O Falso Baby

2!

Correr era minha única opção. Eu estou em um labirinto, não sei identificar onde e muito menos como fui para nele. A minha única lembrança é de ter escutado um grito, o mesmo grito de Mark, ele parecia perto e isso me fez despertar e começar a correr, entrando e saindo de corredores estreitos, parecia estar andando em círculos. Assim que entro em outro corredor avisto duas figuras humanas de costas para mim. Isso me faz parar.

Para ser mais exato isso me faz travar no mesmo lugar, como se meus pés estivessem sidos colados no concreto daquele corredor bizarro. Outro grito é escutado e a imagem a minha frente se torna aterrorizante. As duas pessoas que estavam de costas, agora estão de frente pra mim. São dois homens, seus olhos estão tampados por máscaras, me dando a visão apenas de suas bocas e eles estão sorrindo, mas não para mim. Olho em volta procurando o que atraia tanto a atenção dos dois desconhecidos a minha frente e me deparo com Mark ajoelhado a minha frente me encarando.

- A culpa é toda sua!! - exclamou com lágrimas rolando pelo seu belo rosto - Eu te pedi ajuda, por que não me ajudou? por que me deixou ser levado?

Eu não sei o que dizer ou o que fazer. Mark está na minha frente, da mesma forma que o vi pela primeira vez, a única diferença é sua expressão de raiva e magoa, atrás dele esta o leiloeiro com o chicote de couro dando chicotadas uma atrás da outra fazendo o garoto se contorcer e gritar mais e mais.

Sinto mãos apertarem meus ombros, olho para trás e são os dois homens e cada um tinha uma mão posta em meus ombros. O aperto das mãos estão cada vez mais forte, a dor é agoniante, as unhas das mãos começaram a perfurar minha pele, solto um gemido de dor. As mãos me empurram para baixo me fazendo ajoelhar, lágrimas já descem pelo meu rosto como cachoeira. Uma das mãos é tirada do meu ombro, a mão passa pelo meu pescoço, isso me faz fechar os olhos com força pelo medo de algo pior acontecer, mas a mão continua traçando um caminho até meu queixo que é segurado e levantado me fazendo encarar os dois homens.

- A culpa é sua! - um tapa é disferido em minha bochecha direita em um estralo, segundos depois sinto ela arder e um gosto metálico em minha boca. O tapa foi dado pelo mais alto enquanto o outro continuava repetindo a frase

"A culpa é sua!!"

Acordo em um pulo, minha respiração está acelerada da mesma forma que meus batimentos cardíacos, meu rosto molhado pelas lágrimas e volta a ser banhado pelas mesmas. A escuridão do lugar onde me encontro me deixa ainda mais em desespero. Lembranças do leilão me veio a mente junto com as lembranças do sonho e lembrar de Mark faz meu coração doer em agonia. soluços altos saem da minha boca por mais que eu queira ser silencioso, tenho medo do que pode entrar por aquela porta caso me ouçam, mas eu só queria acordar desse pesadelo e voltar ao meu quarto e meu livro do pequeno príncipe. 

Passos são ouvidas de fora do lugar, onde frestas de luz, vindas do outro lado da porta, ilumina o quarto escuto. cochichos vindo do outro lado da porta me faz identificar que são dois homens e isso me faz encolher em um canto da cama, eu estou tremendo dos pés a cabeça. Assim que a porta é aberta e a luz ligada, pisco os olhos com força pela mudança de iluminação, olho em volta e vejo que estou em um quarto bem decorado em tons entre as cores branco e azul, com alguns moveis de madeira espalhados pelos quartos e duas portas em paredes opostas.
-Esse quarto é maior que o meu antigo- penso.

- Vejo que gostou do quarto - uma voz calma é ouvida e isso atrai meus olhos para a porta aberta onde se encontra um homem escorado na batente da porta, de braços cruzados e um sorriso em forma de coração estampado em seus lábios, enquanto seus olhos são focados em mim - Esse será seu quarto por enquanto gatinho. - Aceno com a cabeça pois não quero falar com ele, na verdade eu não queria estar aqui, mas como nem sempre querer é poder, prefiro ficar calado.