O orfanato. O maldito orfanato. Se não tivesse sido por aquele garoto tímido, Beomgyu não seria quem é hoje.
Há alguns anos, Choi Beomgyu conseguiu escapar de um antigo orfanato de Seul com a ajuda de seu melhor amigo, Kang Taehyun. Hilda, a diretora do orfanato, era como o diabo em pessoa. Ela comprou uma arma para matar as crianças mal criadas. Então Beomgyu fugiu, não podendo levar Taehyun consigo, e assim nunca se perdoando por conta disso.
Passaram-se alguns anos até que Beomgyu tinha seus dezenove anos completos. Por um milagre, ou o que outros chamam de destino, Beomgyu teve uma surpresa da qual deduziu estar sonhando.— Taehyun?
Beomgyu foi pego de surpresa. Sempre fora meio distraído. Estava caminhando por uma movimentada rua de Seul quando alguém tocou seu ombro. Virou-se lentamente. Só então percebeu quem estava o chamando.
— Beomgyu. — o garoto de cabelos loiros falou, abrindo um tímido sorriso.
— Eu... Não acredito. — Beomgyu sorriu em meio as lágrimas e puxou Taehyun para um abraço apertado. Pararam no meio da calçada, sem se importar com os outros. O coração de Beomgyu estava batendo tão forte, tão rápido, que achou que ele poderia explodir. Sentiu um doce e refrescante cheiro de melancia vindo de Taehyun. Tudo estava diferente. A forma como Taehyun cresceu. A forma como ele ficou mais atraente. Até a sensação de tocar em seu corpo era diferente. Os dois se afastaram. Beomgyu sorriu novamente.
— Acho melhor a gente sair do meio do caminho. Que tal irmos a um café? — Taehyun perguntou com sua voz baixa e suave.
— Ah. Claro. Está certo. — Beomgyu gaguejou. Era incrível e ao mesmo tempo estranho encontrar Taehyun depois de tantos anos.
Taehyun e Beomgyu sentaram um de frente para o outro. Não falaram nada o caminho inteiro. Não sabiam como começar uma conversa. Taehyun pediu um Capuccino extra doce, Beomgyu pediu um Espresso.
— Faz muito tempo, né? — comentou Beomgyu, quebrando o silêncio. Não era uma quietude desconfortável, mas Beomgyu queria ouvir a voz de Taehyun, assim como antes.
— Acho que sim. Uns... Cinco anos? — Taehyun fez biquinho. Sempre fazia aquela expressão quando pensava em algo. Beomgyu riu.
— Sabe, durante esse tempo todo, eu não parei de pensar em você. Eu queria saber se você esteve bem quando eu... Você sabe... Fugi. — disse Beomgyu, envergonhado. Não gostava de lembrar que havia abandonado seu melhor amigo nas mãos de Hilda.
— Sim. Todos estivemos bem. Quero dizer. A maioria. — Taehyun apertou as mãos até os nós dos dedos ficarem esbranquiçados. — Alguns de nós não tiveram muita sorte e acabaram morrendo. Hilda ficou fora de controle. Ela passou a dar meia refeição por dia para cada um. Alguns até ficavam sem comida. Os que morreram naquela época tiveram sorte. Cada vez mais foi ficando pior.
— E você? Como você esteve? — Beomgyu inclinou-se para frente, ficando mais próximo do rosto de Taehyun.
— Fisicamente? Eu estava exausto. Depois que você se foi, eu passei a ser o responsável pela maior parte das pancadas. — sorriu com tristeza. — E emocionalmente eu... Eu estava acabado. Sem ter com quem conversar. Era uma tortura. Beomgyu, eu vi aquela mulher matar algumas crianças na minha frente. Ela sorria todas as vezes que fazia aquilo. — Taehyun abaixou a cabeça. Lágrimas caíram na mesa. Beomgyu colocou as mãos em volta das do garoto.
— Me desculpe. Desculpe por ter fugido e não ter voltado todo esse tempo. — apertou os lábios. Não tinha mais o que dizer. Não sabia o que dizer.
Os pedidos chegaram. Os garotos ficaram em silêncio novamente. Beomgyu podia sentir o medo e a tristeza de Taehyun. Era algo muito aparente, mesmo com o garoto mantendo uma expressão calma.
— Eu soube que você tem um emprego. Como é? — Taehyun tomou um gole de sua bebida.
— Como você sabe disso?
— Longa história.
— Humph! — Beomgyu fez beicinho. — É legal. Sou encarregado pelas matérias mais interessantes do jornal local. Se bem que hoje em dia as pessoas não lêem muito o jornal.
— Eu vi um de seus jornais. Alguém passou a entregar no lugar que eu estou morando há um ano. Eu vi uma de suas matérias. Era sobre o garoto que tinha uma plantação de maconha no próprio quarto, não é? — Taehyun riu.
— Ouvindo você falar assim, parece que minhas matérias não são lá essas coisas, e sim que são uma comédia. — Beomgyu murmurou, cabisbaixo.
— Eu já vi várias outras. Mas essa foi a melhor. — sorriu ladino.
— Onde você está morando?
— Em uma casa de um amigo. E você?
— Eu comprei um apartamento. — Beomgyu respondeu com orgulho.
Assim que Taehyun levou os olhos ao lado de fora da cafeteria, Beomgyu percebeu o garoto arregalar os olhos.
— Seu apartamento é muito longe daqui? — perguntou abaixando a cabeça.
— Não muito. Deve ser uns dez minutos andando. Algum problema? — Beomgyu perguntou com preocupação.
— Eu te explico tudo depois. Posso ir com você ao apartamento? — levantou a cabeça e olhou para Beomgyu com os olhos brilhantes e assustados.
— Claro, claro. — respondeu Beomgyu, ainda confuso.
Taehyun levantou bruscamente. Beomgyu se assustou e levantou automaticamente. Taehyun pegou no pulso de Beomgyu e o puxou para fora da cafeteria andando rapidamente.
Taehyun olhou para os lados como se estivesse fugindo de algo ou alguém. Beomgyu apenas seguia sei ritmo. Pararam um pouco distante do café, num beco. Taehyun se encostou na parede, e Beomgyu fez o mesmo.
— Você vai me guiar até seu apartamento. Mas você precisa correr. — Taehyun sussurrou. Então, em questão de segundos, um homem surgiu ao lado de Taehyun, que com um incrível reflexo e força, o puxou e o derrubou no chão. — Agora é a hora pra correr. Vamos.
N/A*
Sejam bem vindos à continuação da história Órfãos(que se encontra no meu perfil). De começo eu não ia fazer uma continuação tão rápido assim, mas muitas pessoas andaram pedido, então eu acabei cedendo.
Eu espero que vocês gostem e que não fique entediante o enredo da história.
Deixem suas ☆ que irá me ajudar muito ♡
~Até a próxima!
VOCÊ ESTÁ LENDO
Juntos {Continuação de Órfãos} - FINAL
FanfictionDepois de muitos anos, Beomgyu e Taehyun se encontraram após fugirem do orfanato. Taehyun, que havia se sacrificado por seu melhor amigo, atingira a maioridade, assim sendo mandado embora do orfanato. Então, como havia sido libertado, seguiu a proc...