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Buenos Aires, Argentina.
Verão ─ 2020.

TINI

O dia amanheceu chuvoso, odiava sair de carro com a pista molhada mas era o jeito. Quando cheguei no escritório, Jorge ainda não estava lá e meu coração estava mais aliviado, noite passada eu fiz uma besteira tão grande que nem consigo dizer como estou me sentindo.

Coloquei meu notebook encima da mesa, tirei meu casaco e o coloquei pendurado na poltrona em que eu me sentava e liguei o aparelho.

─ Ok, sem besteiras hoje, Martina. Já não basta as de ontem...

─ Garota das mídias.

Deixei cair a caneta da minha mão quando ouvi ele entrar no escritório, me fazendo dar um pulo e cerrar os olhos.

─ Calma. Te assustei?

─ Não, é que, não estava esperando você por agora.

─ Compreendo. E aí, conseguiu as ideias?

─ Fiz alguns ajustes, ainda estou terminando.

─ Tudo bem, quero elas na minha mesa até o final do dia. Vamos almoçar com um dos produtores hoje, esteja pronta às 13h.

─ Sim, senhor.

Concordei com seu pedido e ele assentiu com a cabeça, indo na direção da poltrona e se sentou.

Na hora do almoço, eu estava totalmente insegura, Catherine fez questão de acompanhar Renan, ela já nem se lembrava de mim. Meus olhos percorriam todo cômodo daquele restaurante tão chique, a última vez em que saí para comer fora foi há cinco anos atrás?

─ Nervosa? ─ fui tirada do transe por jorge.

─ Um pouco... Nunca estive tão próxima de fechar um negócio.

─ Vai estar mais nervosa ainda quando for apresentar suas ideias.

─ Espera ai, o que?!

─ Eu só vou ler o seu artigo, mas, você é quem vai apresentar para eles.

Engoli seco e Jorge deu alguns toques na minha mão, com o intuito de me acalmar que, talvez, tenha falhado.

Eram 17h da tarde e eu não tinha terminado o artigo, eu precisava dele até as 18h e faltava metade.

Jorge se levantou da poltrona e veio até mim, e encarou a tela do notebook. Eu tentava escrever, mas me sentia um pouco... Envergonhada?

─ Que foi?

─ O que?

─ Por que parou de escrever?

─ Ham... Eu...

─ Tô brincando. Vou pegar um lanche, você quer?

Aceitei. Jorge era o tipo de patrão atraente e gostosão que tira o foco de qualquer uma, mas, eu precisava daquele emprego mais do que tudo.

─ Terminei! ─ disse me levantando da poltrona e vi que Jorge havia se assustado.

─ Perdão, perdão.

─ Vou levar pra casa, amanhã eu digo o que achei. Vamos?

─ Vamos.

Made in the Madrid || Jortini. Onde histórias criam vida. Descubra agora