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"A história da minha vida é sobre entradas de trás, portas laterais, elevadores secretos e outras maneiras de entrar e sair de lugares sem as pessoas me incomodarem."
GARBØ, GRETA

Sina se levantou, ajeitando-se e olhando para cima, de onde vinha o som. Sina se recompôs mais rapidamente, talvez por seu passado político, talvez por sempre estar no controle. — Estamos bem sim! Tem um garoto aqui comigo também! É o Noah...

Sina não sabia como terminar a frase, mas continuou olhando para cima.

Nesse momento, Noah percebeu que tirou suas roupas por uma menina que nem sabia seu sobrenome.

— Urrea. — Noah respondeu, tentando fazer sua respiração voltar ao normal.

— Noah Urrea! Do apartamento? — A voz masculina voltou a perguntar. Ouviram barulhos atrás dele. Eram os prováveis bombeiros trabalhando para tira-los dali. Noah não tinha dúvida que vieram o mais rápido que puderam e, principalmente, devido ao status do pai de Sina.

— 705. — Noah responde, baixinho, fazendo Sina gritar para o bombeiro.

— 705!

— Ok, ok, vamos tentar te tirar daí, mas pode demorar cerca de 40 minutos. Meu nome é Nick Grimshaw. Vocês estão bem, alimentados, respirando?

Sina olhou para Noah, checar se estava tudo bem. Era a primeira vez que ela olhava para baixo, e não para cima, de onde o som estava vindo. Ela checou Noah, e perguntou se estava tudo bem com os olhos, fazendo Noah balançar afirmativamente a cabeça. — Sim, tá tudo certo.

— Ok, ok. Seu pai disse que te ama.

Antes que Sina pudesse responder, Noah gritou eufórico. — Diz que amo ele também.

Ficou um tanto de silêncio, antes que o bombeiro falasse novamente. — Tava falando com a senhorita Deinert.

Sina deu um risinho da reação de Noah e voltou a olhar para cima, para gritar. — Ah... Valeu?!

O homem parou de responder, o barulho ficou mais baixo, e Sina se sentou, suspirando e finalmente descansando as costas na parede metálica do elevador. — Pelo jeito iremos sair daqui afinal.

Noah nem sabia o que dizer, depois daqueles repentinos gemidos e um sexo. — Pelo jeito.

Ele estava pronto para ficar calado de uma vez por todas, mas parecia que Sina era a que queria continuar conversando daquela vez.

— Podemos continuar o jogo das perguntas enquanto esperamos os bombeiros... Já que não seria legal se... — Ela fez gestos em torno de seu corpo e de Noah, o que deixava claro o que queria dizer.

Noah deu de ombros, encarando os olhos negros de Sina. Estava nostálgico por algum motivo obscuro. — Claro, claro.

— Você continua. — Sina disse, com os olhos brilhando.

Noah não pegou leve, e tacou a bomba logo na primeira pergunta. Sina já sabia que estava flertando com ele mesmo, o que adiantava esconder? — Quem foi o último menino que você beijou?

Sina corou, e ficou um tanto amuada. — O nome dele era Bailey May.

Noah reconhecia aquele nome de algum lugar... — Espera aí. O fotógrafo da sua família. Ele mora nesse prédio.

Claro que Sina não morava naquele prédio. O primeiro ministro e a família tinham residência já estabelecida na Downing Street, 10. Então... Ela tinha vindo visitar o ex.

Noah conhecia Bailey de longe. Ele às vezes tomava chá com sua mãe, vendo que Dona Wendy era uma famosa estilista. Noah, no entanto, nunca falou com o garoto.

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