12.

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Às horas se passavam, Gizelly colocou Matteo que já dormia na cama e desceu seguindo para a cozinha, sentou em frente ao balcão e pegou a taça enchendo de vinho, e ficou distraída encarando o líquido escuro por longos minutos, Rafaella entrou na cozinha e viu a mais velha sentada, se virou para sair sem ser percebida mas se bateu no armário fazendo com que o pequeno barulho fizesse a editora olhá-la, fechou os olhos com certa força e fechou as mãos.


-Droga - Murmurou.


-Se machucou? - Rafaella a olhou.


-Não, eu estou bem.


-Posso sair para que fique a vontade, já que minha presença impede que você continue na cozinha.


-Não, eu só... Só estava fugindo das perguntas que Olga estava fazendo - Gizelly acenou com a cabeça e voltou a encarar a taça, escutou os passos de Rafaella se aproximarem e a silhueta da morena ao seu lado, ficaram em silêncio por longos minutos.


-Eu... - Gizelly começou, mas parou logo em seguida, deu um longo suspiro, Rafaella a olhou - Eu não sei se estou pronta.


-Para?


-Desistir de você Rafaella, eu não sei se consigo, sou egoísta demais pra deixar você ir e fingir que não existe mais nada entre nós, pois existe e não é apenas Matteo que está envolvido, há muito mais do que isso, sempre teve algo a mais do que isso, mas você não quer ver isso.


-Eu não quero ver, Gizelly? - Disse a olhando nos olhos - Você mesma me confessou que era você naquelas fotos.


-Você não me deixou explicar.


-Eu não quero explicações, eu já estou cansada delas, eu quero apenas que você assine aquela droga de papel e que a única coisa que nos ligue seja o Matteo, eu não quero ter que encontrar você a menos que seja por causa dele, eu não quero que nada me prenda a você, eu quero me libertar de você Gizelly, quero esquecer que algum dia a gente teve algo, quero ser feliz, entende isso? Eu quero me libertar de você, é a única coisa que quero, não quero mais desculpas e coisas que me façam cair outra vez, é uma vulnerabilidade que não vale à pena e que eu não quero pra minha vida, estou perfeitamente bem com Ivy e nada vai me fazer terminar com o que temos - Disse e saiu, Gizelly respirou fundo colocando o rosto entre as mãos e tentou conter ás lágrimas que insistiam querer cair.


-Mãe? - A voz de Camila ecoou, Gizelly olhou para cima para segurar às lágrimas e virou para a filha.


-Oi princesa, aconteceu algo?


-Está tudo bem?


-Sim querida - Forçou um sorriso.


-Sei que não é verdade, o que aconteceu?


-Nada princesa, eu vou subir, estou com dor de cabeça e tenho medo que seu irmão acorde - Disse beijando os cabelos ruivos da filha - Boa noite, avise aos outros que não me sentia bem, caso perguntem de mim.


-Tudo bem - Gizelly saiu da cozinha sob o olhar da filha e subiu, entrou no quarto vendo Matteo dormindo e seguiu para o banheiro, após um breve banho se aproximou da cama, olhou para o pequeno que estava agarrado a Girafa de pelúcia, o beijou na testa e seguiu para a varanda, sentou olhando o escuro da noite, a casa dos pais de Rafaella era um pouco afastada da cidade, uma chácara bem aconchegante e cômoda, muito boa para eventos como aquele, pena que não estava em seu melhor momento de comemoração, seguiu para dentro após longos minutos e deitou sentindo o pequeno se aconchegar em seu corpo, logo se permitiu relaxar.


Gizelly acordou sentindo um corpo agarrar o seu por trás e abriu os olhos vendo Camila a sua frente e Carolina atrás de si, as meninas se aconchegaram na cama e logo ela voltou a dormir. A noite parecia que havia passado em um piscar de olhos e logo Matteo estava acordado, ele se aproximou do rosto da editora e aproximou suas testas como sempre fazia, Gizelly abriu os olhos lentamente.

A que eu sempre amarei (GiRafa)Onde histórias criam vida. Descubra agora