Medo

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Enquanto descia pelas ruas escuras, Theodore bufou de raiva. Já não bastava ter um dia estressante, ele ainda tinha que lidar com a idiotice de seu pai, até porque, aparentemente, o velho queria ajuda com a mudança.
Sua casa nova era enorme, poderia até ser considerada um tipo de mansão, mas Theodore se sentia preso naquele lugar. Ele gostava da antiga casa, era pequena, mas aconchegante, e tinha tantas boas memórias cuja as quais ele não quer esquecer.
Ao entrar no quarto ele logo viu as caixas sobre a sua cama e bufou de raiva por terem as colocado ali em vez de sua escrivaninha
Seu pai apareceu atrás de Theodore todo pimposo, com um terno caro e com sua cara arrogante. Ao ver das mulheres, o homem era bonito, com seus olhos azuis e cabelos negros, e o fato dele ser um advogado bem sucedido atraia atenção de vários clientes cheios de dinheiro.

— Theodore, meu menino. Eu tenho uma reunião muito importante agora, espero que se comporte e termine de desempacotar as suas coisas.

— Tá, eu entendi — Theodore concordou querendo que essa conversa acabasse logo.

— Espero que ainda não esteja chateado, sei o quanto é ruim pra você sair da antiga casa, mas precisamos seguir em frente.

Theodore se perguntou quando aquele homem iria sair de seu quarto e finalmente o deixar em paz. O garoto abre uma caixa em particular com algo que chamou a atenção de seu pai, o braço do homem se moveu tão rápido que Theodore nem teve tempo de reagir antes que o pequeno porta-retrato acabasse nas mãos erradas.

— Por que ainda tem isso?

Theodore puxou a foto de sua mãe de volta para seus braços e a agarrou como seu fosse a coisa mais importante do mundo.

— Achei que tivesse pedido para jogar isso fora — Neil falou com um olhar sério, Theodore se encolheu, não por medo de seu pai, mas sim por medo dele tirar a foto de suas mãos — Precisamos esquecer ela, Theodore.

— Ela era sua esposa e a minha mãe.

— Ela se foi.

— E daí? Não posso pelo menos ter uma foto da mamãe?!

Neil não fala nada, apenas bufa perante a teimosia do filho.

— Ok, mas não quero isso perto de mim.

— Não precisa se preocupar.

Com um último olhar, seu pai saiu do quarto. Minutos depois Theodore pode ouvir o carro saindo da garagem. Aliviado, ele encara a foto novamente, sorrindo com a visão de uma mulher assustadoramente parecida com ele, em cada detalhe.

— Desculpa por isso mãe, o papai se tornou um tipo esquisito de babaca.

Era comum ele falar com a foto, Theodore ainda achava que sua mãe estava com ele, o vendo de um lugar distante. Ele não se importava se estava falando sozinho, mas dês de que sua mãe morreu, ele sentia que fazer isso era a coisa mais próxima de sentir que ela ainda estava por perto.

— Ele se mudou para uma nova casa dizendo que precisávamos de mudanças, mas acredito que ele só queria um lugar maior e mais chique para se achar na frente dos colegas.

Silêncio...

— É sério, mãe, ele está me deixando louco, ele não fala sobre você dês de que você se foi, como se não quisesse sentir. Ele que evitar você o máximo possível — Theodore suspirou se sentando na cama — Os hematomas já estão se curando, eu sinto muito por ter feito você ficar preocupada. Christopher não vai mais me incomodar, pelo menos eu espero.

Theodore encarou a foto por mais alguns segundos com um sorriso no rosto.

— Eu te amo mãe, sinto tanta a sua falta.







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