Prólogo

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Esse capítulo mostrará o que aconteceu com a Weiwei antes de ir para o mundo do Wei Ying, veremos o drama da vida dela, então teremos cenas falando sobre suicídio, eu não descrevi muito para que não ficasse muito pesado. Mas se tiver algum gatilho, recomendo que não leia.
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Bei Weiwei correu rápido pelo corredor, em nenhum momento olhou para trás, ela não queria vê-los. Seu peito doía e as lágrimas já caiam descontroladamente por seu rosto.
Ela entrou no quarto as pressas, batendo a porta com força e a trancando, para logo em seguida se jogar sobre a cama, derramando mais lágrimas.

Ela havia novamente discutido com o pai, o que não era novidade, mas dessa vez as palavras ditas por ele, tinham a magoado mais que o normal.

Bei Weiwei era a única filha do primeiro casamento do senhor Bei, um empresário bem-sucedido no país. Ela nunca teve uma boa relação com o pai e essa relação só piorou após a morte da mãe da mesma e após o segundo casamento de seu pai.
A segunda esposa de seu pai nada mais era do que a amante que ele mantinha a anos, e também uma das principais causas da morte da mãe de Weiwei.

A falecida senhora Bei e a atual esposa eram amigas a anos, senhora Bei a considerava sua melhor amiga, confiava completamente na outra, mais até do que confiava em seu próprio marido. Ela havia casado com ele por amor e acreditou que ele havia se casado com ela pelo mesmo motivo, mas após o casamento descobriu estar enganada, ele estava com ela por interesse, tudo havia sido por interesse. Mesmo após essa descoberta a pobre mulher tentou fazer o casamento dar certo, mas tudo que ela conseguiu foi mais sofrimento. O homem a traía com qualquer mulher que ele encontrasse e não fazia questão nenhuma de esconder as traições.

Com o passar do tempo, isso pesava mais na mente da pobre mulher, asa traições do marido, a maneira fria como ele a tratava, tudo isso destruía a mulher por dentro. Ela ficava cada vez mais abatida, quando se deu conta, já vivia a base de remédios.

Com tudo isso, ela buscava apoio na filha, a única coisa boa que aquele homem tinha lhe dado, e também na mulher que ela considerava sua melhor amiga. A falsa amiga sempre se mantinha por perto, sempre dava a ela conselhos de como agir, sempre demonstrava estar do lado dela em tudo e até agia como se odiasse o homem com que a amiga havia casado. Mas toda essa preocupação e apoio dados por ela, não passavam de mentiras.

Essa mulher tinha uma filha apenas um ano mais nova que Weiwei, ela nunca disse quem era o pai, sempre dizia que ele havia a enganado e abandonado, sempre chorava quando de tocava nesse assunto, então a mãe de Weiwei como uma boa amiga, não entrava nesse assunto para evitar que a amiga se sentisse mal. E mesmo que as pessoas ao seu redor apontassem o dedo para ela, a julgassem por ter uma filha e não ser casada e nem ter contato com o pai, a mãe de Weiwei a defendia com unhas e dentes e sempre estava ao lado da amiga para enfrentar tudo e todos.

Porém, um dia voltando de viagem ela se deparou com algo que jamaias havia passado pela cabeça dela. Ela tinha ido visitar a mãe, avó de Weiwei, e claro, levado a filha junto. Ela planejava passar um mês lá, mas no fim resolveu voltar antes do esperado e acabou não avisando ninguém.

Quando ela chegou de surpresa notou que os funcionários da casa estavam bem assustados, eles pareciam apavorados por vê-la ali antes do esperado. Até mesmo tentaram distraí-la, como se não quisessem que ela fosse para o andar de cima. Vendo aquilo ela logo entendeu, seu marido devia estar com outro no andar de cima da casa. Chegando a essa conclusão ela deu a ondem aos funcionários de que cuidassem de Weiwei e então subiu as escadas.
Weiwei se lembra da cara dos empregados, eles olhavam para sua mãe com pena quando ela foi para a escada. Weiwei possuía 14 anos na época, e ainda assim, não entendeu o porquê daquelas caras. Ou melhor, ela entendeu o porquê daquilo quando escutou os gritos no andar de cima e, depois de alguns minutos viu sua mãe descer as escadas em prantos.

Quando subiu as escadas, a senhora Bei se dirigiu para o quarto que seu marido dormia, sem pensar duasa vezes ela abriu a porta, que por sorte, ou azar, não estava trancada, ela já havia se preparado para ver que tipo de vagabunda estava com ele, mas ela acabou sendo completamente surpreendida.

Sobre a cama estavam o senhor Bei e a mulher que ela chamava de amiga, ambos completamente nus. Sem conseguir mais se controlar, ela gritou com os dois que acordaram com o susto e se assustaram ainda mais quando a viram na porta. O homem continuo na cama, calado, mas mulher se levantou as pressas e se aproximou da senhora Bei tentando se explicar, mas apenas recebeu um forte tapa em seu rosto.

Após um tempo se falar nada, o homem simplesmente se levantou da cama e disse a amante que, fingir não era mais necessário. Naquele momento a pobre senhora Bei descobriu a cruel verdade de tudo. A mulher que ela chamava de melhor amiga e seu marido sempre tiveram um caso pelas suas costas, a filha que aquela mulher tinha, era, na verdade, filha de seu marido. Eles a engavam a anos.

Com a verdade sendo jogada em sua cara, a mulher chorava sem parar, ela também ouvia palavras frias e cruéis daqueles dois. A outra se gabava sobre ela, e o homem apenas assistia tudo sem se importar. A pobre senhora desceu para o andar de baixo desesperada tendo atrás de si a cobra que chamava de amiga, que usava apenas um roupão e agia como se fosse a dona do lugar.

Após mais um tempo de discussão a senhora Bei subiu asa escadas da casa e correu para o quarto que pertencia a ela, todos pensaram que ela faria as malas, que iria embora dali com a filha, mas não foi isso que aconteceu.

Quando a confusão começou osa empregados da casa levaram Weiwei para a cozinha, queriam evitar que a menina visse toda aquela cena, mas ela ouviu tudo. Weiwei permaneceu na cozinha, pois não queria olhar na cara daqueles dois seres sujos. Ela esperou a mãe por um tempo, mas ela não desceu as escadas, não foi até ela.

Com a demora da mulher o senhor Bei mandou que uma empregada fosse checar o porque dela demorar tanto. A mulher subiu e alguns segundos depois o grito de horror foi ouvido por toda a casa. Todos correram para ver o que tinha acontecido e então a cena horrenda chegou aos seus olhos.

A senhora Bei estava no chão do quarto, deitada em uma poça de sangue, sangue esse que saia de seu pulso cortado. Seu corpo já estava sem vida.

A partir daquele dia o inferno na vida de Weiwei se inicio, ela estava sozinha agora. Não bastava o trauma de ver a mãe daquele jeito, teve que lidar com a frieza do pai. Dois meses após o falecimento da esposa ele se casou com a amante. Trouxe ela para morar na casa em que a falecida esposa morava, sem se importar com Weiwei, ou com o fato da mulher ter se suicidado após descobrir a traição dos dois.

Weiwei que já era maltratada pelo pai, passou a sofrer nas mãos da madrasta, a mulher a agredia, ofendia e a castigava por qualquer motivo, o corpo da menina vivia cheio de marcas das agressões, muitas pessoas sabiam o que ocorria, mas ninguém se importou com ela, ninguém além de sua avó tentou ajuda-lá, porém, infelizmente, a senhora não conseguiu nada, o pai de Weiwei era um homem importante, cheio de contatos, no fim a idosa não conseguiu nem ver a neta mais.

Weiwei está a dois anos nessa situação, mas ela chegou em seu limite.

Weiwei encarou o chão. A casa onde ela vivia tinha dois andares, do chão até o segundo andar da casa a uma altura considerável, do telhado até o chão era ainda mais alto, uma queda faria um grande estrago. E foi exatamente isso que ela pensou antes de se jogar.

Weiwei iria encontrar sua mãe.

Uma Ajuda De Outro Mundo (Mo Dao Zu Shi)Onde histórias criam vida. Descubra agora