Prólogo

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Não lembro que ano era quando a vi pela primeira vez, seu olhar perdido e rosto corado pelo sol, há muito não via uma das criaturas frágeis de meu pai, quando a vi e seus olhos cruzaram os meus mesmo ela não me vendo me trouxe um calor, a ponta de seu nariz redondo descascava e sua voz parecia frágil, sua aura emanava em um brilhante quase como o próprio sol, eu queria toca-la mas não me permitir me mover.

O farfalhar de suas roupas colado em sua pele suada chamavam minha atenção enquanto escutava os seus passos se distanciando de minha posição.

Aquela noite estava especialmente fria, o sol estava quase a se pôr por completo, o silêncio ensurdecedor daquela noite me enlouquecia a sombra sobre as copas das árvores paravam sobre mim.

Em minha mente não saia a imagem daquela moça tão perigosamente linda, e como me senti vazio e triste sentindo a falta de meus irmãos alados.

Em tão pouco tempo havia destruído tudo que sempre tivera, menti, fingi, descumpri ordem, mas com uma boa razão.

Uma linda e pura razão, amor.

Anjo não deve ter sentimentos, somos soldados de Deus, nosso objetivo é servir e comandar os abaixo de nós, vigiar e proteger os humanos.

Aurora tinha me avisado, disse que não fomos feitos para coincidir, nunca deveríamos guardar nossas asas e negar de onde viemos, era um pecado maior, a negação ao reino, ao pai.

Mas mesmo assim, o amor dela valia isso, então um belo dia eu guardei minhas asas e neguei meu reino.

Cada vez mais eu fugia para vê-la, tentava ferozmente me esconder do pai, fui tolo achando que ele não estava há ver, era só questão de tempo.

-Pai? - O chamava nas noites mais solitárias e quando meu coração angelical se apertava - Onde está? Meus irmãos onde vocês estão? Por que me deixaram para traz?

Sentado com as minhas asas em torno de mim, me sentia o ser mais solitário de todo o universo.

O CaídoOnde histórias criam vida. Descubra agora