O caminho estava escuro e frio como de costume, então a luz apareceu e tudo ficou branco e aquecido.
- Eu amo você e... Eu gostaria que você sentisse o mesmo.
...
- Não espere nada de mim e assim você não vai se machucar.
• 1° temporada (White) ⇝...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Nova Orleans, 1998
Stefan abotoou o capacete azulado e florido na cabeça da filha e deu um tapinha em cima, ganhando um sorriso aberto cheio de janelinhas.
— Pronta pra ir, parceira?
— Sim!
Ela assentiu e agarrou o guidão da bicicleta azul como se estivesse preparada para uma grande aventura. Sua filha parecia uma bonequinha, mas o surpreendia o quanto ela poderia ser uma moleca, até sua cor predileta nada era como de outras garotinhas da sua idade, sua filha era obcecada por tons de azul e branco. Todo o seu quarto era decorado assim, além disso, ela nunca gostou de bonecas ou ursinhos, sempre preferiu carrinhos e bolas. Entretanto, mais uma vez ela ia contra, quando até mesmo a forma em que torcia o narizinho quando estava animada ou desgostosa parecia delicada.
Stefan a apoiou por algum tempo e foi se afastando aos poucos quando percebeu que ela estava equilibrada.
— Posso soltar, Aninha?
— Pode, pode! — Respondeu a menina animada enquanto balançava a cabeça junto. O mais velho sorriu sem deixá-la saber que já havia soltado.
A menininha de cabelos tão claros que pareciam prateados, riu pedalando cada vez pra mais longe. E estava indo tudo bem, até que ela sentiu falta da presença habitual do pai ao seu lado e olhou pra trás para procurá-lo. Mal deu tempo de Stefan gritar para que ela tomasse cuidado e Briana já estava caída no chão, com seus joelhos ralados.
Com desespero exagerado o Salvatore pegou a filha no colo e a bicicleta com a mão que estava livre e voltou pra dentro de casa correndo, ele havia sentido cheiro de sangue. Sua filha estava machucada, era tudo o que podia pensar, mesmo que isso fosse rotineiro graças ao temperamento arteiro da menina.
Deixando-a sentada na poltrona da sala de estar, apressou-se para a cozinha pra fazer o chá que a ajudaria a melhorar. O desespero do vampiro era o pólo oposto da calmaria que a filha demonstrava, enquanto observava o pai correndo pra lá e pra cá, ela sabia que os machucados nos joelhos não eram nada de mais.
Stefan sabia que era um risco toda vez que ele decidia curar Briana, mas ele não conseguia simplesmente ficar calmo enquanto a via sangrar, não parecia certo ter o remédio e não ajudá-la a melhorar. Todavia, ele nunca saia de perto dela ou a deixava fora de sua vista, de qualquer forma, a quantidade de sangue diluído no chá de camomila era mínima, então era só ter cuidado dobrado pelo tempo em que seu sangue permaneceria com ela. Ele ainda não havia explicado pra ela o que era, então a garota chamava o chá que seu pai fazia de chá cura tudo. Stefan riu na primeira vez que ela chamou assim, mas depois, ao ouvi-la dizer que estava tudo bem se machucar já que o chá cura tudo de seu pai ia fazê-la ficar melhor, o deixou preocupado. Depois de entregar o liquido morno à filha, ele se abaixou em frente a poltrona para limpar o sangue que manchava os joelhinhos já curados que pareciam tão frágeis.
— Acho que já está bom por hoje, não é? — Questionou ele encarando o rostinho redondo da filha, ainda agachado à sua frente.
— Ué, por que? Tenho certeza que da próxima vez vai dar tudo certo. — Respondeu Ana como se fosse óbvio. Isso trouxe um sorriso ao rosto bonito de seu pai. — Pai, posso te fazer uma pergunta? Não vai ficar chateado?
— Nunca vou ficar chateado com você.
— Promete? — O homem riu quando o dedinho fino veio em sua direção. Mas o entrelaçou com o seu mindinho logo em seguida.
— Prometo.
— Você é um vampiro? — Stefan perdeu no compasso. Se levantando, ele parecia confuso e assustado.
— De onde você tirou isso?
— Pai, eu li o livro do Drácula. — Ela sussurrou se inclinando pra frente como se contasse um segredo. O Salvatore sentiu o peso sair de seus ombros, pelo menos ela não estava perguntando porque alguém disse alguma coisa, ou porque se lembrava de algo do massacre que Damon fez quando ela tinha apenas dois anos.
— Eu não deveria deixar você ler o que quiser. Mas escuta... — Começou se abaixando novamente na frente dela. — Vamos conversar sobre isso mais pra frente, tudo bem?
Briana assentiu, mas segundos depois já estava questionando novamente:
— Vamos conversar agora?
Stefan não conseguiu segurar a risada.
— Não, eu quero dizer, quando você for um pouco mais velha.
— Mas pai, a cada segundo que passa eu sou um pouco mais velha.
Ele suspirou divertido com a forma astuta de sua filha.
— Daqui à alguns anos, Ana. — Ela torceu o nariz, mas concordou.
— Mas é por isso que eu não posso ir pra escola igual as outras crianças normais? — Ela voltou a agir como se fosse contar algo que ninguém mais pudesse saber. — Porque eu sou uma vampira?
O Salvatore se divertia em uma conversa de cinco minutos com a filha o que ele não se divertiu uma vida toda.
— Você não é uma vampira, anjinho, também é uma criança normal.
A garota pareceu desapontada.
— Então por que eu tenho que estudar em casa?
— Porque é mais seguro, e assim podemos passar o dia todo juntos. Você não gosta? — Questionou e Briana assentiu energeticamente.
— Eu amo passar o dia todo com o papai! Ele é o mais mais inteligente de todos!
O vampiro riu pegando as filha no colo para caminhar em direção a cozinha.
— O que acha de um bolo de chocolate? — Stefan sabia que uma vez que falasse de comida a filha esqueceria todo o resto, inclusive a vontade de voltar a andar de bicicleta.
— Ebaa!! Eu adoro bolo!
Todos os dias pareciam que eles viviam na bolha mais feliz do mundo. Família e normalidade, tudo o que Stefan precisava.
Bem, pelo menos até ele conhecer uma certa duplicata.
•••
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
O capítuloestá menor, porque essa é a última parte para fechar o arco da Briana crescendo, no próximojá vamos adentrar a série.