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Hoje é dia de festa, mamãe fala que essas festas são para negócios, "coisa de trabalho", como ela diz. Todas as sextas a noite pessoas desconhecidas usando máscaras vem para casa e somente ao amanhecer eles vão todos embora. Nunca participei de nenhuma, mesmo já tendo 18 anos, continuava indo para o quarto pois ela falava que esse não é um lugar para mim. Então todas as noites de sexta-feira eu me trancava no quarto escutando gritos de uma voz grossa leiloando algo, sempre que perguntava a minha mãe sobre isso ela me respondia "são só coisas inúteis que as pessoas não querem mais", escutava risadas e as vezes também escutava gritos de crianças e choros mais sempre achava que eram os filhos dessas pessoas então nunca me importei muito.

E hoje não é diferente. Agora me encontro no meu quarto deitado de barriga pra cima enquanto escuto música nos fones de ouvido, para abafar os barulhos vindo do andar de baixo. Olho ao redor, meu quarto é comum de um adolescente, com livros de ficção científica e alguns de romance, quadros pendurados e uma pequena coleção de monster. Me levanto da cama indo em direção a pequena estante de livros, para ler pela décima vez somente essa semana, o pequeno principe, uma história cativante que carrega consigo tantos sigificados, tantas verdades. Mas sou parado no meio do caminho quando um grito estridente é escutado por toda a casa, sinto um arrepio me atingir em cheio como se o vento estivesse ficado mais forte e gélido.

O grito veio do andar de baixo e isso só piorou mais quando escuto outro grito, que parece ter vindo com mais força e isso só fez meu arrepio piorar, minhas mão começaram a tremer e minhas pernas ficaram bambas, fui atingido em cheio pelo medo e a curiosidade. Os gritos eram dolorosos e cruéis e continuaram um após o outro como se a pessoa dos gritos estivesse sendo chicoteada por chicotes de couro com ferros quentes na ponta. Os gritos não duraram muito mais tempo e um choro alto veio assim que os gritos pararam.

Isso nunca havia acontecido antes, mamãe era sempre tão cuidadosa nunca deixou um barulho ir mais alto que a música ou da voz do leiloeiro e isso atiçou minha curiosidade ainda mais. Com minhas mãos ainda tremendo e minhas pernas bambas me arrastei até a porta, travando uma querra interna entre o medo e a curiosidade, e em um momento de coragem eu destravo a porta e saio, assim que chego no começo da escada me arrependo. No final da escada, no meio da sala, vejo um garoto que aparenta ter minha idade ajoelhado com suas costas a mostra expondo suas feridas recém feitas, enquanto um homem alto que aparenta ter uns 40 anos ao seu lado começa a contar os lances.

- Esse é Mark, 19 anos, saudável. vou começar os lances em 10 milhões...- Isso é tudo o que eu consigo escutar até o garoto agora nomeado Mark pelo leiloreiro, ele esta de cabeça baixa aparentemente chorando pois é perceptível as gotas de água caindo do seu rosto e pousando no chão.

Olho em volta para todas as pessoas presentes na sala, todos de máscaras tampando seus olhos. Há muitos homens, alguns acompanhados por mulheres, todos segurando taças de vinho, estão vestidos formalmente de ternos e vestidos longos muito elegantes. Mas o que mais chamou minha atenção foi minha mãe, um pouco afastada das demais pessoas, ao lado de um homem de aparencia velha e cansada, eram os únicos sem máscaras, tirando o garoto ajoelhado. Ela parecia estar se divertindo, tinha um sorriso exibido no rosto enguanto olhava para o homem, mas minha atenção voltou ao leiloeiro assim que o barulho do martelo de madeira foi batido na mesa após conseguiu efetuar mais uma venda. O garoto desesperado tentando fugir e gritando por socorro procurando uma saida, até seus olhos baterem com os meus, tudo pareceu parar por alguns segundo até que o garoto se levantou o que alertou todos da sala até mesmo minha mãe.

-socorro! me ajuda! me ajud- sua voz sumiu e um grito mudo foi arrancado dele assim que um estralo foi ouvida do chicote do leiloeiro fazendo o garoto cair no chão se contorcendo de dor enguanto chorava mais em desespero e em um embalo eu corri até o garoto me jogando em cima dele assim que vi o leiloeiro levantando o chicote em direção ao garoto novamente.

O Falso BabyOnde histórias criam vida. Descubra agora