Acordo tarde na manhã do sábado, na verdade, tive uma péssima madrugada, muitos sonhos e pensamentos ruins, preocupações com o mundo e o que ameaça ele, revirei a noite inteira na cama, eu estava sozinha no dormitório, já que alguns foram para suas casas, ou tiraram o fim de semana para passear, assim como eu, mas meu planos já não eram mais os mesmo.
Me levanto e vou fazer alguma coisa, quem sabe não andar por aí até cansar e voltar a dormir, me encher de besteiras, conversar com alguns fantasmas, qualquer coisa que possa me manter distraída, ou por que não ir a Hogsmeade sozinha? Eu conhecia o caminho, poderia comprar doces, andar um pouco, respirar um ar novo, fora de Hogwarts.
Decido então, ir sozinha mesmo, ser a minha melhor companhia, vejo que o tempo está frio, como se fosse chover, então, preparo minha roupa para que não sentisse frio. Arrumo uma pequena bolsa com coisas necessárias e saio a caminho de Hogsmeade.
(...)
Em dedos de mel, escolho alguns doces que gostaria de levar, chocolate com caramelo, chocolate com marshmallow, ou até mesmo algumas balas, lembro quando vim pela primeira vez com Sirius aqui, éramos novos, e estávamos no nosso segundo ano Hogswarts, ele apostou comigo uma barra de chocolate se eu comesse um dos piores sabores da caixa de feijões mágicos, e é claro que não neguei seu desafio, comi o de cera de ouvido, e era horrível, quase vomitei, mas ganhei uma barra, e a cara de pateta de Sirius.
Quando termino de decidir todos os doces que queria levar, vou em direção ao caixa, para pagar, e assim que a atendente diz o valor, percebo que havia esquecido meus galeões em casa, logo vejo que teria que deixar meus doces, a única coisa que queria levar de Hogsmeade. Mas em alguns segundos umas voz surge atrás de mim.
- Eu pago, sem problema algum.- Logo reconheço a voz da pessoa que permanece em pé atrás de mim, Sirius estava ali.- Aqui senhorita, 15 galeões.- Sirius entrega o dinheiro a atendente, e ela embrulha os doces em uma sacola de papel e me entrega.
- Não precisava.- Digo com a sacola em mãos saindo da loja.
- Claro que precisava, além do mais, você vai dividir comigo, certo?- Ele olha e consegue arrancar um sorriso meu.
- Eu tenho escolha?- Pergunto sabendo de sua resposta.
- Hmmm deixa eu pensar.- Ele leva sua mão ao queixo, como se estivesse concentrado.- Não, na verdade não tem não.- Nós dois rimos.- Achei que não viria.
- Eu não vim imaginando encontrar você.- Digo enquanto caminho ao seu lado, na sacola vasculho algo para abrir e comer.
- Então Evi Murray realmente esqueceu de alguma coisa? Estou impressionado, primeiro você joga um feitiço no Potter, responde um professor e agora está esquecida? Que semana.- Sirius tinha razão, aquela semana tinha sido extremamente esquisita, fiz coisas que jamais imaginei fazer enquanto estive em Hogswarts.
- Talvez eu não seja tão boa quanto pareço ser.- Meu semblante sarcástico me entrega e logo Sirius solta uma gargalhada alta, como aquela que solta quando está com seus amigos.
- Você é de dar medo Murray!- Sirius diz, paramos de caminhar e sentamos em um banco de madeira, o vento frio faz minha boca ressecar, Sirius dividi o chocolate com caramelo comigo.- Fiquei sabendo que você vai ao baile com Longbottom.- Sirius diz com o semblante sério.
- É Frank me convidou, foi legal da parte dele.- Digo dando uma mordida no pedaço de chocolate.
- Fico feliz por ser ele que vai te acompanhar.
- E você Black, sem par ainda?- Questiono, apesar de ter esse caso com ele, eu sabia que inúmeras garotas tinham uma queda por ele e iam adorar serem convidadas para ir ao baile.
- Na verdade eu estava tomando coragem para chamar uma garota, mas a convidaram na minha frente.- Engulo o seco, só de pensar que Sirius pensava em me chamar.- Mas agora vou ter que achar outra companhia, ou ir como um solitário cavalheiro ao encontro de uma donzela perdida no baile.- Sirius conseguia tirar risadas de momentos oportunos.
- Aposto que não falta pretendentes.
- Sim Evi, mas quando desejamos uma pessoa só fica difícil querer estar com outro.- Sirius me encara, isso me faz perder totalmente o ar em volta, minha perna bambeia na hora.
- Acho que essa conversa já está ina...- Como sempre, Sirius interrompe minhas frases, mas dessa vez, ao invés de falar, ele só cola os seus lábios nos meus, sem mais e nem menos, sua mão esquerda repousa sobre minha perna e e sua mão direita agarra meus cabelos, não posso negar que sentia falta do seu beijo, do seu toque, mas de qualquer forma, tudo que aconteceu aquela semana havia sido demais pra mim, logo me afasto do beijo de Sirius.
- O que foi?- Sirius pergunta indignado.
- Não dá pra te beijar e fingir que nada aconteceu, primeiro você me pede pra vigiar seu irmão, como um espiã, como um objeto pra você, e depois na mesma semana me acerta com um balaço, não dá pra fingir que isso não me magoou, que isso me fez parecer uma tola, um nada pra você...- Meus olhos se enchem d'água, mas seguro fortemente o choro.
- Evi, eu já pedi desculpa por aquilo que te pedi, eu jamais queria te magoar.- Sirius tenta se explicar.
- Não é só isso, eu não sou uma prioridade pra você.- Digo quando pequenas lágrimas escorrem do meu rosto.
- Era só um jogo, você não faria o mesmo pra ganhar?- Sirius questiona.
- A diferença entre nos Sirius, é que eu pensaria duas vezes antes de lançar um balaço contra você, eu pensaria três vezes antes de te machucar.- Com as mãos seco minhas lágrimas.
- Mas eu não queria Evi, por favor, entenda!- Sirius insiste em sua explicação.
- Black!!- Vejo aparecer Potter, juntamente a Lupin e Pettigrew, ao chegar perto ele nota o clima pesado e claramente meu rosto molhado entrega a situação complicada.- Ah me perdoem, não imaginei que estava atrapalhando vocês, boa sorte Almofadinhas.- Potter solta uma risadinha, assim como os meninos, me sinto incomodada, aquilo me fazia sentir como uma da garotas de Black.
- Eu vou embora, e não me siga Black.- Entrego a sacola de doces em sua mão e caminho na mesma direção que seus amigos vieram, com o passo mais largo e apressado que pudesse dar, eu só queria poder sair dali o quanto antes.
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Do amarelo ao verde
General FictionEvi Murray vê sua história mudar completamente quando o chapéu seletor a coloca em Sonserina, pois esperava ser uma lufana assim como seus pais e seus avós. No sexto ano, Evi fica dividida entre o seus amigos Sonserina, e o seus amigos de outras cas...