Armadilha

458 73 92
                                    

Shoto on:

Estavamos todos no submarino da empresa indo em direção a Macapá, capital do estado do Amapá, ao que parece a cidade fica em frente ao rio Amazonas, então concordamos que ir pela água vai ser mais discreto, afinal, a gangue do meu pai controla o aeroporto, então seria difícil chegar no avião sem que eles notassem.

Estou ansioso, depois que tudo isso terminar eu posso finalmente achar minha família, saber onde aquele desgraçado prendeu eles, ou ao menos se estão vivos.

Confesso que meu plano inicial era me juntar a organização plus ultra para ajuda-los a prender o Endeavor e encontrar meus irmãos, e depois sumir com eles para o mais longe possível. Passei a vida com medo do meu pai, e fazia de tudo para me encontrar, achar algo pelo que viver.

Algum motivo que me fizesse seguir em frente, e por muito tempo, achar meus irmãos foi esse motivo, e eu queria resgata-los e sumir.

Mas como sumir se eu acabei de encontrar o amor da minha vida? Meu Soulmate.

Não sei se sou capaz de viver sem o Izu... Sua presença se fez tão necessária em minha vida que é quase impossível respirar quando estou sem ele.

Só consigo dormir bem se ele estiver  em meus braços.

Consigo sentir meu coração acelerar só do fato de nossos olhares se cruzarem.

Ao lado dele, eu posso ser eu mesmo.

Sou dependente dele? Talvez.

Mas a esse ponto eu sinceramente não ligo, podem me chamar do que for se isso significar que posso ficar ao lado dele.

Ama-lo e cuida-lo.

Satisfazer todos os seus desejos, seja na cama ou fora dela.

Não posso e nem quero deixa-lo, então... O que fazer?

- Amor, você 'ta bem?- perguntou meu verdinho apoiando sua cabeça em meu ombro.

- Estou sim, só pensando em umas coisas...- respondi beijando sua testa, estávamos sentados lado a lado em frente ao Kiri e ao Baku, Kaminari estava pilotando o submarino, essa deve ser a primeira vez que o vejo tão sério.

- É algo ruim?- questionou o Izu.

- Não necessariamente, eu apenas estava pensando como vão ser as coisas depois que prendermos meu pai.- respondi ganhando a atenção do Kiri e do Baku.

- Depois que capturamos ele, vamos atrás dos seus irmãos.- respondeu meu verdinho entrelaçando nossas mãos.

- Sim, mas e depois?- questionei e sua voz morreu, acho que ele nunca parou para pensar sobre isso.

- Achei que você ficaria na agência junto com a gente, comigo.- respondeu me olhando confuso.

Realmente, ficar com ele me parece a melhor opção.

- Eu..

- Chegamos, gente.- Falou Denki parando o submarino.- ativem seus trajes para podermos ficar invisíveis.

- Vamos andando até o Marco Zero?- questionei ativando meu traje, realmente a tecnologia da Hatsume é a melhor que existe, nunca vi nada igual.

- Sim, não é tão longe.- respondeu Izuku assumindo a típica postura séria que usa em todas as missões e reuniões, tão sexy!- fora que assim vamos chamar menos atenção.

Saimos do submarino e caminhamos pela orla em grupo, os brasileiros são tão animados e festivos, chega a ser contagiante estar aqui no meio deles, caminhamos até o Marco Zero e descobrimos que ele fica bem no meio de uma rotatória, seria um lugar extremamente movimentado, caso All Might não tivesse falado com o prefeito local para interditar a área com a desculpa de uma obra que vão iniciar.

Afinal, não sabemos as proporções que essa missão pode tomar, o mais importante é não haver cíveis inocentes no meio do fogo cruzado.

- Não ha sinais de guardas aqui do lado de fora- falou Bakugou assim que chegamos no monumento.

- Meus sensores detectaram sinais de calor atrás daquela parede, provavelmente é a entrada.- sussurrou Denki apontando para uma parede aparentemente normal.

- Como vamos entrar sem sermos notados pelos guardas?- questionou Kirishima.

- Hawks disse que essa é a entreda menos vigiada, não temos escolha a não ser apagar os guardas e seguir em frente.- respondeu Izuku colocando um pequeno aparelho na parede, instantes depois a mesma se abriu e dois seguranças olharam para trás confusos, aproveitamos de nossa invisibilidade para nocautea-los sem chamar muita atenção e seguimos em frente.

- Entramos.- falou Izu em seu comunicador, o qual estava ligado diretamente a central, onde Mirio e Tamaki nos observavam. Meu verdinho seguiu em frente segurando seu tablet, o mesmo continha o mapa completo da instalação.- Fiquem atentos, eles podem ter sensores de calor e vai ser fácil nos achar.

Dita o feito, assim que o Izu terminou de falar, um alto alarme soou e algumas luzes começaram a piscar em vermelho.

- Alerta! Intrusos detectados no primeiro andar! seguranças vão para o portão 1 imediatamente.- ouvimos em um alto falante e eu me desesperei, já descobriram a gente?!

- Corram!- exclamou Bakugou e corremos por entre os corredores seguindo o Izu, o qual era o único que estava com o mapa em mãos.

- Temos que pegar o elevador pra ir até o último andar, o computador está la!- explicou meu verdinho correndo na nossa frente

Entretanto, assim que passamos por um corredor, uma armadilha foi acionada e um alçapão se abriu mais a frente. Eu não consegui parar em tempo, bem como Denki e Bakugou, a última coisa que eu vi antes de cair foi o Kiri gritando o nome do Bakugou e meu verdinho começando a lutar contra alguns guardas.

O alçapão se fechou e tudo ao meu redor foi uma completa escuridão, segundos depois, meu corpo se chocou fortemente contra o chão. Eu pude ouvir Bakugou reclamar de dor assim que atingiu o chão também, ja Denki parecia irritado com o fato de não ter previsto a armadilha.

- Shoto!?- ouvi uma voz familiar e me virei imediatamente, encontrando um velho conhecido me olhando espantado por trás da cela.

- Você? O que faz aqui?

- Depois que você sumiu, seu pai me obrigou a cuidar das celas também, uma forma de punição por ter te dado cobertura.- explicou o arroxeado meio atordoado.- Oi, Bakugou.

- Tira logo a gente desse caralho, zumbi de merda.- esbravejou Katsuki bastante irritado.

- Sempre tão educado.- respondeu ironicamente indo até uma mesa para pegar as chaves.- Me diga o que fazem aqui, Shoto.

- E quem é esse ai?- questionou Denki se aproximando de nós.

- Oh, que falha a minha, não vi você ai.- Falou o arroxeado sorrindo malicioso.- Meu nome é Hitoshi Shinsou, e o seu?

- Por que eu diria meu nome a um inimigo?- perguntou Denki seriamente, parece até o Izu.

- Ele não é um inimigo.- respondi surpreendendo o loiro.- Shinsou foi quem nos ajudou a fugir das garras do meu pai para podermos ir até a agência.- expliquei.

- É, e por sorte o velho não me matou por isso.- falou Shinsou abrindo nossa cela.- Ele pensa que eu só dei cobertura, mal ele sabe que foi eu quem arquitetei todo o plano.

- Temos que achar o Kirishima e o Deku.- Falou Denki mexendo em um dispositivo ligado ao seu pulso.- eles podem estar com sérios problemas.

- Fora que o dispositivo do Tamaki 'ta com o Deku.- completou Bakugou arrastando Shinsou para vir conosco.

- Quem é esse tal de Deku?- perguntou o arroxeado com um olhar estranho.

- É meu namorado.

.

.

.

Continua

A Maldição da Lua de SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora