A verdade decepciona

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Andar com Theodore era estranho. O garoto tinha metade do seu tamanho mas ainda era a maior má influência que Charlie tinha conhecido. Então, estar em um bar como ele sexta a noite, era uma das maiores loucuras que ele já havia feito em sua vida.
Tudo bem, Charlie tinha 18 anos, ele não era mais uma criança, coisas como essa deveriam se tornar constantes, mesmo que o fizesse desconfortável. Talvez, ele realmente devesse ter escutado seu lado racional e aceitado que iria passar uma sexta a noite assistindo filmes sozinho em sua sala.

— Como eles acreditam que você tem 23 anos? — Charlie perguntou encarando a identidade falsa de Theodore.

— Eu não sei, acho que eles não ligam. Afinal, a maioria do pessoal que vem aqui é menor de idade, acho que eles sabem que podem arrancar mais dinheiro de adolescentes ingênuos do que de velhos de mal com a vida.

Os dois caminharam até o balcão do barman em silêncio. Charlie ficou observando ao redor, como Theodore disse, havia muita gente jovem aqui, alguns ele chegou a reconhecer por estudarem no seu colégio, outro pareciam serem de outros lugares.
O bar não era pequeno, nem grande. As cadeiras eras feitas de madeira negra e as mesas eram quadradas. Tinha luzes néon em todo o canto e Charlie mentiria se não dissesse que o bar lhe passava um clima agradável.

— Duas garrafas, por favor — O barman saiu por alguns segundos e voltou trazendo as duas garrafas e as dando para Theodore. O garoto agradeceu e caminhou em direção a uma mesa perto da parede — Você não vem?

Charlie pareceu acordar de um sonho, ele acentiu e correu atrás de Theodore, se sentando do outro lado da mesa e observando o garoto abrir a garrafa e o servi um copo.

Beber aquilo foi estranho no começo. Charlie fez uma careta antes de tomar um segundo gole e deixar o copo de volta na mesa. Ele olhou para Theodore, que nem havia enchido o copo, e sim, apenas abrindo a garrafa e bebendo uns cinco goles de uma vez.

— O que? — Theodore perguntou quando pegou Charlie o observando.

— Nada — gaguejou.

Theodore levantou uma sobrancelha. Charlie acha que é um gesto bem comum para o rapaz, já que o vou fazer a mesma coisa várias vezes.
Theodore continuou bebendo, sem dificuldades.

— Sobre o seu ex — Charlie tentou quebrar o silêncio, Theodore rosnou.

— Por favor, eu não quero falar daquele imbecil.

— Você parecia com medo dele.

— Um monte de gente tem medo do ex.

— Eu não tenho.

— Você não conta.

Charlie arregalou os olhos, ofendido. Theodore tomou um gole da garrafa não ligando para o outro.

— Não gosta da sua ex, mas também não precisava ter traído ela.

— Eu não trai ela, Theodore — Charlie já estava cansado desse assunto.

De alguma forma, Theodore queria acreditar nele.

— Ok, suponho que você não tenha traído a Jasmine.

— Eu não trai.

— Calma, deixa eu terminar — Theodore o interrompeu — Por que ela terminou com você?

— Não sei, ela apenas terminou comigo do dia para outro e depois deu aquele show na praça de alimentação.

Theodore deu mais um gole. Seu cérebro estava começando a ficar meio confuso, mas as engrenagens ainda giravam.

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