Paralisado

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Isaach Ruts e Saliel Will Paralisado

A garotinha sorria após o final de mais uma história de ninar, por mais que não conseguisse dormir ela admirava o esforço de Isaach em tentar. O rapaz continha um doce brilho nos olhos terrosos, e sua expressão afável mantinha a pequena aquecida. Isaach cobriu a jovem Aneli com um acolchoado pesado que trouxeram em andanças para fora do subsolo, um dos exploradores havia recolhido no total de oito cobertores quentes para a temporada friorenta que se iniciava, e como fora combinado por todos do grupo, tais protetores seriam dados as crianças do acampamento.

Acampamento. Isaach não sabia se poderia dizer isso. Quer dizer, o local tinha seu charme, com o espaço extenso tanto em largura quanto altura, o estacionamento que não havia terminado de ser construído, obtinha paredes rebocadas e concertadas, assim como os arames postos em buracos criados pelo tempo, afim de tapar quase todos. O cheiro não era dos melhores, mas poderia ser pior. A porta do salão que dava diretamente ao corredor sombrio, impossibilitava do forte odor de morte adentrar ao esconderijo.

No local onde estava, fora levantado cercas de metal para separar o dormitório improvisado das pessoas mais jovens. Não haviam camas bonitas com estrados de madeira duráveis, na verdade, os colchões e poltronas foram suficientemente perfeitos para a atual situação. Ninguém reclamava mais dos desconforto, até por que, ninguém se lembrava de qualquer boa sensação física.

O restante do espaço fora arrumado da melhor maneira que conseguiram, cadeiras espalhadas, sofás que sabe se lá como levaram para o estacionamento, ele achava que tinha algo a ver com os quartos próximos ao corredor de saída. O motel capenga fora perfeito, afinal, mas apenas os colchões trazidos, não deveriam arriscar produzir ruídos e chamar atenção da sem alma do lado de fora.

Olhando a coberta embalar Aneli em um sono profundo, ele se recordara dos dias que o motel fora saqueado. O medo preenchia o peito só de pensar no assunto. Quantos dos sobreviventes morreram naquele dia! Seus conhecidos, amigos que ficaram para trás, transformados em poças de sangue e olhos abertos sem um brilho de vida que os diferenciasse dos que andavam na miséria. A crueldade dos humanos havia triplicado com certeza, e naquele tempo de apocalipse, a humanidade jamais fora tão sucumbida pela maldade como era atualmente. As criaturas podiam ser compreendidas de certo modo, elas não tinha consciência do que faziam, apenas seguindo extintos de matança, por mais grotesco que fosse, as pessoas é que produziam dor sem precedentes, esquecendo-se do próximo.

O burburinho de vozes do outro lado do acampamento havia chamado a atenção de Isaach, verificando se Aneli estava de fato adormecida, ele se aproximou do grupo de comentaristas, podendo escutar alguma conversa sobre alguém estar no corredor, e o som de tiros vindo de fora. Rapidamente o pensamento de outro ataque fora eminente, mas que desfez em frangalhos quando o nome de Eleonor reverberou em sua mente.

Empurrando os sobreviventes para os lados, ele olhou através da janela quadrada da porta. A escuridão enfraquecia sua visão, mas a luz no final do passadiço lhe mostrou que alguém estava parado abaixo da lâmpada amarela.

Isaach arregalou os olhos, retirando os pedaços de madeira e pedras da frente da porta, ouvira negações atrás dele, mas ignorou os avisos. Não fora impedido como pensou que seria, provavelmente, sua loucura estava assustando os outros do local.

Sua mão tocou na maçaneta, o metal gelado arrepiou os pelos dos braços, até que um urro trovejante passou a bambear suas pernas. Não! Agora não!

Decidido, Isaach girou a maçaneta, a mesma não estava trancada já que tinham conhecimento da volta de Eleonor em breve pelos walktalks, alguém ficaria no portão, observando a janela até que uma sútil luz de lanterna lhe avisasse que poderia abrir, sendo assim o som das chaves não chamaria atenção para eles na hora de abrir a porta.

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⏰ Última atualização: Oct 26, 2020 ⏰

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