Laranja, rosa e amarelo.

Capítulo Único: Aquarela no céu.

essa oneshot foi a mais aleatória da minha vida, juro. de qualquer jeito, espero que gostem!

ah um aviso aqui é que eu não me baseei em nenhuma teoria sobre as cores nem nada, então se for algo distinto do que realmente significa é por causa disso.

boa leitura <33

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A aurora iniciava um mais novo dia, preenchendo o céu com uma explosão de cores alaranjadas e rosadas, pintando-o como um novo quadro para ser apreciado. O sol que preguiçosamente fazia suas saudações aos habitantes daquela cidadezinha já começava a reluzir, ele era amarelo. Laranja, rosa, amarelo. As cores que tanto demarcavam o nascer e o desaparecer da estrela.

As cores favoritas de Jeongguk.

Não havia um tom específico que poderia chegar perto de como elas pintavam o céu em uma aquarela extravagantemente perfeita. A cada dia de um modo diferente: com predominância ao rosa, ou às vezes o laranja, e também nunca se queixava quando o roxo resolvia se aventurar em se misturar no céu, não lhe importava muito, pois o evento continuava sendo seu preferido.

Era calorosamente recebido a cada raio solar que lhe atingia o rosto, e permanecia lá. Cinco, dez, quinze minutos apenas sentindo o abraço confortável do amanhecer, sentia-se em paz.

— Você ainda está aqui. — A voz que tanto conhecia ecoou em seus ouvidos, agitando cada nervo do seu corpo. As sinapses nervosas rapidamente agitaram-se por aquela simples voz, recebendo a mensagem que seu cérebro queria transmitir: o dono de seu coração havia chegado.

— Eu não saí, para falar a verdade.

Ele agora senta ao seu lado, o calor que emanava era quente, tal como os raios solares que apreciava anteriormente. Não virou para encará-lo, mesmo que seu corpo, por impulso, aproximou-se do dele. Sentia seu pulso bombear de forma acelerada na presença do outro.

— Eu sei, conheço você o suficiente para saber.

Ele sempre sabia.

Jeongguk sorriu, sereno. Internamente, sentia como se fosse morrer. Amá-lo doía, de certa forma.

— A primavera começou — continuou. — Devo colher algumas flores para a decoração dessa época para a floricultura. Você podia ir comigo.

— Não gosto de flores, Tae. Você sabe.

Ignorando-o, ele cutucou suas costelas para fazer cócegas. A maneira como podia fazer com que Jeongguk se tornasse um bobo em simples gestos era inacreditável.

— É irônico, já que você observa o nascer do sol por cima de um campo cheio delas — diz. — Não vou persistir, Gukkie, você sabe que eu te entendo. Eu vou indo.

— Nos veremos no pôr-do-sol. — Despediu-se, observando o campo cheio de cores abaixo da colina e Taehyung misturando-se a elas.

Pensou, então, que Taehyung combina com as flores. Talvez, se ele fosse uma, seria a melhor de qualquer jardim, destacando-se ante qualquer uma.

Ele já era a melhor de qualquer jardim, do seu. Quando se destacava entre os espinhos afiados e violentos do seu coração, era a pequena e única flor vivendo em seu mísero e pobre jardim, presa sobre camadas de espinhos. Viva, acima de tudo.

Jeongguk não precisava ser um sábio para saber que a flor de Taehyung nunca morreria.

Laranja, rosa, amarelo. A ação se repetia no crepúsculo, a predominância do laranja contrastava com sua camiseta branca, com seus cabelos castanhos e olhos caramelos. Contrastava também com Taehyung. O fluxo natural do pôr-do-sol parecia se alterar a preferência do garoto, agindo em harmonia ao seu favoritismo. Ele era o laranja, rosa e amarelo.

Não estavam mais em uma colina por cima de um campo de flores, embora a grama e as pequenas flores que Taehyung trouxe faziam-lhe lembrar do seu ponto usual para observar a aurora. Sua mão delicada mexia nas rosas que trouxe, aparentemente, na tentativa de montar um buquê.

As rosas eram laranjas, amarelas e, bem, rosas. Taehyung sabia quão bem aquelas cores significavam para si.

O pôr-do-sol a sua frente não era mais um espetáculo comparado a Taehyung concentrado, lábios pressionados e olhos focados, deitado com a cabeça apoiada em suas coxas. Queria poder parar o tempo apenas para revê-lo assim, para pedir uma pintura do garoto e nunca mais soltá-la.

— Laranja é como a paz — começou Taehyung. — É o ponto específico que atingimos o relaxamento, aquela comida que nos faz derreter e revirar os olhos de tão boa. O exato momento em que os raios solares atingem a atmosfera, emitindo isso — apontou com a cabeça ao crepúsculo. — Laranja cheira a paz.

Entendeu perfeitamente o que Taehyung queria lhe dizer. É complexo explicar uma sensação a alguém que é impossibilitado de tê-la, mas isso não lhe impedia de tentar. Como não teve reação negativa de Jeongguk, continuou:

— O rosa.. é o amor, o amor sentimental — disse. — Cheira a tudo que lhe associa a isso, as pessoas que você ama, as comidas e memórias, a todos os momentos que se repassam em sua mente que o faz abrir um sorriso, que você sente algo bem lá no fundo. Então, rosa cheira ao amor.

Direcionou um sorriso ao outro, brincando com seus fios loiros.

— Por fim, o amarelo, é a alegria, a felicidade — ele pegou a última rosa dessa cor e analisou-a antes de começar a montá-la no buquê. — O sentimento que lhe preenche por completo, onde você nem sequer pensa em algo negativo quando se sente assim, porque ela ensurdece, cega e barra toda sua negatividade. Alegria pode ser encontrada em qualquer coisa, em um vídeo, um lugar, hobbies e até pessoas. Alegria é um porto-seguro. Amarelo remete a isso, portanto, cheira a felicidade.

— Você tem seu Amarelo?

Taehyung riu do modo que fora perguntado.

— Sim, Jeongguk-ah. Meu porto-seguro é você.

E então, ele sorriu.

Jeongguk fora obrigado a prender sua respiração.

Completamente fascinante e tão admirável que poderia ficar apreciando-lhe por todos seus dias, noites, acordaria olhando-o e adormeceria olhando-o. De pôr-do-sol a aurora. Explosão de cores, por todo o espectro. Explosão de odores, dos mais delicados. Taehyung era todas as cores. Todos os elogios. Todas as palavras super-complexas sobretudo extremamente bonitas. Todos os cheiros agradáveis, mesmo que não sentisse nenhum. Ele era tudo, acima de qualquer coisa.

Jeongguk tinha a aurora; o laranja, o rosa e o amarelo. Tinha os raios solares calorosos do nascer do sol, a primeira emissão de luz do dia, o recomeço de algo. Tinha a paz, amor, e alegria.

E então, tinha Taehyung. O seu laranja, rosa e amarelo. Sua epifania de sentimentos, de suas emoções.

O resultado mais-que-perfeito para mistura de laranja, rosa e amarelo.

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espero que tenham gostado <3