Chapter Two

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Beomgyu passou a correr na frente, puxando Taehyun pela mão. Era tão bom poder tocar naquele garoto novamente. Taehyun não imaginava quantas saudades ele havia deixado.

Para garantir não estarem sendo seguidos, os garotos deram uma volta na quadra, se escondendo e cortando pelas ruas. Até que, enfim, seguiram para o apartamento. Beomgyu abriu a porta e Taehyun entrou correndo. A porta foi trancada. Beomgyu suspirou de alívio.

— Agora acho que você pode me contar o que está acontecendo. Eu tô confuso. — Beomgyu sentou no sofá, cansado. Taehyun sentou ao lado dele.

— Hilda. — só de ouvir esse nome, Beomgyu sentia arrepios por toda parte. — Aquele homem que viu trabalha pra ela. Hilda mata todos que sabem sobre o sistema do orfanato. E aquele homem estava atrás de mim e de você. A Hilda sabe que você mora desse lado da cidade. Só não sabe o seu endereço.

— Que merda. — Beomgyu estalou a língua. — Essa mulher não desiste, né?

— Beomgyu, nós precisamos fazer isso parar. Precisamos parar ela. Mais crianças podem estar morrendo pelas mãos dela agora mesmo.

— Mas ela está velha, não? Ela deve morrer logo.

— Sim, ela está velha. Mas ela tem uma filha, que por acaso é idêntica a ela.

— Assustadora e asquerosa igual ela?

— Pior. Sedenta por sangue igual ela. — a voz de Taehyun saiu fraca e sombria.

Arrepios correram pelo corpo de Beomgyu. Sentiu seu coração bater mais forte. Então, uma ideia surgiu em sua mente.

— Eu pensei em uma coisa. — cruzou os braços. — Irei fazer uma matéria sobre aquele orfanato.

— Nem termine de falar. — Taehyun esbravejou. Virou-se para Beomgyu com expressão irritada. — Você não tá pensando que eles vão te deixar entrar lá pra tirar umas fotos, né? Isso é uma ideia muito idiota.

— Me escuta primeiro. — colocou o dedo indicador nos lábios de Taehyun, e logo entrou em pânico, envergonhado. Prosseguiu. — É arriscado, eu sei. Mas eu vou entrar lá escondido.

— Sua ideia só piora! — Taehyun levantou, irado. — Você não vai fazer isso. Não mesmo.

— Por que não? Quantas crianças tem que sofrer o que nós sofremos? — Beomgyu levantou também, ficando frente a frente com Taehyun.

— Nós podemos, sei lá, chamar a polícia? — Taehyun insistiu.

— Você acha mesmo que aquela velha vai deixar eles perceberem? Você tá sonhando alto. — Beomgyu falou baixo.

Taehyun pareceu pensar. Mordeu o lábio inferior. Uma expressão triste e amedrontada surgiu em seu rosto. Levou os olhos aos de Beomgyu.

— Isso é muito perigoso, Beomgyu. Não acho certo você ir. — se aproximou. Beomgyu quase se engasgou. Agora era diferente ficar assim tão perto de Taehyun. Antes, os garotos eram apenas garotos. Mas agora é outra coisa. O coração de Beomgyu acelerou.

— Eu sei. Mas eu não quero ver mais crianças morrendo.

Taehyun se aproximou mais um pouco, segurando a barra da manga do moletom de Beomgyu. Seus olhos não se desconectaram por um segundo sequer. Aquele olhos brilhantes e profundos eram viciantes. 

— Sabe, Beomgyu, eu senti sua falta. — aproximou mais seu corpo. Beomgyu estava se segurando ao máximo.

— Eu também senti. Você não faz ideia.

— Beomgyu, eu gosto de você.

Taehyun sussurrou a frase. Beomgyu não aguentou. Seu corpo moveu-se sozinho. Puxou a cintura de Taehyun, colando-a contra a sua. Taehyun corou levemente nas bochechas.

— Eu estive esperando por isso esses anos todos. — Beomgyu sussurrou no ouvido de Taehyun e segurou o lado esquerdo de seu rosto com a mão, acariciando-o. Sorriu e colou seus lábios contra os de Taehyun. O beijava lentamente. Esperou tanto por esse momento. Entre gemidos abafados e sorrisos, Beomgyu se afastou do garoto. Os dois olharam-se com carinho e afeto. Beomgyu abraçou Taehyun. — Vai dar tudo certo, desde que você acredite em mim.

— Eu vou com você.

Beomgyu se afastou de Taehyun bruscamente, desacreditado. Segurou os ombros do garoto.

— Como é que é?

— Eu vou junto. Não posso deixar você ir sozinho lá. — Taehyun deu de ombros e segurou a mão de Beomgyu.

— Você tá maluco, né? Você passou por muita coisa lá e ainda quer ir comigo?

— Beomgyu, você está sendo hipócrita. — Taehyun riu. — Você passou por coisas muito piores do que eu e ainda assim vai voltar lá e arriscar a própria pele. Então eu vou junto.

— Você não vai desistir, né? — Beomgyu bufou e sorriu.

— Não mesmo. — Taehyun sorriu em resposta.

— Você vai dormir aqui hoje, né? — perguntou Beomgyu.

— Tem problema se eu dormir aqui?

— Claro que não! — Beomgyu respondeu sem pensar. Gaguejou. — É... Sim. Não. Não tem problema.

Taehyun sorriu. Devia achar Beomgyu um idiota. Beomgyu bagunçou os cabelos e seguiu para o quarto de hóspedes.

— Você dorme aqui, pode ser?

— Se você disser para eu dormir no chão, eu durmo. Aqui está ótimo. — Taehyun respondeu, admirando o espaçoso quarto. Beomgyu gastou uma boa grana preta naquele apartamento. Apesar de ter apenas dois quartos, eles eram absolutamente espaçosos. Ambos eram quarto de casal.

Taehyun jogou seu pequeno corpo na enorme cama. A mola era forte, então jogou o garoto levemente para cima. Ele riu. Beomgyu não conseguia parar de sorrir. Seu coração e estava quase completo agora que encontrara o garoto.

Beomgyu se aproximou da cama e deitou sei corpo gentilmente sobre o de Taehyun, que estava posicionado de barriga para cima. Beomgyu colocou a cabeça no peito do garoto. Sorriu como um bobo ao ouvir o coração disparado de Taehyun. Apesar de manter a expressão calma, Beomgyu conhecia bem Taehyun, então podia dizer quando ele estava nervoso ou tímido.

— Senti tantas saudades de você. — Beomgyu murmurou. Sentiu a mão de Taehyun acariciar seus cabelos.

— Eu também senti a sua, Beomgyu. — ele beijou o topo da cabeça de Beomgyu.

Beomgyu levantou contra a vontade e bateu palmas duas vezes. Sorriu para Taehyun.

— Bom, acho melhor dormirmos agora. — acenou com a mão para Taehyun. — Boa noite.

— Boa noite, Gyu. — sorriu de volta.

Juntos {Continuação de Órfãos} - FINALOnde histórias criam vida. Descubra agora