Na aula de herbologia, aprendemos sobre Hemeróbios, uma planta normalmente usada em poções polissucos, está matéria era uma das minhas favoritas, depois de Defesa contra artes das trevas, é claro, o único problema dela é que me lembra meus pais, uma dor e saudade única. Costumavam me visitar de 3 em 3 meses, mas há dois anos que os vejo apenas nas festas de fim de ano, meus avós desde então vem cuidando de mim. Aliás, é necessário comentar como reagiram quando souberam que eu estava na Sonserina, estupidamente assustados, mas não bravos, nem decepcionados, minha avó disse que era uma nova era, apesar de querer um neta lufana, vovó Melber nunca esteve tão certa.
Assim que a professora Sprout nos libera da aula, um aviãozinho de papel encantado atinge minha mesa, não vejo quem mandou, mas já imagina, isso era tão a cara do Sirius. Decido abrir e nele está escrito:
" Querida Murray,
Já sinto falta do cheiro do seu cabelo, e das suas broncas noturnas, nosso passeio em Hogsmeade está de pé?
Ass: Almofadinhas"
Amasso seu querido bilhete e jogo longe, na verdade, não conseguia acreditar na cara de pau que ele teve de me enviar bilhetinhos, ainda mais como se nada tivesse acontecido. Junto meus livros e caminho até a próxima aula, mas antes de chegar, Potter me impede de entrar na sala de aula do professor Slughorn.
- Murray, gostaria de parabenizar pelo desempenho excepcional naquele dia no jogo.- Ele estica sua mão para que eu aperte, o que de fato faço e da mesma forma agradeço, porém quando tento entrar na sala, ele me impede de novo.
- O que você quer Potter?- Pergunto quase irritada, aquele diálogo já demorava demais.
- Assim, sei que você não quer falar com o Sirius, mas...- Logo o interrompo.
- Adivinha Potter, se eu não quero falar com ele, imagina com você.- Tento pela terceira vez entrar na sala mas Potter ainda está na minha frente.
- Mas você poderia pelo menos ir com ele pra Hogsmeade? Tomar um chocolate quente, o que acha?- Potter tenta mais uma vez.
- Nem se me pagassem eu iria a Hogsmeade com Sirius esse final de semana!- Digo e empurro o braço de Potter, para que saia da minha frente, porém ele continua firme, além do mais, como Sirius ousou contar a Potter sobre nosso passeio? Ele já estava conseguindo tirar minha paciência.
- Nem para comer um docinho?- Tiago continua a insistir, coloco a mão na minha varinha, pronta para atacar Potter.
- Não vale a pena Evi.- A mão de Severo pousa sobre meu ombro.
- Olha quem se juntou a nós, olá Ranhoso!- Potter diz à Severo, sinceramente aquela richa me inojava, e eu odiava as humilhações que Tiago fazia a Snape.
- Calado Potter.- Severo diz a Potter, que o mesmo ri debochado.
- Ranhoso, ranhoso, você não aprende nunca.- Meu sangue ferve em ver Potter tratar Severo daquele jeito, de maneira alguma que eu estivesse tirando a culpa de Severo, ele tinha seus momentos também, mas não merecia ser tratado e nem chamado daquele jeito. Puxo minha varinha, e penso em algo rápido, antes que Snape possa responder Potter.
- Locomotor Mortis.- Lanço o feitiço contra Potter, fazendo com que suas pernas se unam, e com isso, ele perde o equilíbrio caindo no chão, logo assim, seu grupinho aparece, junto a eles, Sirius também.
- O que houve aqui?- Remo Lupin grita, logo puxa sua varinha.- O que o ranhoso fez?- Todos eles, acostumados a se dirigir desta forma a Severo.
- Ele não fez nada, quem fez fui eu.- Digo, mais do que alterada, Sirius se surprende, aquilo já havia ido longe demais, e se transformado em uma bola de neve, Severo apontava a varinha para Remo, Potter jogado ao chão, eu e Sirius com as varinhas em mãos, porém abaixadas, Slughorn surge de sua sala após o falatório.
- Pelas barbas de Merlin, o que houve aqui?- Assim diz Slughorn, e como em uma cena de filme, com crianças birrentas e atrapalhadas, um aponta para o outro, deixando o professor confuso. - Já para a detenção, todos!- Slughorn ordena.
- Professor, o Severo não tem nada haver com isso.- Tento ao menos livrar Severo daquilo que eu mesma o coloquei.
- Senhorita Murray, eu disse TODOS!- Fecho meu semblante, Potter e seu amiguinho Black haviam começado aquilo, se não tivessem me importunado tanto, nada disso teria acontecido, e que maravilha, ficar trancada, copianda um texto enorme, com o grupo de Sirius, isso sim, era o maior castigo.
(...)
Na detenção, eu tentava concentrar minha atenção somente no texto escrito no quadro, mas 2 coisas me tiravam da minha concentração, a primeira era que, o que eu estava me tornando? Usando magia contra um aluno, perdendo minha paciência, falando mais alto que o comum, o que Sirius Black estava fazendo comigo? E segundo, Black estava sentado logo a minha frente, o cheiro do seu cabelo exala como uma fragrância na minha frente, com todo certeza, aquilo me tirava do meu normal. Respiro fundo e me concentro em copiar aquele texto e fazer aquele tempo que estou ali passar o mais rápido possível.
(...)
Assim que somos liberados da detenção, tento sair rápido antes Black pudesse falar algo. Mas para minha surpresa, ele não me segue, e nem me chama, talvez isso tenha me... incomodado? Ai não, sério, por Merlin Evi, deixa isso pra lá.
- Murraaay!- Meu sobrenome ecoa pelo corredor, me viro contente por ele ter vindo atrás de mim, mas quando vejo quem me chama, mudo meu semblante, o Black que me chama não é o Black que eu gostaria. - Soube que deu um jeito no Potter.- Régulo diz rindo.
- É, talvez eu tenha dado uma lição nele.- Dou uma leve risada.
- Daria de tudo para ver essa cena.- Régulo diz.- Não posso negar que você leva jeito pra coisa.- Eu e Régulo começamos a andar junto, na direção do salão comunal da Sonserina.
- Não posso discordar de você Régulo, aprendi bem a me defender.- Digo a ele, tive um bom professor esses anos.
- Estou vendo que sim, mas Evi, gostaria mesmo de te dizer que adoraria sua presença na minha casa esse final de semana.- Régulo toca novamente no assunto, por um minuto, cogito comparecer em sua casa, mas ao mesmo tempo, sinto um calafrio percorrer minha espinha.
- Eu agradeço o convite Régulo, mas como já havia comentado, tenho um compromisso.- Digo novamente.
- O que seria tão importante para esse fim de semana?- Ele me questiona, e simplesmente as palavras somem da minha boca, engulo seco tentando pensar imediatamente numa reposta. Vejo Longbottom surgir no final do corredor, não acredito que vou ter que colocar ele nessa.
- Longbottom precisa de ajuda com uma matéria, me disponibilizei a ajudá-lo.- Respondo rápido quando vejo Frank, logo ele se aproxima.- Não é Longbottom? Você precisa de ajuda com aquela matéria ainda? Vou te ajudar nesse final de semana.- Digo a ele, e o mesmo entende a situação pelo ar.
- Claro, sua ajuda é bem vinda.- Frank entra na minha mentira.
- Hmm interessante, não imaginaria que Longbottom tinha dúvida com as matérias.- Régulo responde.
- É eu estou com algumas dúvidas com Defesa contra artes das trevas, e sabemos que Evi é uma das melhores da turma, certo?- Frank pergunta a Régulo.
- É evidente, se me dão licença, tenha alguns assuntos para resolver.- Régulo se despede e desaparece no corredor, respiro aliviada assim que ele se vai.
- Obrigada Frank, ajudou demais.- Agradeço a ele.
- De nada, pode contar com minha ajuda sempre que possível.- Frank sorri carinhosamente. - Mas desculpe perguntar, se não for invasivo da minha parte é claro, por quê tenta fugir de Régulo esse fim de semana?- Ele me questiona, penso se seria certo dizer mas logo desisto e conto do mesmo jeito.- Evi, cuidado, você sabe que aonde tem um dedo da família Black, coisa boa não é.- Frank me aconselha e logo me acompanha até o salão comunal da Sonserina, dali me despeço dele e vou para meu dormitório, ainda não consigo tirar Black da cabeça, e sobre como tudo tem acontecido, eu jamais poderia odiar alguém que gostasse tanto, e por mais que tentasse me manter longe dele, isso era completamente difícil...
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Do amarelo ao verde
General FictionEvi Murray vê sua história mudar completamente quando o chapéu seletor a coloca em Sonserina, pois esperava ser uma lufana assim como seus pais e seus avós. No sexto ano, Evi fica dividida entre o seus amigos Sonserina, e o seus amigos de outras cas...