Lua de prata.

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     Um ano, trezentos e sessenta e cinco dias, para alguns uma eternidade, para outros um piscar de olhos. Durante esse período, testemunhamos a efemeridade das relações humanas, com muitas pessoas entrando e saindo de nossas vidas, enquanto apenas algumas deixam marcas duradouras.

     Meu nome é. Larissa, tenho trinta anos, solteira, com cabelos longos e lisos. Agora, permita-me compartilhar os detalhes do último ano da minha vida. Inicialmente, encontrava-me num estado de constante estresse devido às demandas do trabalho, o que minou minha energia e entusiasmo. Foi então que decidi que era hora de tirar férias e recarregar as energias. Escolhi um destino ao acaso e acabei optando pelo litoral nordestino, localizado a algumas horas de viagem de ônibus de minha residência.

     Cheguei ao hotel no meio da tarde, exausta da viagem. Assim que entrei no quarto, pude sentir o frescor do ar condicionado acolhendo-me. Depois de um longo banho revigorante, fechei as cortinas para bloquear a luz do sol que invadia o ambiente. Com um suspiro de alívio, desliguei meu celular, afastando-me por um momento da agitação do mundo.

     Acordei já quase amanhecendo, a luz suave infiltrando-se pelas frestas das cortinas. Esperei ansiosa o restaurante do hotel abrir suas portas, ansiando pelo aroma tentador do café da manhã. Assim que me deliciei com a variedade de iguarias oferecidas, estava pronta para explorar a praia que tanto ansiava conhecer.

     A praia era um espetáculo para os olhos. As águas azul-turquesa se estendiam até onde a vista alcançava, interrompidas apenas por algumas nuvens que pontuavam o céu. A areia fina e branca convidava para um passeio descalço. Entre o hotel e a praia, uma ciclovia serpenteava, convidando à contemplação da paisagem enquanto se percorria de bicicleta.

     Estava quase chegando ao final da ciclovia quando fui surpreendida por uma bola de futebol de praia que veio em minha direção com rapidez. Antes que pudesse reagir, a bola me atingiu, desequilibrando-me e fazendo-me cair no chão. Rapidamente, um dos rapazes que jogava se aproximou, preocupado, para me socorrer. Sua expressão de preocupação contrastava com a descontração do momento e eu agradeci a gentileza, tentando esconder o embaraço.

- Você está bem moça? - Perguntou o rapaz.

- Estou, acho que não quebrei nada. - Respondeu ela.

     O rapaz de aproximadamente trinta e cinco anos exalava um autêntico estilo surfista. Seu corpo robusto e bronzeado era uma manifestação vívida de sua vida ao ar livre. Os músculos, esculpidos pela prática constante do surf, exibiam uma mistura equilibrada de força e agilidade.

     Sem camisa, ele revelava uma série de tatuagens que adornavam seus braços e torso. As inkagens eram uma expressão viva de sua personalidade e experiências de vida, cada uma contando uma história única. Desde tribais estilizados até imagens que evocavam o oceano, as tatuagens se mesclavam em uma tapeçaria de arte corporal que o distinguia.

     Seu cabelo, escuro e ligeiramente ondulado, caía descontraidamente sobre os ombros, conferindo-lhe um ar despreocupado e livre. Uma barba cuidadosamente aparada contornava seu rosto, adicionando um toque de masculinidade e rusticidade.

     Os olhos dele, profundos e penetrantes, eram do tom do oceano em um dia de tempestade, capturando a essência da vida marinha que ele tanto amava. Um sorriso sincero iluminava seu rosto, revelando uma natureza afável e calorosa.

     Vestindo apenas uma bermuda de surf desgastada pelo sol e o sal, ele caminhava com uma postura descontraída pela areia, os pés descalços absorvendo a energia da praia. A prancha de surf, sua fiel companheira, repousava sob o braço, uma extensão natural de seu ser.

     No geral, ele irradiava uma autenticidade palpável, personificando o espírito livre e apaixonado dos surfistas que encontram liberdade nas ondas do mar. Era um homem que vivia em harmonia com a natureza e as emoções que ela evocava, uma verdadeira encarnação do estilo de vida litorâneo.

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