C A M O R R A

Capitulo Dois

Depois de muitoooooo tempo um capítulo novo. Confesso que fiquei desanimada com o número de visualizações e pensei que não faria diferença terminar ou não. Porém, aqui estou eu de novo postando mais um capítulo. Dessa vez pequeno. A verdade é que eu tinha começado o segundo capítulo e não o terminei, então estou postando essa pequena parte até terminar o "Segundo" (agora terceiro) capítulo.

Se gostarem não esqueçam de compartilhar, comentar e etc.

Boa leitura.

CAMORRA

"And there's no one to blame but the drink and my wandering hands"

Atravessei a sala direto para o quarto. Tudo o que eu precisava era de um banho quente. Deixei a porta aberta sabendo que Claire logo viria, abri a torneira deixando a banheira encher. Neste tempo tirei a minha roupa e fiquei encarando meu reflexo no espelho. Eu estava engordando, todos os hematomas estavam praticamente curado. Não me considerava feia, eu era bonita. Meu corpo tinha inúmeras cicatrizes, algumas tatuagens. Claire costumava dizer que meu cabelo tinha duas cores, porque uma hora era castanho claro e outra era loiro escuro, já meus olhos eram realmente castanhos e tudo combinava perfeitamente com minha pele que tinha um tom de bege claro. Sehun costumava dizer que eu tinha uma cara de séria, e que isso assustava as pessoas. Me lembro de manhãs em que eu acordava com ele me encarando, eu odiava é claro, no entanto ele dizia que era o único momento em que eu parecia um anjo. Então eu jogava o travesseiro nele. Sehun estava certo, eu não era um anjo e odiaria ser um.

Lembrar disso era angustiante, mas era hora de seguir em frente.

Claire chegou silenciosamente, encostando no batente da porta.

– E então?

– Talvez devêssemos virar contrabandistas. Da dinheiro.

Quando a banheira encheu, desliguei a torneira e entrei. A água quente entrando em contato com meu corpo frio. Estávamos no começo do outono, e o tempo já começava a esfriar.

– E o que contrabandearíamos? Criancinhas?

Abri meu olho, e olhei para Claire. Ela era linda, magra e alta, com a pele clara. Os seu cabelos pretos chegavam até depois do ombro e seus olhos tinham um tom verde. Sua boca era carnuda e rosada. Tão linda que me fazia querer odiá-la.

– Por que não?

Ela fechou a cara.

– Não vamos virar contrabandistas. Eu pelo menos estou disposta a me casar com uma cara bem rico e ser bancada.

Ri. E ela acompanhou minha risada.

– Não sei o que eu faria. – Falei enquanto encarava o teto. Era verdade. – Nunca pensei no amanhã, sabe? Nunca nem tive planos, sempre aceitei o que a vida deu e pronto. A primeira vez que eu realmente quis algo não pude ter então...

Claire me lançou um olhar compreensivo. Eu a amava tanto.

– O que aconteceu?

– Nada.

– Nada?

– É.

– Bom. Então eu realmente vou procurar um marido para mim.

– O que as feministas diriam?

– Ei. Existe algo mais feminista do que usar o dinheiro de um velho rico idiota? – Claire disse em um tom sarcástico.

– Não. Talvez eu faça o mesmo. Então iremos planejar festas chiques juntas e gastar o dinheiro de nossos maridos comprando bolsas da Chanel e vestidos da Givenchy.

– Já não fazemos isso?

– Obrigada. – Agradeci. O dia havia sido longo e Claire tentava me acalmar. Normalmente todos pensavam que Claire era a pessoa aberta e eu a fechada, mas ela sabia ser mais fechada do que eu.

– De nada. – Ela acenou com a cabeça e então foi embora.

Encostei a cabeça na banheira e fechei os olhos. Havia chegado ao fim.