2 - segredos

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   Uma noite em claro não era nem de longe o motivo de uma dor de cabeça quando se está lidando com a incógnita de um assasinato.

  Eram seis e trinta e cinco da manhã quando recebeu a ligação da equipe que estava na rua para comparecer ao local do terceiro assassinato.

Quando atendeu o telefone pensou se tratar unicamente de Ryland – que ainda não havia dado as caras naquele meio tempo –,mas suspirou de certa forma aliviado quando chegou na cena do crime e a vítima se tratava de uma mulher.

O local era um subúrbio afastado da cidade,um bairro pouco movimentado.

A primeira vista se tratava claramente de um homicídio,o corpo se encontrava caído de maneira na qual o rosto estava contra o concreto no chão mergulhado em uma poça carmesim, haviam também respingos de sangue em uma curta trilha até o corpo.

— Não parece ter sido um crime violento. – Kio de braços cruzados ao seu lado se pronunciou.

Noen no entanto ouviu em silêncio, enquanto chegava mais perto notando a laceração alguns centímetros abaixo do pescoço.

— Não aconteceu durante a madrugada...

— O que? – Kio ergueu a sobrancelha.

— Não aconteceu durante a madrugada,o sangue ainda não secou. – abaixou-se próximo ao corpo olhando com mais atenção.

Kio ainda de pé com os braços cruzados  parecia reavaliar o corpo.

— Isso significa que?

— Não sei,tenho que aguardar o laudo da perícia. – levantou-se olhando em volta.Os primeiros raios de sol apareciam por trás das árvores, alguns metros dali Blake estava recostado em uma das viaturas conversando com um dos legistas da equipe enquanto segurava um refil de café, do outro lado sentado em um dos bancos do parque o mesmo homem da noite anterior.

  Estava com as mesmas roupas mas agora um boné escondia parte do seu rosto,os braços estavam apoiados no encosto do banco, despreocupado.Noen entregou a ficha nas mãos de Kio antes de ir em sua direção,passando pela faixa de isolamento que alguns policiais usavam para restringir a área.

— Você,o que faz aqui? – estreitou os olhos assim que estava em sua frente.

O homem em sua frente não parecia nem um pouco surpreso ou incomodado com toda a situação que se passava,inclinou a cabeça para o lado acompanhando toda a  movimentação.

— Andando. – deu de ombros. — a rua é patrimônio publico,se bem me lembro.

— É a cena de um crime.

— Percebi.

— Qual seu nome?

Ele ergueu o olhar o permitindo pela primeira vez ver seu rosto,as olheiras abaixo dos olhos eram escuras mas talvez ainda mais escuras pela sombra da aba do boné,o canto da sua boca tinha um pequeno filete de um corte não muito superficial pois se fosse já teria fechado.

Os olhos...agora que podia vislumbrar melhor,eles eram azuis,opacos,quase foscos...E era estranho,algo naquele semblante lhe soava muito mais familiar doque conseguia explicar.

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⏰ Última atualização: Mar 05, 2023 ⏰

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