eu tinha como lembrança da infância. Meu passado não tinha tantas lembranças boas, mas o que mais marcou a minha infância, foi o tal edredom que eu usava a favor de minha imaginação.

Cabanas, piqueniques, bandeira, o edredom já me foi útil de diversas formas. Me habituei a dormir com ele por simplesmente ser algo especial pra mim.

Em passos cautelosos me levantei da cama, cuidando para que um mísero ruído fosse capaz de acordar os hóspedes. Quase sobre a ponta dos dedões, caminhei em direção ao meu quarto e lentamente abri a grande porta branca de madeira.

Cuidadosamente, adentrei o cômodo e fiquei na ponta dos pés para conseguir pegar o cobertor no topo das prateleiras do guarda-roupa. Sem sucesso na tarefa e me dando por vencida, minha criatividade não contribuiu para que eu encontrasse uma solução rápida.

Varri o lugar com os olhos e meus olhos pousaram sobre um moreno deitado em minha cama, de barriga pra cima e o cabelo bagunçado, com alguns fios rebeldes.

- Vai ter que ser - murmuro derrotada e caminho cuidadosamente até a lateral da cama.

- Noah - sussurro e cutuco seu rosto com o dedo indicador.

- Vamos lá, acorde - com as duas mãos, chacoalho um pouco o seu corpo, o ato acaba fazendo a cama balançar.

- Noah - digo um pouco alto e o ato parece funcionar. O mesmo se remexe inquieto na cama e abre apenas um dos olhos.

Espero ele acordar por completo, mas ele não o faz. A confusão surge quando seu olho volta a se fechar e sua mão agarra meu braço, me puxando e me fazendo cair sentada sobre seu corpo.

Ao perceber um peso sobre seu corpo, Noah abre e coça os olhos com as costas das mãos e me observa confuso. Eu também estaria da mesma forma que ele se por acaso encontrasse alguém sentado sobre o meu abdômen com uma perna de cada lado de meu corpo.

- O que está fazendo? - Ele pergunta e minha voz vacila. Eu estava envergonhada demais para conseguir me explicar.

- E-er, eu vim buscar o meu cobertor e acontece que eu não alcanço aquela droga - aponto pra prateleira com o cobertor.

- Daí eu ia pedir a sua ajuda, mas você me puxou e eu estou aqui - Digo e me levanto apressadamente enquanto recebo um sorriso cafajeste de sua parte.

- Pode pegar pra mim?

- Tudo bem - ele riu e se dirigiu até o meu guarda-roupa, pegando o cobertor e me entregando.

- Obrigada - Sorrio simpaticamente, e quando faço menção de sair do quarto, ele pigarreia e minha atenção se volta a ele.

- Eu gostei de ter acordado dessa forma... deveria sentar sobre mim mais vezes - ele pisca.

- Nos seus sonhos, idiota - fecho a porta apressadamente com as bochechas quentes.

Vou até o quarto de Sofya e volto a me deitar, dando um último sorriso antes de cair no sono.

Pet Heart • Noalin 🎸🦋Onde histórias criam vida. Descubra agora