De Volta Ao Morro-(Parte 2)

Capítulo 5-Parte 2

Kau (On)

Levanto o Hiago do chão e levo ele para a boca,vou ter uma conversa com ele lá.  Percebo que a Gabi tinha saído dali,Mano,ela deve tá péssima.

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Chego na boca e deixo avisado pro Léo não deixar ninguém entrar.

Kau-Senta ai.Eu abro o frigobar-Quer uma cerveja?-Ele não responde.-Pega aí.- Jogo pra ele a garrafa

Hiago-Tá sendo tão legal assim porque?

Kau-Porque sou teu pai,e uma coisa que eu aprendi nessa vida,é que a violência nao resolve nada. Agora podemos bater um papo?

Hiago- Não To muito afim

Kau-Hiago,cara. Eu ja tive a sua idade,já fui adolescente,já usei toda essa porcaria que você costumava usar,e por mais incrível que pareça,eu também ja agredi as mulheres que eu pegava,e...a sua mãe também.-Eu abaixo a cabeça.-Não me orgulho nem um pouco dessas coisas,principalmente de ter cometido as agressões,isso nao é coisa que um homem faça,por mais puta que seja a mulher.-Ele olha pra mim.-Vai por mim,filho,essas coisas pode estragar,e muito,a sua vida.

Hiago-P...Kauã,ninguém nunca chegou pra mim e perguntou os meus motivos.

Kau-Pois eu ja sei. Posso te contar a minha história?

Hiago-Pode ser...

Kau-A minha mãe abandonou a mim e a sua tia,nós éramos muito pequenos,sofremos muito. Anos depois o meu pai morreu,eu tinha mais ou menos a tua idade,15 anos na cabeça,com uma preocupação que nem um adolescente merece,eu nao sabia oque fazer da minha vida e da vida da minha irmã,a Flora tinha apenas 10 anos,uma criança ainda. Nós não tinha nenhum parente que morasse perto,estávamos sozinhos na vida. Dias depois o melhor amigo do meu pai,o dono do Alemão,me disse que o pai sempre quis que eu cuidasse do morro,quando ele não pudesse mais. Eu nao pensei direito,só queria dar orgulho pro meu pai,ele era um grande homem,pra mim e para todos. Tendeu? Larguei a escola,e comecei a cuidar de tudo,quando eu vi o lucro entrando,eu decidi que era aquilo mesmo,era moleque,só queria dar uma boa vida pra minha irmã,já que não tinha nem pai e nem mãe,mesmo sendo tão pequena. Desculpa filho,de verdade.-Levanto e paro em sua frente.-Naquela época eu nao sabia que teria uma mulher,uma família,e que a minha escolha do passado,atrapalharia a sua infância. Eu sinto muito!-Pego na nuca dele.