sweet - jeongmi shortfic.

One

Era uma manhã de sábado nublada e duas garotas preguiçosas estavam na cama. Pernas entrelaçadas, elas estavam abraçadas confortavelmente. Jeongyeon, já acordada, observava com um sorriso o rostinho angelical de Mina, que permanecia de olhos fechados. Depois de alguns segundos, a Myoui foi se encolhendo para mais perto de Jeongyeon. E ficaram naquela posição por alguns minutos.
— Dormiu bem aqui? — Jeong perguntou.
— Sim... eu amei sua casa.
Jeongyeon apenas sorriu como agradecimento, estava com sono demais para falar alguma coisa. Mas precisava de disposição, o dia seria muito cheio para as duas e uma hora daquelas elas já deveriam estar de pé.
Enfim, depois de mais alguns minutos se encarando e sorrindo aleatoriamente uma para a outra, as meninas se levantaram e abriram as janelas.
— Acho que hoje vai chover de novo. — falou Mina, olhando para o céu.
Elas já tinham saído da cama, mas ainda estavam muito sonolentas. Ficaram mais um tempinho sentadas numas poltronas, sem trocar nenhuma palavra. Mina respirou fundo, como se fosse falar algo, mas logo acabou desistindo. Jeongyeon decidiu quebrar o silêncio:
— Se você quiser, pode ficar aqui mais um pouquinho enquanto eu faço o café da manhã.
— Okay — Mina respondeu, deitando novamente.

Quando Jeongyeon chegou na sala com a refeição, Mina estava ajeitando os cabelos. Dessa vez, a japonesa que iniciou a conversa.
— Seus pais não estão aqui?
— Não, eles saem para trabalhar bem cedo, nós nem percebemos. Por isso você não os viu ontem; também dormem muito cedo.
— Então você fez tudo sozinha? Desculpa, de verdade! Eu deveria ter te ajudado.
— Não, Mina, não se sinta culpada por isso. Eu já estou acostumada.
Jeongyeon a abraçou e elas sorriram.
— Não tem nada demais na mesa. Só sei cozinhar o básico mesmo — falou Jeongyeon e Mina mordeu um pedaço do que a Yoo havia preparado.
— E pode ter certeza que o seu básico é muito bom.
— Obrigada! — respondeu Jeong e as duas trocaram um sorriso. E a partir daí foram criando mais e mais assuntos, se conhecendo cada vez mais.
E depois de um tempo, começaram a fazer o principal motivo de Mina estar na casa da amiga: o trabalho de biologia. Mas até que não foi tão trabalhoso como elas acharam que seria, afinal, já tinham tudo planejado. Dividiram as tarefas, não deixando de conversar sobre outros assuntos. Mina era uma pessoa de poucas palavras, mas ela se sentia extremamente confortável perto de Jeongyeon. Ela de repente se tornava falante quando estavam juntas. Enquanto isso, Jeong também oferecia alguns lanches. Ela deixava Mina bem a vontade, o que também contribuía para seu conforto.
Pausa para preparar o almoço e, é claro, para almoçar. Uma hora ou outra também saíam um pouco para a varanda ou até mesmo para assistir TV. Pouco tempo depois, já estavam fazendo mínimas alterações no cartaz, até que... pronto. Trabalho de biologia finalizado.
— Você pode dormir aqui de novo, se quiser. — Jeongyeon ofereceu.
— Eu não posso... tenho que estar em casa às cinco da tarde, mais ou menos. Vou de táxi até minha casa e lá meu pai vai me buscar para eu ir pra casa dele, ele mora com meu irmão e é longe daqui.
— Entendi. Eu fico com você até o táxi chegar, ok? Ah, já sei: ainda são três horas, não é? Quer que a gente já desça pra parar em algum lugar aqui da cidade e comer alguma sobremesa?
— Eu quero. Muito obrigada, Jeongie.
E foi assim. Mina arrumou a mochila, e as duas colocaram uma "roupa de sair". Acabaram indo numa sorveteria.
— Sabe hoje de manhã? Naquela hora que sentamos nas poltronas, eu ia te perguntar uma coisa, ou melhor, duas coisas. — falou Mina.
— Sei sim. Eu ia até perguntar o que era, mas sei lá, eu não tava raciocinando direito. Só funciono bem depois de comer alguma coisa — Elas riram. — Mas enfim, o que era?
— Primeiramente: eu faço aniversário daqui a duas semanas, no sábado, então eu gostaria muito que você fosse para minha casa na sexta feira e dormir lá. Umas cinco horas da tarde, pode ser? Não vai ser nada demais, no máximo uma pizza e um bolinho.
— Claro, eu gostaria muito de ir!
— Que bom! A outra coisa que eu ia te falar, é que... tipo, por que você me chamou assim para ser sua dupla do trabalho, do nada?
— Eu só.. percebi que você parecia um pouco sozinha na escola e que você tinha dificuldade em socializar com as pessoas, além de que pelas conversas que nós já tivemos, te achei um amor, então achei que seria a oportunidade perfeita pra nós — Jeongyeon respondeu, e logo depois sentiu um pingo de água da chuva cair sobre seu braço. Essa chuva só começou a ficar mais forte. Como só Mina estava com a mochila, só tinha o guarda-chuva dela.
— Entendi. Você é muito fofa, Jeongie. — Mina disse e a abraçou.
Poucos minutos depois, já podiam ver um táxi chegando de longe. E a chuva piorando. Elas se despediram com um beijo na bochecha.
— Pensei que odiasse beijos. — falou Mina e Jeongyeon apenas respondeu mentalmente com "você pode". — Toma meu guarda-chuva.
— Mas Mina, ele é seu, não precis..
— Eu estou protegida, Jeongyeon, o táxi vai parar em frente à minha casa. Você ainda tem que ir andando até a sua e eu não quero te ver resfriada. Só pega.
Enfim, elas se despediram de verdade e Jeongyeon voltou para casa. E então decidiu acompanhar um pouco a chuva da janela de seu quarto, mas logo o dia ficou ensolarado. Um lindo arco-íris se formou no céu. Jeongyeon só queria estar com Mina naquele momento, e cada vez que ela olhava para o guarda chuva emprestado essa vontade aumentava...

• flashback do dia anterior •

Apenas mais alguns minutos para o fim da última aula da semana. Quase nenhum aluno prestava atenção nas palavras do professor, queriam mais é voltar para casa logo. Para Jeongyeon, que até precisava de nota naquela matéria, só uma pessoa importava: Minatozaki Sana, sua melhor amiga que no momento estava mexendo no celular.
— Sai do Instagram, mocinha. Vai prestar atenção na aula — Jeong disse.
— Você deveria fazer o mesmo. Mas também, dane-se, a gente já tá de recuperação em biologia... no comecinho do ano letivo. Que humilhação!
— É de nota que vocês precisam? Pois se escutassem o professor, saberiam como recuperar. — falou o namorado de Sana, que nas aulas ficava ao lado dela.
— O que o professor disse? — perguntou ela.
— Sério que nem isso vocês duas ouviram? — ele respondeu e logo em seguida mostrou o que tinha anotado no caderno. Era um trabalho de pesquisa em dupla.
— Não é muito difícil tirar 10, Google tá aí pra isso. Estamos salvas, Jeongyeon! — disse Sana, que com certeza ia se juntar ao namorado para fazer o trabalho. Ele sempre era a sua sua dupla na escola. Já Jeongyeon fazia trabalho com qualquer um; ela era muito amiga de todos os alunos daquela turma, mas é claro que o nível de proximidade entre eles era diferente.
— Que tal fazer dupla com sua crush? — falou o namorado da Sana para Jeongyeon, deixando-a "confusa". — Não finja que não está entendendo, todo mundo sabe muito bem quem é.
— A Mina não é minha crush!
Sana decidiu falar:
— Viu como até você sabe? Admite logo, Jeongieeee! Você fala com todo mundo na maior tranquilidade, só com a Mina que você fica nessa enrolação.

Isso era verdade. Jeongyeon e Mina quase sempre acabavam pegando o mesmo ônibus para ir à escola e sempre voltavam para casa no mesmo, ou seja, tirando as melhores amigas de Jeong, Mina era a pessoa da turma que ela mais passava tempo e mesmo assim absolutamente toda vez que as duas se falavam o coração de Jeongyeon acelerava excessivamente.

A Minatozaki continuou insistindo:
— Vai lá, Jeong. A melhor amiga dela saiu da escola, ela tá sozinha. Ela é muito tímida... se você não começar a desenrolar essa amizade, vocês nunca vão ir pra frente!
— Tudo bem, Sana, tudo bem. Eu vou lá falar com ela.

E assim foi. Jeongyeon foi para perto de Mina e a chamou.
— Licença? Você quer ser minha dupla?
— Sim, sim! — falou a Myoui, com um sorriso muito fofo. — Achei que eu fosse ficar sozinha, desde que a Momo se mudou eu não consegui outros amigos.
— Vocês eram muito amigas, não é? Momo era mesmo uma pessoa incrível, eu também sinto falta dela.
Depois, mudando um pouco do assunto, Jeongyeon decidiu falar mais do trabalho.
— Então, eu acho melhor a gente começar a anotar o que temos em mente. Você acha melhor a gente já fazer ele amanhã? Se você puder e quiser, dorme lá em casa hoje.
— Eu acho que posso sim, só preciso avisar para minha mãe, pra depois ela não ficar preocupada comigo. E muito obrigada, Jeongyeonie!
— De nada, meu anjinho! Eu vou logo pegar uma folha do meu caderno pra gente começar a anotar as coisas, ok?
— Deixa que eu pego, minha mochila já está aqui.
— Posso colocar minha cadeira do lado da sua?
— Claro que sim.
Mina não parava de sorrir por um segundo, isso estava aquecendo cada vez mais o coração da mais velha.

♡♡♡

O sinal da saída bateu e os alunos foram ao refeitório desesperadamente. Apenas uma certa minoria não almoçava na escola, e naquele dia Jeongyeon e Mina fizeram parte daquela minoria. Elas saíram logo da escola.
Ao chegarem na parada de ônibus, elas decidiram que, ao invés de irem direto para a casa de Jeongyeon, iriam ao shopping para almoçar lá.
Almoçar realmente foi a primeira coisa que elas fizeram quando chegaram, mas depois... entraram em tudo que era loja. Loja de roupa, maquiagem, papelaria, até loja de decoração elas já tinham entrado.

— Jeongyeon, essa saia ficou bonita em mim?
— Me diz uma coisa... que roupa não fica bonita em você?

Foi um dia perfeito. Quando menos perceberam já era sete e meia da noite. Pior: Mina ainda chamou Jeong para "jantar" um Mc Donalds.
— Tudo bem, dessa vez eu pago!
Finalmente, lá pras oito e pouca da noite, saíram daquele shopping e foram para outro ponto de ônibus [não puderam deixar de levar várias compras consigo]. Só que tinha um pequeno problema: estava chovendo e ventando bastante, bastante mesmo. Felizmente, o ônibus passou bem rapidinho e estava vazio. Elas optaram por sentar nos últimos assentos, onde não tinha realmente ninguém.
— Eu tenho medo de trovão! — disse Mina baixinho, o que fez Jeongyeon abraçá-la e lhe dar um beijinho na bochecha, além de ter tirado seu casaco para usá-lo como um cobertor para as duas.
— Eu te protejo. Obrigada por hoje, Minari. Te adoro, pequena.